Terça, 7 de abril de 2015
A imagem acima é muitíssimo interessante, e o é por mostrar uma verdade de forma bem simples - e lúdica - para qualquer um entender: em um mundo de dificuldades, uns têm mais facilidades para galgar os desafios, chegando a degraus mais altos mais rapidamente e, quase sempre, em posições mais elevadas.
O dinheiro estaria por detrás das diferenças.
Justo ou injusto?
Bom...entrar neste mérito levaria inevitavelmente a uma discussão secular entre liberdade econômica e planificação das oportunidades. O mundo já foi laboratório destas duas visões distintas e, por uma caso, nós optamos, mesmo que de forma mitigada, por seguir o caminho do capitalismo, o caminho da legitimação das desigualdades, pois ela seria resultado da recompensa dada ao talento e esforço pessoal.
O objetivo aqui não é debater o que poderia ser melhor, e sim como lidar com o atual contexto da forma como ele é.
Partindo dessa premissa, a verdade é uma só: somos todos bem diferentes e as chances surgem de forma distinta para todos.
Talvez, e uso o talvez porque a assertiva que farei não pode ser considerada homogênea, talvez o objetivo da maioria seja semelhante: ter sucesso em uma sociedade que valoriza o status e os bens materiais.
Já vivi o bastante para ver esse desejo refletido nos sonhos e ações da grande maioria de nós. O nosso sistema econômico reflete essa escolha.
Uns têm mais. Na verdade, uma parcela menor da sociedade têm mais condições de oferecer aos seus filhos elementos de diferenciação em relação aos filhos da maioria.
Para eles o caminho é mais fácil.
Muitos sentem inveja, desconforto e indignação com isso. Mas asseguro que esses sentimentos não ajudam a sair de onde se está, e muito menos vai mudar a ordem das coisas.
A única forma de lidar com as desigualdades é através do MÉRITO PESSOAL.
Falar de mérito pessoal é falar, sem dúvida, da aceitação de um modelo ideológico derivado do pensamento liberal.
Sob este viés, nós representamos uma reunião de indivíduos formalmente iguais e juridicamente livres, e assim, iguais em oportunidades.
Mas na prática as oportunidades se apresentam deforma desigual. Mas, como eu disse antes, não quero questionar o sistema. O ponto é a realidade que está aí e não vamos mudá-la.
Na prática, olhando para as desigualdades, o importante mesmo é tomar os bem-sucedidos como EXEMPLOS, ignorando as facilidades que eles tiveram no caminho e mirando onde eles estão.
Porque é possível atingir um determinado objetivo seguindo caminhos diferentes.
Talvez, também, a meta pretendida não seja alcançada, mas algo satisfatório, igual ou diverso, seja atingido.
A lógica do esforço pessoal para vencer na vida não representa um caminho colorido e fácil, e sim a subida, degrau por degrau, até se chegar ao topo.
E subir dói! Subir representar abdicar de muita coisa, de viver com limitações, privações e sonhos frustrados. E, não só é necessário aprender a lidar com isto como também 4 virtudes essenciais precisam ser observadas:
1 - Motivação
Ninguém se motiva a fazer algo em que não acredita, em que não veja significado. É preciso adotar uma visão do que pode ser feito para se chegar a um lugar melhor, e ter uma forte crença em atingir o objetivo. É isso que gera a motivação.
É preciso ver um significado no esforço, um significado com uma meta e ter identidade com ela. Esses elementos são a mola-mestra da motivação.
2 - Vontade de aprender
A vontade de aprender é um requisito básico para se chegar a qualquer lugar. Não se trata do famoso "estudar para passar", e sim do estudar para aprender, do prazer e da satisfação em terminar o dia consciente de que mais conteúdo foi apreendido e que a caminha no dia de amanhã será melhor porque um dia de esforço foi bem-sucedido.
Aprender por aprender, e não aprender para atender a um objetivo imediato em específico.
3 - Resiliência
É preciso aguentar muita pressão, muitos dissabores, derrotas e, até, a perda de fé ou esperança.
Todos esses elementos aparecerão durante a vida, durante o trajeto até a meta ser atingida, e se a desistência vier antes, todo o esforço vai para o ralo.
Muito da resiliência vem da Fé: em si mesmo ou em Deus. Ambos são um suporte que segura até que tempos melhores surjam.
O trajeto é feito de altos e baixos, e é preciso saber reconhecer qual deles predomina no momento, e também saber que o outro, um dia, também virá.
4 - Disciplina
As atividades rotineiras são uma maneira de alcançar resultados e não devem ser tratadas como ?tortura? ou sacrifício. A pessoa disciplinada está focada na busca da excelência, da perfeição (virtude abstrata e inatingível, mas necessária como meta), da busca do sacrifício diário até sentir a melhora que o esforço contínuo SEMPRE entrega como recompensa.
Ser disciplinado é a chave para muita coisa, talvez inclusive seja mais importante do que a própria motivação em si.
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Sim, o caminho é árduo, mas ele é possível.
Para uns ele será muito mais fácil, muito provavelmente porque são mais esforçados ou porque seus pais puderam dar mais oportunidades ao longo da vida.
Mérito dos pais desta pessoa, que CONSTRUÍRAM este caminho, e naturalmente vão fazer o melhor para os seus descendentes.
Talvez vocês possam fazer isso pelos seus filhos no futuro. Aliás, espera-se exatamente isto de vocês.
A vida não é linear, as chances não são iguais, mas, mesmo assim, com muito trabalho, paciência, força de vontade e fé, ainda assim é possível chegar lá.
Não é fácil, mas ninguém disse que seria.
E lembrem-se: a maioria das pessoas não está disposta a pagar o preço.
Não sejam como a maioria.