Mas afinal de contas, os cursinhos preparatórios para a OAB são mocinhos ou vilões?

Sexta, 22 de junho de 2012

Não canso de ver pessoas atacando os cursos preparatórios, chamando-os de vampiros dos candidatos, exploradores daqueles que precisam passar no Exame de Ordem.

Trata-se, naturalmente, de uma visão equivocada.

Os cursos preparatórios para a OAB, todos eles, são ESSENCIAIS para o sucesso dos examinandos.

Lembro-me bem de uma história que serve para ilustrar minha assertiva.

Eu ainda estava na faculdade, já tendo meus pesadelos com o Exame de Ordem, quando um colega me falou da ascensão de um curso preparatório aqui em Brasília. O dono desse curso, um professor universitário e procurador do DF, tinha em mente a criação de uma editora apenas, mas durante e implementação de seu projeto muitos dos alunos, já no final do curso, lhe pediam para dar algumas aulas visando o Exame de Ordem.

Ele concordou, montou uma pequena sala e deu o curso. No Exame seguinte a procura aumentou consideravelmente e ele expandiu sua infraestrutura. Em dois anos se transformou no maior curso preparatório do DF.

Eis o detalhes da história: ele foi procurado pelos alunos e não o contrário.

Daqui podemos tirar duas conclusões: A primeira é que os cursos recebem uma demanda, são PROCURADOS pelos candidatos, a segunda é que a qualidade do ensino jurídico do Brasil força os alunos a procurarem os cursinhos.

Afinal, porque um curso preparatório existe? Por que os futuros examinandos acreditam que precisam de um preparo adequado para enfrentarem o Exame de Ordem?

A resposta é de uma obviedade manifesta: O fazem por acreditarem que não estão preparados para enfrentar o grau de dificuldade da prova. O fazem por que depositam CONFIANÇA em uma preparação específica para o Exame de Ordem.

Aqui eu ressalto um ponto muito curioso.

Nunca vi um detrator dos cursos preparatórios assumir que fez uma péssima faculdade. Elas, as faculdades, responsáveis pela formação dos bacharéis e, que em tese, deveriam proporcionar a educação adequada, suficiente e necessária para seus alunos passarem na prova SEM cursinho, não entram no jogo. Não têm culpa.

Aliás, cada vez mais se torna forte um fenômeno: as faculdades em peso estão montando cursinhos preparatório para a prova DENTRO de suas instalações, ou fazem parcerias com cursos para que esse preparo seja ofertado, tentando assim melhorar seus próprios índices de aprovação na prova.

Curioso, não é?

Os cursos preparatórios para a OAB prestam um SERVIÇO aos estudantes. Nada além disso!

Ninguém precisa passar por um cursinho para fazer o Exame de Ordem e receber, ao final, a carteirinha. Curso preparatório para a OAB não é requisito formal para rigorosamente nada!

E quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Ou melhor, o Exame de Ordem ou os cursos?

O Exame, é claro! Os cursos são exclusivamente resultado da prova da OAB, criados para atender a uma demanda dos próprios candidatos, dos candidatos que buscam por EDUCAÇÃO, e, nos cursos, encontram o que precisam para atender a um propósito específico.

Chamar os cursos preparatórios de "exploradores dos candidatos" não passa de uma visão equivocada da realidade. Quem dá educação não pode receber tal adjetivação.

Procurem advogados, qualquer um, e vocês verão que a maioria deles fez um curso, e que TODOS os que fizeram são GRATOS aos seus professores do cursinho.

E o dinheiro usado para pagar o curso é visto como tendo sido um INVESTIMENTO e não um gasto. São suas coisas absolutamente distintas.

Faz curso quem quer. Simples assim. Curso preparatório para o Exame de Ordem não é obrigatório. Longe disso!

Cada um sabe onde o calo aperta e o que precisa para atingir seus objetivos.

Educação tem preço. A cada um cabe determinar para si mesmo se esse preço representa um custo ou um investimento.

O resultado ao final responderá.

P.S. Só por curiosidade, quando eu fiz o Exame de Ordem passei sem fazer cursinho para a 1ª fase, mas fiz para a 2ª. Na 1ª fase passei ali, nas raspa do tacho, com 54 pontos (eram 100 questões na época), e na 2ª passei com nota 8. Ter feito um cursinho na 2ª fase foi essencial para a minha aprovação. Essencial! E, curiosamente, o meu professor foi o Rogério Neiva, criador do sistema Tuctor.

Para mim, no meu caso em específico, ter feito o curso foi um investimento.