Sexta, 10 de dezembro de 2021
Hoje teremos o início formal do XXXIV Exame de Ordem, a primeira prova da OAB em 2022.
É o marco inicial e formal de preparação para a próxima prova objetiva da OAB. De hoje até o dia da prova nós temos exatos 71 dias, pois a prova será aplicada no dia 20 de fevereiro.
O edital que será publicado hoje muito provavelmente não irá apresentar nenhuma novidade. Certamente não teremos mudanças na quantidade de questões ou no conteúdo. Quanto a isto vocês pode ficar despreocupados.
A estrutura hoje da prova objetiva - o primeiro desafio de vocês - é a seguinte:
O gráfico acima mostra as disciplinas que hoje compõem o Exame como também a exata ordem de apresentação na prova, além do aproveitamento médio em cada uma (dados da FGV) e a distribuição topográfica de cada uma na prova.
É importante ter essa distribuição em mente porque, no dia da prova, ela será de grande valia para a estratégia de resolução da prova, método que criei ainda em 2006 para otimizar ao máximo o desempenho durante as 5 horas de aplicação.
As disciplinas podem ser agrupadas em função do peso de cada uma na prova:
Essa organização é muito interessante quando consideramos o pouco tempo de estudo até a prova - 2 meses - e o que priorizar de hoje até o dia da prova.
Existem várias formas de montar uma estratégia que seja eficiente, considerando o pouco tempo até a 1ª fase.
Evidentemente, quem já está estudando e seguindo uma programação não deve alterar o seu planejamento. Por outro lado, que ainda vai começar precisa parar e refletir para poder desenhar o caminho que irá seguir com muita segurança.
E como anda o Exame de Ordem?
A partir do XXV Exame teve o início de uma mudança no grau de dificuldade da prova. É nítido que o nível subiu um degrau.
Pela primeira vez na história do Exame tivemos 3 provas seguidas com o mesmo grau de percepção de dificuldade. Ou seja: pela primeira vez tivemos a MANUTENÇÃO DE UM PADRÃO pela FGV. Duas edições seguidas não forma um padrão, mas três edições formam.
Se perguntarem como será a próxima prova eu diria que ela seguirá o padrão criado nas últimas edições.
E digo isso porque acompanho todos os aspectos estatísticos do Exame de Ordem desde antes da própria OAB se preocupar com isso, e agora temos um padrão claro e estável, como nunca antes, sobre o nível de dificuldade da prova.
Evidentemente, estamos em um estágio de muita clareza sobre o que a banca quer para a prova.
No XXIII Exame tivemos a pior prova pelos seguintes motivos, apresentados aqui de forma resumida:
1 - Redução repentina das questões de Ética, de 10 para 8, impactando forte no resultado geral;
2 - Irrupção de questões interdisciplinares. Apesar de terem sido poucas, atrapalharam muito os candidatos;
3 - Enunciados muito extensos e mais intrincados.
A prova objetiva do XXIV aprovou ao menos 3 vezes mais candidatos na 1ª fase, pois estes não foram surpreendidos pelas mudanças, e porque a FGV não continuou no processo de inserção de questões interdisciplinares.
Já as provas do XXV e XXVI apostaram em questões mais extensas, cansativas por natureza, e por apertar em algumas disciplinas chaves, trabalhando mais nas exceções em alguns pontos sensíveis, o que levou a uma redução do percentual de aprovação.
A prova do XXVII veio bem complicada em todos os aspectos, produzindo o 4ª pior percentual de reprovação na OAB.
A prova do XXVIII Exame veio seguindo o padrão das anteriores, mas aprovou bem mais candidatos. Na minha ótica, o nível geral de preparação subiu, e os candidatos acompanharam a banca.
A prova do XXIX repetiu o que vimos no XXV, XXVI e XXVII, restaurando o grau de dificuldade ogo após o refresco dado pelo XXVIII.
Mas agora, metodologicamente, a prova encontra-se em grave crise.
A FGV perdeu a mão do Exame e não temos hoje uma baliza clara sobre o grau de dificuldade da prova.
A prova do XXX Exame foi cheia de controvérsias: questão plagiada, questão fora do edital e questão de Processo Civil claramente viciada.
Já o XXXI foi o oposto: a melhor prova da história. Bom nível de dificuldade e correção técnica de todas as questões.
O XXXII Exame, o primeiro após a pandemia, foi um verdadeiro desastre: a pior prova de todos os tempo. Cheia de pegadinhas, falhas e completamente fora do padrão. Foram 5 anulações de ofício, feitas em tempo recorde, com uma enxurrada de reclamações. Completamente traumática.
E, por fim, o XXXIII Exame, a melhor prova da história, com um percentual altíssimo de aprovação comparada com outras edições (45%).
Tantas oscilações mostram o desacerto da banca, e dificulta uma análise do que será a próxima edição.
De toda forma, a mentalidade correta continua sendo a mesma: os candidatos têm de se preparar pensando no pior cenário. Essa mentalidade produziu um grande efeito no XXXIII Exame.
Vamos ver as principais datas do XXXIV, que já são de conhecimento público:
O período de inscrição vai de hoje até o dia 20 de dezembro.
Imagino que o edital seja publicado lá pelo final da tarde.
Estarei online para acompanhar tudo!