Fusão de empresas brasileiras cria gigante mundial da educação

Terça, 23 de abril de 2013

As duas maiores companhias de ensino privado do país, Kroton Educacional (KROT3) e a Anhanguera Educacional (AEDU3), anunciaram fusão nesta segunda-feira (22), criando uma gigante mundial do setor. A operação envolvendo ações está avaliada em cerca de R$ 5 bilhões.

Kroton e Anhanguera valem juntas quase R$ 12 bilhões na Bolsa de Valores. Com a união das duas empresas, a Kroton consolida a liderança mundial entre as empresas de educação de capital aberto.

"Nós já eramos a primeira e a terceira maiores companhias do mundo em valor de mercado e juntas somos mais que o dobro que a segunda maior companhia de educação do mundo, a New Oriental", afirmou o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, que será o futuro presidente-executivo da nova empresa.

Mais de 1 milhão de alunos

Juntas, as empresas têm mais de 800 unidades de ensino superior e 810 escolas associadas em todos os Estados do país, somando cerca de 1 milhão de alunos nos segmentos de educação superior, educação profissional e outras atividades associadas à educação.

Enquanto a Kroton está mais concentrada em ensino superior no Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Paraná, a Anhanguera está presente em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Crescimento da classe C

O negócio ocorre num momento aquecido para fusões e aquisições no setor de educação no país, diante da ascensão social de milhões de brasileiros e aumento da renda.

Kroton e Anhanguera, que cresceram rapidamente nos últimos anos em meio a incentivos governamentais para o ensino privado e aquisições de companhias menores.

Fonte: UOL

Vamos ver alguns dados da Folha de São Paulo sobre este novo gigante:

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Poderíamos dizer que é o ápice do triunfo da educação em massa.

Isso é bom?

Duvido muito.

As duas instituições possuem um perfil parecido e o modelo de negócio - voltado para a educação superior com foco das classes C e D - obviamente está relacionado ao lucro, e a gestão reflete exatamente essa meta. Vejam trecho da notícia abaixo, publicada em dezembro de 2011:

"A assessoria de imprensa da Anhanguera Educacional confirmou as demissões ao G1, mas não quis informar o número de professores mandados embora.

?Esta medida irá precarizar a educação na região. Sabemos que são cerca de 300 demissões e muitos já receberam o aviso. Dentro deste total, 80% são mestres e doutores, que serão substituídos por graduados e especialistas?, afirmou José Jorge Maggio, presidente do Sinpro-ABC."

Fonte: G1

Essa é a lógica aplicada aos negócios: redução drástica de custos.

Faz sentido para empresas cotadas na bolsa de valores, em que o lucro é um imperativo categórico. A qualidade da educação, por outro lado, fica em segundo plano, pagando o tributo da realidade capitalista.

Aliás, quem tiver a curiosidade pode analisar o desempenho das faculdades controladas por estes dois grupos no Exame de Ordem. A minha assertiva aqui se comprova facilmente.

De toda forma, cada um escolhe onde estudar. Cada um escolhe o seu caminho.

P.S. Acabei de ver essa matéria daqui -  - que corrobora com o que escrevi antes.