Segunda, 13 de agosto de 2012
As inscrições para o próximo Exame de Ordem terminarão no próximo dia 16, quinta-feira, e é possível que muitos candidatos estejam se perguntando: faço a prova agora ou espero pelo próximo Exame de Ordem?
Essa pergunta decorre de duas possíveis percepções:
1 - O candidato começou a se preparar agora e acha que não estará pronto em tempo para a prova;
2 - O candidato simplesmente acha que não está pronto independentemente do lapso de tempo estudado, tendo experimentado várias reprovações sucessivas.
A dúvida vem de um drama mais do que recorrente entre os examinandos: a obrigação em ser aprovado e o desânimo de ter de enfrentar tudo novamente.
Dentro do atual contexto não devem mais restar dúvidas de que a preparação para o Exame deve antes passar por um planejamento, tal como a preparação para um concurso público. Sim, o Exame de Ordem não é um concurso, não apresenta concorrência, mas nem por isso prescinde de um preparo adequado.
No post publicado hoje - Universidades federais são campeãs de aprovação no exame da OAB - desde 2010, quando foi instituído, o Exame Unificado recebeu 628.731 participantes, dos quais 111.738 foram aprovados, em um índice médio de 17,7% de sucesso.
Esse percentual de 17,7% é muito baixo, não só expondo a má qualidade do ensino jurídico como um todo como também revelando o grau de dificuldade médio da prova da OAB.
E o grau, obviamente, só pode ser considerado difícil.
E desta percepção emerge o medo do candidato: inscrever-se agora supostamente despreparado e colher um fracasso ou aguardar o próximo Exame e perder a atual oportunidade?
Um dos grandes problemas dos candidatos está em ver a prova como uma última oportunidade em decorrência da pressão em ser aprovado. Mais vale tentar agora do que planejar e tentar depois. Esperar e assumir o ônus em função da percepção de perda de tempo é demais para a maioria.
E a ansiedade é um péssimo conselheiro...
A primeira coisa a ser feita é mensurar em um simulado as reais condições de preparo. Ter certeza da falta de aptidão é fundamental para optar por uma ou outra estratégia.
Se a simulação ratificar a autopercepção, o candidato deve sim desistir da próxima prova. Mas a forma de desistir pode se tornar bem interessante e emocionalmente menos desgastante.
Projetar a preparação para o IX Exame não implica em abdicar integralmente do VIII Exame. Fazer a próxima prova, mesmo sem ter as devidas condições, pode fazer parte do quadro de preparação. Para isto, basta renunciar ao desejo de ser aprovado, retirando assim a pressão pelo sucesso.
A prova então passaria a ser uma etapa, um momento para o candidato fazer uma avaliação de seu emocional e sentir o "clima" do Exame. A organização dos estudos ficaria toda projetada para o IX Exame, este sim o real alvo dos estudos.
Claro! R$ 200,00 não caem do céu e não fazer a prova também é uma opção. Mas se esta grana não pesar tanto no orçamento, compensa fazê-la sem sentir a pressão interna pelo resultado.
A parte mais importante disto tudo é fugir do clico da reprovação. Muitos examinandos fazem a prova, reprovam, e volta a estudar tudo de novo valendo-se do mesmo tempo de preparação. Quando ele reprova 3 ou mais vezes provavelmente já se encontra preso a um círculo vicioso cuja fórmula é simples de expressar: pouco tempo + falta de planejamento = reprovação.
Pular um Exame pode dar representar uma fuga do círculo, permitindo exatamente a implementação de um planejamento de longo prazo e, assim, otimizar as chances de sucesso.
Muitos candidatos estão presos neste círculo vicioso há 5, 6, 7 ou mais edições. Rever a estratégia nesta conjuntura certamente seria útil.
O candidato pode se considerar apto quando, na resolução de exercícios de provas anteriores, seu desempenho médio supera os 70% de acerto.
Estabeleçam então uma metodologia de estudo dentro de um cronograma razoável de tempo, além de implementarem e uma forma sistemática de aferir desempenho. Quando as metas de sucesso forem atingidas, a maturidade para a prova efetivamente se faz presente.
Neste momento o candidato não só estará tecnicamente preparado como terá um escudo emocional contra as pressões, aumentando significativamente as probabilidades de sucesso.