Segunda, 17 de setembro de 2012
O Ministério Público Federal (MPF) em São João de Meriti (RJ) moveu ação civil pública contra a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para que reparem os danos morais sofridos pelos bacharéis de Direito que realizaram o VI Exame Unificado da OAB no Colégio Futuro VIP, em Duque de Caxias. O MPF requer também que a OAB e a FGV, responsável pela organização do exame, devolvam os valores de inscrição pagos pelos examinandos e reparem os danos materiais decorrentes de eventuais furtos de pertences pessoais. (Processo nº 0002389-15-2012.4.02.5118)
Durante a realização do exame da OAB no dia 5 de fevereiro deste ano, faltou energia elétrica no Colégio Futuro VIP, e os examinandos foram orientados a ficarem dentro de suas salas, sem ventilação ou iluminação, submetidos a um calor intenso e sem água para beber. Quando foram liberados pelos fiscais para ficarem no pátio do colégio, alguns examinandos puderam levar seu pertences pessoais, incluindo cadernos de provas, celulares, e materiais consultivos, enquanto outros tiveram seus pertences trancados dentro da sala de prova. Não havia qualquer representante da OAB no colégio e o representante da FGV que se encontrava no local não sabia como resolver a situação.
Durante a confusão, a polícia teve de ser chamada para liberar os bens que estavam retidos e, quando obteve acesso a seus pertences, uma examinanda percebeu que seu celular havia sido furtado. Além disso, uma bacharel portadora de deficiência relatou a completa falta de acessibilidade na escola na qual foi aplicado o exame.
Após a instauração de inquérito pelo MPF, a FGV promoveu a aplicação de uma nova prova aos 686 examinandos de Duque de Caxias, prejudicados pela falta de energia elétrica. No entanto, o cronograma de datas do edital foi mantido, ou seja, os examinandos de Duque de Caxias tiveram um prazo menor de estudos para realizar a 2ª Fase do exame em relação aos demais.
Segundo o procurador da República Renato Machado, autor da ação, os bacharéis em Direito sofreram sérios danos de esfera moral, e o princípio constitucional de isonomia foi desrespeitado pela OAB e pela FGV, que agiram de forma omissa e desrespeitosa
Fonte: MPF/RJ
Não concordo com essa intervenção do MPF.
Primeiro porque a queda da energia não foi culpa da OAB, e depois que a Ordem reaplicou uma prova específica para estes candidatos ainda no VI Exame de Ordem, sanando os prejuízos decorrentes da queda de energia.
Naquela época, e eu me lembro bem, a OAB agiu da forma correta preocupada em não prejudicar os candidatos. Eventuais furtos ou prejuízos deveriam ser tratados individualmente por aqueles que se sentiram prejudicados.
Exame da OAB em Duque de Caxias: Comunicado oficial da Ordem
OAB fará nova prova do Exame para candidatos de Duque de Caxias
Divulgado gabarito da prova da 1ª fase de Duque de Caxias
Quando ocorre algum problema no Exame nós questionamos, geralmente em primeira mão, mas neste caso a postura da OAB foi adequado diante de um caso fortuito e a iniciativa do MPF parece-me pretender punir de forma desproporcional a OAB.
Uma pena.