Qual poderá ser o grau de dificuldade da 2ª fase da OAB?

Quarta, 23 de agosto de 2017

Qual poderá ser o grau de dificuldade da 2ª fase da OAB?

Não podemos negar: o pessoal está assustado com a prova da OAB e, especialmente, com o grau de dificuldade da 2ª fase. E isso, claro, não surpreende nem um pouco, especialmente pela pancada que terminou de ser desferida ontem.

A reprovação recorde da 1ª fase, aplicada sem nenhum tipo de comiseração, sem anulações de ofício, sem amor no coração, sem nenhum tipo de floreio, abriu os olhos dos candidatos, ESPECIALMENTE de quem fará a prova da 2ª fase da OAB.

Se existe meta de reprovação, a primeira fase deste Exame já resolveu o problema todinho.

A média geral é de 18% de aprovação considerando as duas fases. Como apenas 13,35% dos candidatos foram aprovados, então a Ordem não teria mais razões para apertar os Examinandos.

Certo?

Não sei...

Depois de tamanha reprovação, e do presidente da OAB/RJ dizer que "é hora de adotar medidas impopularessob pena da Ordem ser transformada num ?sindicatão?formada por profissionais proletarizados , vítimas de um estelionato educacional?Esse sindicatão vai abandonar o histórico da OAB de cidadania e direitos humanos?, ficamos com uma bela pulga atrás da orelha.

A OAB sobre o Exame de Ordem: ?É hora de adotar medidas impopulares?

Temos a impressão, em princípio, do advento de uma 2ª fase difícil pelo fato da Ordem não se importar mais em reprovar pesadamente.

Mas precisamos ponderar com calma.

No XXI Exame, a 3ª pior prova até agora do Exame Unificado, a FGV facilitou a correção para os candidatos exigindo menos critérios de análise nos espelhos das provas. Como estamos diante de um quadro igual, essa é uma possibilidade também agora.

Historicamente, os candidatos consideram um prova da 2ª fase "boa" quando a aprovação fica na casa dos 50%. Com uma aprovação na faixa dos 45%, a prova é considerada regular, e 40% ela é considerada difícil.

Esses são dados frutos das minhas observações estatísticas e do comportamento dos candidatos há praticamente 9 anos.

Considerando o contexto, não consigo acreditar, de verdade, em provas difíceis nesta 2ª fase. Se tivermos uma prova considerada "boa, com 50% de aprovação, a aprovação final neste XXIII ficará na casa dos 7%, algo nunca antes visto no Exame de Ordem.

Não acredito que essa seja a meta da OAB, não com essa intensidade toda. Ultrapassaria todos os limites do razoável.

Não digo que teremos uma prova fácil, porque estamos em um momento de transição e as certezas evaporam, mas seguramente não vão pesar a mão.

Isso significa dizer que as peças muito provavelmente serão mais simples de serem identificadas, e que nas questões no máximo duas serão mais complicadas, enquanto as outras duas virão com uma melhor apresentação.

A pior parte da 2ª fase, hoje, nem mesmo são as provas, mas sim a correção, o maior gargalo do Exame de Ordem e centro da grande maioria das reclamações.

Mas as correções, ainda, não são motivo para preocupação imediata.

Portanto, esperem por provas pelo menos "normais", considerando a próprio lógica do Exame, ou mesmo provas mais tranquilas, o que não seria algo surpreendente. A FGV desta vez, muito provavelmente, não irá aloprar na 2ª fase.

É muito importante não se deixar impressionar pelo o que está acontece e pela amplitude do estrago feito nesta 1ª fase. Isso tira o foco da preparação.