Justiça manda Universidade Gama Filho reintegrar demitidos

Segunda, 23 de janeiro de 2012

O Sindicato dos Professores do município do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio) conseguiu na justiça a reintegração de todos os professores demitidos na Universidade Gama Filho (UGF) desde o fim do ano passado. A liminar foi concedida na sexta-feira pela juíza Claudia Reina, da 22ª Vara do Trabalho. A multa pelo descumprimento da decisão é de R$ 5 mil por dia, para cada docente. Para a juíza, as dispensas coletivas deveriam ter sido precedidas por uma tentativa de negociação e submetidas aos órgãos colegiados, o que não aconteceu. O grupo Galileu Educacional, dono da UGF, ainda pode recorrer.

Segundo o presidente do sindicato, Wanderley Quêdo, cerca de 200 profissionais receberam telegramas avisando da demissão. Contudo, o grupo Galileu ainda não efetuou as homologações junto ao Sinpro-Rio. O prazo determinado pela legislação trabalhista é de dez dias, mas, em alguns casos, já passaram mais de 20, e os docentes ainda não receberam os seus direitos.

- Eles continuam demitindo as pessoas, enviando telegramas, e todos os dias uma leva chega ao sindicato nesta situação. Até agora, eles não definiram quantas pessoas serão demitidas. Somando com o caso da UniverCidade (também controlada pela Galileu), chega-se a mil pessoas dispensadas, entre enfermeiros, médicos, professores e técnicos. Vamos fazer um ato de repúdio nesta quarta-feira, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), com a participação de várias entidades - afirmou Quêdo.

A confusão na Universidade Gama Filho começou em dezembro do ano passado. Após entregarem as notas do semestre, os professores começaram a ser comunicados das demissões. Ao mesmo tempo, os estudantes que emitiam os boletos das mensalidades de janeiro tomavam um susto: reajustes de 25% a 35% e adiantamento da data de vencimento em dez dias. As medidas fazem parte da reestruturação promovida pela Galileu Educacional, grupo de investimento que comprou a UGF em 2011. Na época, o grupo justificou as medidas alegando que a instituição deixava de ser uma entidade filantrópica para ter fins lucrativos, o que implicaria em uma alta do custo com impostos.

Fonte: OGlobo

É sintomático: a lógica do mercado e do lucro, para os grandes grupos econômicos ligados à educação, está relacionada ao corte de despesas e maximização dos lucros.

Até aí tudo certo, afinal, o luco é a razão de ser de qualquer negócio.

Mas ao invés de assegurar que a qualidade do negócio seja a mola propulsora dos cursos, tais grupos promovem faxinas nos seus quadros de professores, visando cortar custos e aumentar, evidentemente, os lucros.

Esse tipo de medida, considerando a indiferença do público-alvo com a própria qualidade do ensino ofertado, pois os grandes grupos da área educacional trabalham com educação em massa (ou seja, baixas mensalidades), em algum momento vai se refletir na vida profissional do aluno.

No caso do Direito, quando aparecer o Exame de Ordem.

Recentemente outro grande grupo educacional fez a mesma coisa - Grupo Anhanguera promove mega demissão de professores / Sinpro/RS denuncia Anhanguera ao MEC por demissões de professores após avaliação de cursos para atender as mesmas necessidades.

Moral da história: o estudante PRECISA ter a inteira noção de onde está estudando e, por conta própria, dispensar seus seus próprios esforços para fugir das deficiências que sua instituição de ensino apresenta.

Se se contentar com o ensino recebido, vai pagar um preço bem salgado ao receber o diploma.

No caso do Direito, a fatura corresponde ao valor do curso ao longo de cinco anos, mais o tempo perdido.

É muito caro.