Jovem com apenas 2 anos de carteira é um excelente exemplo de advogada de sucesso nos dias de hoje

Terça, 28 de abril de 2015

 

No começo deste mês tive a oportunidade de conhecer vários jovens advogados em um churrasco patrocinado pela Comissão dos Jovens Advogados da OAB/DF. Entre esses, conheci a Drª Marcela Mª Furst Signori Prado.

Ao conversar com ela sobre negócios e carreira na advocacia, fiquei bastante impressionado com seu relato da vida profissional, e como ela evoluiu muito na advocacia em um curtíssimo lapso de tempo. Curto mesmo, pois sua aprovação no Exame de Ordem ocorreu em 2013, ou seja, ela tem apenas 2 anos de atuação profissional na advocacia.

Após o churrasco, e a convite dela, examinei suas redes sociais e constatei que, efetivamente, ela representa um verdadeiro case de como trabalhar de forma eficiente e moderna a própria carreira.

Um case real, pois tive a preocupação de afastar a hipótese de que ela fosse "paitrocinada" ou tivesse tido algum tipo de ajuda de terceiros que alavancasse sua carreira rapidamente, e que não fosse resultado exclusivo de sua própria atuação profissional.

Nada contra auxílios externos - é bom frisar - eu até os recomendo quando o assunto é desenvolver a carreira (fazem parte das características e circunstâncias pessoais de cada um e devem sim serem aproveitados), mas uma história de sucesso vinda de alguém que abriu seu próprio caminho sozinha é bem mais autêntico e interessante como exemplo para outros jovens advogados.

A Drª Marcela, quando o assunto é o trabalho da própria carreira, é um belíssimo exemplo.

Vamos ver, de forma pontual, como ela desenvolve o seu trabalho de divulgação e como conquista espaço com isto:

1 - Segmentação profissional e especialização

Este é um primeiro ponto de grande importância. O trabalho de divulgação profissional dela é focado exclusivamente no Direito de Família.

Na entrevista que fizemos (mais abaixo), a Drª Marcela não recusa causas que não sejam do Direito de Família, até porque ela é nova na profissão e precisa fazer seu caixa, mas seu foco principal de atuação foi claramente delimitado, e somente neste aspecto que ela divulga seu trabalho.

A especialização, mesmo em um ramo antigo do Direito, já repleto de profissionais dedicados a ele, é uma das chaves para ser bem-sucedido hoje na advocacia.

A especialização permite que o profissional apareça em meio a tantos outros que atuam de forma "genérica" na advocacia.

Lembrem-se sempre de uma importante premissa da economia:  o valor está na raridade.

Marcela não se tornou "rara" por optar pelo Direito de Família, mas de plano já saiu da massa genérica de advogados que não optam pela especialização (não confundir com especialização acadêmica. Conheço advogados muito poderosos e conceituados que sequer têm pós).

E, mesmo optando por um ramo antigo e sedimentado do Direito, ela está conseguindo destaque.

Como?

2 - Projeção da imagem com o trabalho intelectual nas redes sociais.

A Drª Marcela não é só boa de marketing: ela também pensa! E ela pensa o seu ramo profissional e trabalha bem para divulgar sua visão de vários institutos jurídicos vinculados ao Direito de Família.

Ela escreve com alguma constância artigos jurídicos e faz o que está ao seu alcance para publicá-los. E para isto foi criada uma rede na internet para espalhar seu trabalho intelectual.

a) Ela divulga seus textos no próprio site, muito bonito por sinal: www.marcela.adv.br

b) Ela criou um perfil no site Jus Brasil, que permite a divulgação de artigos pelos operadores do Direito:

dramarcelamfurst.jusbrasil.com.br

Aqui um ponto interessante: evidentemente é muito bom poder publicar material intelectual em grandes mídias, mas isso não cai do céu para ninguém. O Jus Brasil é um site muito conhecido e muito acessado, e se o acesso está disponível, por que não usá-lo?

A mídia usada importa, é verdade, mas para começar o importante é exatamente (e simplesmente) começar. Hoje é muito mais difícil sentar e escrever um trabalho significativo do que divulgar nas redes esse trabalho. E divulgar qualquer coisa nas redes sociais é algo muito, mas muito fácil.

c) Marcela usa bem seu facebook, com foco específico no seu trabalho.

Facebook de Marcela M. Furst Signori Prado

O face dela trata, basicamente, de seus textos, seu envolvimento com a OAB/DF (vou tratar disto mais abaixo) e sua atuação profissional, com pouco espaço para aspectos pessoais (quando surge algo pessoal, é estritamente familiar).

Aliás, escrevi um texto sobre a atuação dos advogados no facebook que rendeu uma bela polêmica. A leitura dele é bem interessante:

Postou foto de biquíni no facebook e perdeu o cliente, ou, a postura do advogado nas redes sociais

A Drª Marcela enxerga, plenamente, as redes sociais como extensão de sua atividade PROFISSIONAL e não pessoal. Essa distinção ajuda muito na divulgação da carreira.

