Quarta, 20 de julho de 2016
E segue a assombrosa epidemia de assassinatos de advogados pelo país. Eu sinceramente já perdi a conta de quantas publicações fiz neste ano relatando a morte de advogados, em regra no exercício da profissão.
Enquanto isto não temos NENHUMA notícia referente a qualquer tipo de mobilização por parte do CFOAB quanto a este tema. Sempre sai uma nota de pesar, a promessa do acompanhamento do caso e exigências de uma apuração rigorosa. E só!
A OAB não promove nenhuma audiência pública para tratar dessa onda de mortes e não vemos nenhum tipo de pressão ser feita no Congresso para dar andamento a projetos de proteção aos advogados.
Evidentemente, assassinatos ocorrem e continuarão a ocorrer contra advogados e a Ordem não tem como impedir isso diretamente, por óbvio, mas temas sensíveis como tornar este tipo de crime como hediondo ou mesmo até a discussão sobre o porte de armas precisam ser debatidos, para o bem ou para o mal.
Advogado não é gado para ser abatido semana sim, semana não.
E, se uma onda de mobilização não irromper, mostrando não só uma reação como também uma indignação coletiva contra este tipo de crime, o respeito ao profissional e a sua vida jamais será motivo de preocupação para qualquer um que cogite em matar um advogado.
Evidentemente, essas seriam soluções parciais para o problema, e talvez sequer sejam suficientes, mas algo, qualquer coisa, precisa ser feito. E feito de forma pública, sistematizada e permanente.
Discutir prerrogativas e honorários é do nosso interesse, mas o debate e a proteção da vida dos colegas é MUITO, mas muito mais importante. Aliás, deveria ser hoje a missão principal da OAB.
Confiram a matéria publicada no fim da tarde de ontem no site Monólitos Post, do Ceará:
Advogado foi executado a bala durante exercício da profissão em Quixadá
O advogado Josenias Saraiva Gomes, com escritório estabelecido na cidade de Morada Nova, morreu no fim da tarde desta terça-feira, em Quixadá, quando foi executado ao lado de dois outros homens, dentro de um carro.
O veículo em que o advogado estava se deslocava por uma rua ao lado do prédio do Quartel da Polícia Militar, em Quixadá, quando foi abordado por outro carro no qual estavam três homens. Vários tiros foram disparados contra o veículo em que Josenias estava, levando-o à morte imediata.
O empresário Veridiano e seu filho Sadoque estavam no mesmo carro do advogado e também morreram.
Fonte: Monólitos Post