Quinta, 7 de março de 2013
O governo britânico anunciou um novo sistema que obriga todos os médicos do país a passar por avaliações periódicas. Os testes começaram a ser realizados em dezembro deste ano (2012). A avaliação será feita pelo Conselho Geral de Medicina e pela Associação Médica Britânica, tudo supervisionado pelo Ministério da Saúde britânico. Entenda a história da revalidação britânica, segundo texto presente no website da British Medical Association:
Revalidação é um processo para os médicos afirmarem positivamente para o General Medical Concil (GMC) que eles estão atualizados e aptos a praticar. Ele se aplica a todos os médicos licenciados no Reino Unido, que trabalham no sistema na NHS ? National Health Service ? ou setor privado em todas as áreas de atuação médica. Os médicos terão de cumprir as normas estabelecidas pelo GMC, tendo em conta as orientações para a sua especialidade, para manter a licença para praticar.
Os médicos irão participar de um processo de avaliação robusto para reunir provas para mostrar que estão aptos à revalidação. Isso será executado ao longo de 5 anos. Cada médico responde a um oficial responsável que avaliará seu portfólio e enviará um relatório ao GMC sobre a aptidão do médico para a prática.
Os médicos ingleses devem reunir avaliações periódicas que demonstrem sua aptidão para a prática médica ou da especialidade. Essas provas são baseadas no programa ? Good Medical Pratices? do GMC.
As informações que deverão ser fornecidas incluem:
Observações:
Acadêmicos de medicina: Eles devem verificar se estão tendo uma avaliação efetiva das competências (similar ao teste de progresso aplicado em algumas faculdades no Brasil). Isso será uma parte crítica do processo de avaliação. O não progresso não será necessariamente um impacto sobre a revalidação.
Nossas impressões:
O processo de avaliação da qualidade do serviço prestado pelo médico é de caráter mundial. Não é um problema apenas de nossa nação, a exemplo do que está exposto aqui com a Inglaterra. Aqui no Brasil discute-se muito a avaliação do egresso e nada se fala da avaliação daqueles que trabalham a anos no sistema único ou em consultórios próprios.
A solução apresentada pelo governo inglês aponta para a educação médica continuada como chave do processo de excelência do profissional e, principalmente, para uma melhor qualidade do sistema de saúde da Rainha.
Outro ponto a considerar é o poder que a população exerce nesse processo. O povo relata ao governo más práticas, o que deve ser corretamente avaliado pelo oficial responsável pelo médico acusado. São auditorias constantes que, em teoria, moldam a boa assistência à saúde.
Vamos discutir! Comente abaixo suas impressões sobre essa modalidade de avaliação. Poderíamos usar alguma das propostas apresentadas pelos ingleses no Brasil?
Fonte:
Lá, na Inglaterra, não imagino que existam muitas resistências ao sistema acima delineado. Aqui, Brasil, a maioria dos estudantes e boa parte da classe médica não quer nem ouvir falar em um exame de proficiência.
A questão, evidentemente, é cultural.
O diploma não é prova cabal de aptidão, e sim reconhecimento formal de uma formação acadêmica. A aptidão prática, ao menos no Exame da OAB ou, como visto acima, lá para os médicos na Inglaterra, passa por um processo de avaliação e perquirição de capacidade.
Podemos até discutir se o modelo é o mais adequado, afora a sua metodologia, mas sua necessidade é patente.
A questão do exame de proficiência para medicina se arrasta aqui no Brasil, isso afora a tentativa de se acabar com o Exame de Ordem.
É tudo, ao fim, uma questão de cultura.