Resultado disto? Ela foi convidada pela TV Justiça para dar uma entrevista sobre guarda compartilhada.

 

Confiram a íntegra a entrevista clicando no link abaixo:

Saiba Mais - Guarda compartilhada

Isso é MUITO significativo para alguém com tão pouco tempo de carreira!

Detalhe!! A entrevista não resultou de um jabá (conheço muita gente graúda no Direito que usa assessoria de imprensa para aparecer na mídia). Ela foi procurada pela própria equipe da TV Justiça porque analisaram o perfil de atuação dela nas redes sociais, gostaram e entraram em contato.

Legal, não é?

Eu diria que teve um pouco de sorte envolvida neste caso, mas é aquela sorte que encontra quem está preparado, na hora e local certos. Ela estava, e foi chamada...

3 - Atuação política e networking

Como complemento do trabalho de divulgação pessoal, Marcela também procura ampliar a sua rede de contatos. E nós sabemos que uma boa rede de contato vale OURO.

Como ela faz isso?

Ela, por ter tão pouco tempo de carteira, resolveu participar da Comissão de Jovens Advogados da OAB/DF, vai às reuniões do órgão, participa de palestras, eventos, churrascos (onde pode apresentar sua história para este que vos escreve agora).

 

Ou seja, ela vai onde pode estabelecer contatos com colegas e, eventualmente, eventuais clientes.

Com os colegas sempre podem surgir parcerias úteis no futuro. Advogados especialistas costumam declinar causas para outros especialistas quando um caso não é do seu ramo de atuação. Assim funcionam as parcerias, que só são criadas quando se estabelece um laço de confiança entre os profissionais.

Você se torna especialista, estabelece contato permanente com colegas de outras especialidades, mostra serviço, mostra ser confiável e....em algum momento uma causa cai na sua mão.

Ao longo do tempo outras causas aparecem, assim como você também passa para os parceiros causas que não são de sua alçada técnica. E assim monta-se um networking profissional.

Leva tempo, é claro, mas tudo começa quando se toma a decisão de doar um pouco do próprio tempo para a atividade política e de contatos.

 

Não se iludam: não é fácil, pois muito tempo é dedicado ao ofício.

Mas aí é que está o segredo do sucesso: ao se abraçar a profissão, isso deve ser feito com paixão e dedicação. Quando isto acontece, o tempo para a vida pessoal é sacrificado, e por muitos anos, mas os resultados aparecem. Um dia, quando a posição profissional se torna consistente, pode-se então aliviar um pouco a pressão imposta pela vida profissional e saborear um pouco mais os frutos do trabalho.

Ela tem consciência disto e se dedica, verdadeiramente, a abrir seu espaço profissional.

Segue agora uma entrevista que fiz com ela sobre seu trabalho. Ela ainda está no começo, bem no começo, mas está fazendo tudo bem certinho, e certamente vai longe na profissão!

Ela sabe o que está fazendo e está fazendo do jeito certo!

Confiram a entrevista:

 

1 - Quando foi que você se formou?

Eu me formei no 2º semestre de 2009. Porém, por problemas pessoais, sendo um deles, lidar com o emocional na hora de fazer o Exame de Ordem, tirei minha OAB em 2013.

2 - Por que você escolheu a advocacia?

Desde criança meu sonho era estudar Direito. Escolhi a advocacia por esta minha ânsia em ter resultados, respostas, por ser muito questionadora e não aceitar a resposta padronizada.

3 - Como você pensou a sua advocacia, sob o aspecto empresarial, ao analisar o mercado como um todo?

Na verdade, eu, como acredito, como a maioria dos advogados iniciantes, no início, não pensei no aspecto empresarial, não analisei o mercado como um todo, fui entendendo deste mercado com o passar do tempo.

A diferença é que, para mim, particularmente, isso se deu de uma forma mais rápida e dinâmica; logo eu percebi, senti e decidi agir.

Sempre ouvi colegas dizendo que trabalharam anos em escritórios, se sentindo desvalorizados e sofrendo todo tipo de abuso, e daí então perceberam que podiam se dedicar mais e até ganhar mais, trabalhando por conta própria.

4 - Como foi a sua escolha pelo Direito de Família como especialidade? Afinidade ou visão estratégica de oportunidade?

Eu digo sempre que o Direito de Família me escolheu! Todo advogado iniciante se diz ?clínico geral?, talvez porque ainda não se definiu, ou porque assim acredita que vai ter uma cartela maior de clientes.

Só que, no meu caso, as ações foram aparecendo e 90% delas eram de Direito de Família, além de casos de violência doméstica e medida protetiva, que apesar de ser esfera penal são assuntos envoltos ao Direito de Família.

Desta forma, eu fui tomando gosto pelo Direito de Família, hoje sou apaixonada.

