Sexta, 21 de setembro de 2012
Uma hora ou outra, você terá que ler um livro na escola ou para sua faculdade. Depois, é provável que você tenha de fazer uma prova sobre ele. Então, você tem um desafio e deve se perguntar: ?qual a melhor maneira de garantir que eu entendi o livro e vou saber responder a todas as questões do teste??. Pesquisas mostram que você não deve exagerar na leitura. Entenda.
Na verdade, o que você deve fazer é evitar ler muitas vezes o mesmo conteúdo. Ao invés disso, é recomendado uma única leitura e, depois, escrever um resumo, segundo o livro The Little Book of Talent: 52 Tips for Improving Your Skills, pertencente ao autor mais bem-vendido do The New York Times, Daniel Coyle.
As pesquisas mostram que as pessoas que escreveram um resumo lembram 50% mais do que aquelas que leram o livro muitas vezes. Isso acontece porque, para aprender, não se pode permanecer ?apático?. A leitura é um processo passivo, você só deixa as palavras entrarem no seu cérebro. Para fixar, de fato, um conteúdo é necessário transformar o processo da leitura em algo ativo. Portanto, é preciso transformar o conteúdo em algo concreto, como um resumo, uma resenha, etc.
A produção de algo após a leitura força você a descobrir os pontos-chaves da trama, processar e organizar essas ideias no seu cérebro para que elas façam sentido. Escrevendo, você aumenta o alcance da leitura e, portanto, aprende mais.
Fonte: Universia Brasil
Bem bacana essa pesquisa, e suas conclusões convergem com o que escrevo quando se trata de estudos para o Exame de Ordem e que eu republico agora para ilustrar a convergência de ideias:
"O Estudo para o Exame de Ordem pode ser estruturado da seguinte forma, sem no entanto pretender excluir nenhum outro ou considerar este como o melhor:
1 - Leitura da doutrina (específica para o Exame) ou acompanhamento de uma aula acompanhado da leitura SIMULTÂNEA ou logo POSTERIOR da legislação correlata na medida da evolução da leitura ou aula. Aqui o candidato estabelece os vínculos entre os conceitos, as teorias e a norma;
2 - Elaboração pequenos resumos ao término de cada tópico do livro que está sendo estudado. A elaboração de resumos, feitos DE CABEÇA, não só ajuda a delimitar o que não foi apreendido com a leitura inicial como é uma importantíssima etapa de fixação do conteúdo. Se você lembra, o conteúdo, ao menos naquele momento está fixado;
3 - Revisão do conteúdo estudado dentro de um período em específico, de preferência, como estamos em uma reta final, logo após esgotar a doutrina da disciplina escolhida. Essa medida atende à preocupação em se avançar no estudo do conteúdo sem perder a informações previamente estudadas. Ou seja, avançar nos estudos sem esquecer o que ficou para trás. É uma ação basilar.
Todo estudante almeja a chamada "memória profunda", ou a fixação definitiva de uma informação em sua memória. Tal processo não acontece por milagre, uso de técnicas mirabolantes ou sistemas mágicos. É preciso ler, compreender, reforçar o conteúdo e disponibilizá-lo com constância, seja dando aulas (para si mesmo até), elaborando resumos sem efetuar nenhuma consulta ou resolvendo exercícios.
A revisão tem o fito de evocar um conteúdo anteriormente estudado e reforçar a fixação deste no cérebro.
4 - A resolução de exercícios é a última etapa desse processo, e ela é FUNDAMENTAL. Primeiro porque ela se enquadra como um processo ao mesmo tempo de revisão do conteúdo, de desafio ao raciocínio, em razão da adaptação do conhecimento a um problema hipotético, ajudando no desembaraço mental, como também representa uma etapa de adaptação ao sistema de enunciado da banca, e tal adaptação é VITAL!
Notem que o processo de estudo não pode ser trabalhado de forma estanque - Você deve se inteirar da doutrina, confrontá-la com a lei, elaborar resumos e resolver exercícios. Essas etapas, distintas entre si, mas consideradas como um processo global, certamente produzirão ótimos resultados como método de aprendizagem.
Não incorra no erro de optar por apenas uma dessas abordagens em detrimento das demais. Pode ser que um candidato tenha sido aprovado apenas escolhendo uma sistemática, mas é muito provável que isso represente uma exceção, e não a regra."
Fonte: Um mês para a prova da 1ª fase da OAB! Como estudar nesse período?
O professor Rogério Neiva, em seu livro Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento, cita o neuropsicólogo Vitor da Fonseca, cuja percepção do processo de aprendizagem "compreende um processo funcional dinâmico que integra quatro componentes cognitivos essenciais: input (auditivo, visual, tácilo-quinnestésico etc.); cognição (atenção, memória, integração, processamento simultâneo e sequencial, compreensão, planificação, autorregulação etc.); output (falar, discutir, desenhar, observar, escrever, contar, resolver problemas etc.); retroalimentação (repetir, organizar, controlar, regular, realizar, etc.).
Assim, o estudante deve estabelecer etapas dentro do processo de aprendizagem para reter com mais qualidade e por mais tempo a informação estudada. Assistir uma aula, compreender seu conteúdo, explicar a si mesmo o que apreendeu, externar o que aprendeu escrevendo, conversando, resolvendo problemas, e, repetir o processo para o reforço do objeto de aprendizagem tende a produzir efeitos muito positivos para a fixação do conteúdo. Melhor dizendo, estabelece-se uma rotina para a criação da chamada memória de longo prazo.
Essa é, ao meu ver, a melhor lógica de estudos. A busca pela retenção do conteúdo seguindo uma metodologia clara, sem malabarismos e sem querer pular etapas com facilidades, produz resultados consistentes e permitem a apreensão do conteúdo com qualidade.
Um estudo com qualidade exige tempo, paciência, disciplina e dedicação, mas o resultado final é o melhor possível dentro das capacidades e limitações de cada indivíduo.