Na próxima segunda será votado o destino do inimigo do Exame de Ordem

Quinta, 8 de setembro de 2016

Eduardo Cunha é símbolo de muitas coisas. Talvez uma das menores representações que ele encarna é a de inimigo do Exame de Ordem e da OAB. Menor em termos de visibilidade pública, pois Cunha conseguiu aglutinar para si a antipatia de muita gente. Mas para nós, para a OAB e para o mercado da advocacia suas investidas contra a prova da Ordem foram bastante preocupantes e significativas, algo um tanto quanto distante da preocupação do restante do país.

Cunha, sozinho, conseguiu colocar muitos fios de cabelo branco na calva da OAB, pois suas várias investidas contra a Ordem foram sérias e poderiam ter, de fato, causado o fim do Exame.

Claro, ainda teríamos um longo trâmite de eventual vitória pelo Senado, mas o desgaste para a OAB seria tremendo, e a imagem da entidade sairia inexoravelmetne arranhada daquilo que Cunha SEMPRE chamou de "absurdo e corrupto Exame de Ordem".

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Pois bem! Hoje o deputado foi notificado, por meio publicação no "Diário Oficial da União", sobre a sessão convocada para o próximo dia 12 destinada a votar seu processo de cassação.

A sessão será realizada a partir das 19h, de acordo com o edital, assinado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A decisão de publicar a notificação no "Diário Oficial da União" foi tomada após a Câmara não conseguir localizar o deputado pessoalmente.

Foram feitas três tentativas no gabinete e no apartamento funcional ocupado pelo deputado em Brasília, e mesmo assim ele não foi localizado.  Assessores tentaram ainda fazer a entrega no Rio de Janeiro, onde ele tem residência declarada, mas não conseguiram. A notificação também foi enviada pelo correio, com aviso de recebimento.

Esse receio de Cunha em ser intimado pode revelar duas coisas:

1 - A falta de segurança no quórum para ser cassado;

2 - Tentativa de se ganhar tempo para contruir uma maioria no plenário.

Cunha tavez seja hoje o parlamentar mais esperto do país, e foi, até pouquíssimo tempo, seguramente, o mais poderoso entre todos. Aliás, mais poderoso do que muitos senadores. 

Mas ele esqueceu não dá para ser tão poderoso assim diante de tantos outros parlamentares. Excesso de poder atrai inveja e ressentimentos. E muitos, muitos parlamentares querem a cabeça de Cunha em uma bandeja.

Sua atuação no impeachment foi decisiva para isto, e seu nome encontra hoje sérias dificudlades de trânsito da esquerda até a direita. Poucos se dispõem a defender publicamente o parlamentar hoje.

E isso vai pesar na votação de segunda, em especial por conta das eleições para as prefeituras: há o temor de que o apoio a Cunha queime os candidatos a prefeito apoiados pelos deputados federais. Isso, claro, será usado em toda e qualquer campanha pelos adversários nas campanhas.

Quem quer esse ônus para si?

Por outro lado, se Cunha sobreviver a provação, ganhará sobrevida política, mas não terá mais a força de outrora.

Ou terá?

Segunda-feira saberemos então qualquer será o destino de Eduardo Cunha.