5 - Fale sobre sua estratégia de diferenciação no mercado. Quais ações você tomou para se destacar?

No começo eu tentei trabalhar em escritórios, mas as propostas para mim, eram tão absurdas, e tentavam justificar o salário baixo ou a não contratação, pela falta de experiência. Acho isso muito interessante, pois, reclamam da falta de experiência, mas também não querem dar a oportunidade de buscar a dita experiência, afinal, eles mesmos adquiriram a experiência a partir de um primeiro passo.

Entretanto, ao invés de ficar desmotivada e desistir, como acontece com muitos colegas iniciantes, quis correr atrás da minha própria experiência, mas como captar cliente? Criei um site e, conversando com outros colegas iniciantes, trocando ideias, por indicação, fiz um perfil em um site notório, de ampla divulgação (não sei pode falar, o Jusbrasil), onde eu publico artigos e exponho meus contatos.

E foi por meio deste perfil no site jurídico, que muito jornalistas entraram em contato comigo e consegui dar algumas entrevistas, o que, para se destacar profissionalmente é muito bom também, dá credibilidade do seu trabalho ao cliente.

6 - Discorra sobre sua visão do marketing na internet e seu marketing convencional. Como você estabelece a convergência entre esses dois aspectos?

O marketing convencional gira em torno da confecção e distribuição de cartão de visita, da indicação de um cliente à um conhecido, do networking com os colegas da classe em Congressos, cursos ou eventos.

Infelizmente, desde sempre, é sabido que as relações profissionais giram em torno da relações pessoais, então, quem não é filho, neto, cunhado, ?, de alguém já na área, ou seja, não tem um ?quem indique?, tudo é mais difícil. Então, este tipo marketing, não é tão eficaz.

O marketing na internet é inovador e amplo. Na internet você pode mostrar o seu ?currículo? para o cliente, por meio da produção de artigos, você demonstra seu conhecimento acerca de tal assunto, ali, você mostra seu trabalho para o cliente. Além de dar maior visibilidade ao seu contato de e-mail e telefônico, inclusive.

Até porque hoje em dia, todos acham que o google tem todas as respostas de seus problemas...risos...então se você aparecer neste campo de pesquisa ?como uma resposta?, é grande sua visibilidade.

Só que  o marketing na internet é uma faca de dois gumes, tem-se que tomar cuidado para não cometer gafes. E é importante também, agir com lealdade à ética e Estatuto da OAB, pois há uma diferença muito grande entre captar cliente com artigo científico, e captar cliente com propagandas do tipo ?Renegociamos sua dívida por 70% do valor? ou até mesmo ?Promoção! Divórcio e alimentos pela metade do preço?, que acontece, nós vemos esse tipo de coisa.

7 - Você tem pouco tempo de mercado. Acha que está no caminho certo? Seu escritório já lhe dá algum retorno?

Eu acredito que estou no caminho certo sim, estou plantando para colher no futuro. O meu retorno, ainda, não é muito grande, mas a minha liberdade de horário e de intelecto é primordial nessa minha atuação autônoma.

No início é assim mesmo, vamos ganhando muita experiência, não se pode desistir porque o retorno não é imediato ou grande, pois com visão a longo prazo, de produção, de crescimento, é que nos tornamos bem sucedidos!

Tem uma frase que eu prezo muito, coloco inclusive, no meu currículo:

?Todos nós temos talentos diferentes, 

mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades 

para desenvolver os nosso talentos!?

(John Kennedy) 

8 - Como foi seu investimento no escritório? Custou muito caro? Você teve algum apoio?

Tem um escritório é ter custos, um custo que hoje eu não posso arcar, desta forma, eu me utilizo do Escritório Modelo da OAB/DF.

Muitos advogados iniciantes e até mesmo mais antigos, não sabem, mas a OAB/DF te dá um apoio muito grande na realização da sua atividade laboral.

No Escritório Modelo, você tem as salas de atendimento ao cliente com marcação de horário com secretária, você tem computadores com internet e impressora. Quando precisei de gravar a entrevista para a TVJustiça, por não ter escritório físico, a ESA da OAB/DF disponibilizou a utilização da sua biblioteca para que eu pudesse gravar.

Então, não há desculpas para o advogado que não tem como ter seu próprio escritório, ainda, pois querendo, há um leque de possibilidades para você crescer. Quando eu disse acima, que não tenho escritório físico, significa que EU sou meu escritório, seja na internet, seja em casa ou na OAB/DF.

9 - Você é fiel a especialização ou se arrisca em outros ramos do Direito?

Eu me arrisco em outros ramos do Direito sim, por meio de parcerias, pois o Direito tem várias áreas e cada um tem a sua afinidade, a sua especialidade, então por quê não unir forças?! :)

Mas pretendo crescer e vincular o meu nome à minha especialização, para me tornar um ícone no meu principal ramo de atuação.