Faltam 2 semanas para a prova da OAB: reforçar o que já sabe ou atacar as fraquezas?

Segunda, 31 de março de 2014

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Na sexta-feira passada publiquei o post Gabarito do 3º simulado do Portal Exame de Ordem e considerações sobre as últimas 2 semanas de preparação e mencionei o fato de ser a última oportunidade para se avaliar o desempenho antes da prova.

Última oportunidade em razão do tempo: com apenas duas semanas o tempo deve ser usado para fazer os ajustes finais na preparação, e os ajustes dependem, em larga medida, da compreensão do conteúdo estudado e do que foi efetivamente apreendido. É a análise de desempenho, conceito de estatística e administração que importei para o Exame de Ordem.

Com a resolução dos simulados e de provas anteriores vocês agora devem ter uma noção do atual estágio de preparo.

A mensuração de desempenho, portanto, tem o condão de mostrar as virtudes e as deficiências.

A partir do reconhecimento dos pontos fortes e fracos, o candidato tem de se fazer análise:

1 - Os pontos fortes são o suficiente para assegurar no mínimo 48 acertos na prova? Ou seja, 60% da pontuação total?

Porque 60%? A ideia é, como já escrevi em outras oportunidades, é ter uma gordura para queimar considerando a probabilidade de erro. Esses 60% é uma margem mínima de segurança no caso, exatamente, da falibilidade do ser humano.

Se o candidato nos simulados e nas provas está ali na faixa dos 40 pontos, o risco para ele é bem maior. Um desempenho acima dos 40% é importantíssimo.

Daqui partimos para o ponto 2:

2 -  Compensa mais reforçar o que se sabe ou partir para as disciplina cujo desempenho não foi bom?

Se o candidato tem uma média de acertos na casa dos 60% ele tem a margem para fazer duas escolhas: reforçar o que já sabe, com muita revisão, ou tentar ampliar a margem e atacar os pontos fracos. Qualquer uma das escolhas é aceitável.

Mas se o candidato está na faixa dos 38-42 pontos, em especial abaixo dos 60%, aí recomendo o estudo de disciplinas em que o desempenho não é bom. É importante conseguir pontos onde o conhecimento não é tão consistente. Aqui a escolha é mais óbvia, pois reforçar o que já se sabe não tem a propensão de modificar o desempenho final de forma relevante.

Isso é importante!

E, uma vez de posse da compreensão das próprias virtudes e debilidades, quais disciplinas atacar?

Este é um ponto NEVRÁLGICO!

O candidato não pode fazer qualquer escolha, seguindo dicas que indicam genericamente as disciplinas a serem estudadas. A escolha é CUSTOMIZADA, ou seja, personalíssima em função da averiguação das próprias capacidades! A escolha é baseada no próprio desempenho, na quantidade de questões e no volume de conteúdo a ser estudado.

Ou seja: neste caso, fórmulas prontas ATRAPALHAM ao invés de ajudar!

Vamos avaliar isso de forma prática!

Primeiro vamos ver como foi a distribuição de questões na prova do XII Exame:

Ética - 10 questões

Direito Civil - 7 questões

Constitucional - 6 questões

Direito Administrativo - 6 questões

Direito Processual Civil - 6 questões

Direito Penal - 6 questões

Direito do Trabalho - 6 questões

Direito Processual do Trabalho - 6 questões

Direito Processual Penal - 5 questões

Direito Empresarial - 5 questões

Direito Tributário - 3 questões

Direitos Humanos - 3 questões

Filosofia - 2 questões

Direito Internacional - 2 questões

Direito Ambiental - 2 questões

ECA - 2 questões

Direito do Consumidor - 2 questões

Ética é um caso a parte e não será abordado aqui. Essa disciplina deve ser estudada somente a partir da quinta-feira da semana da prova. No momento ela não é o foco.

No mais, o candidato deve fazer a seguinte ponderação: quais disciplinas ele deve dar um enfoque especial, considerando aqui o que ele domina, o que ele não domina, o peso das disciplinas escolhidas em função da prova e o volume de conteúdo a ser estudado.

Direito Civil e Processo Civil, por exemplo, possuem um conteúdo bem extenso. Compensa estudar essas duas disciplinas agora, mesmo que o desempenho nelas não tenha sido bom?

Por sua vez, Filosofia tem um conteúdo mais complicadinho e só exigem 2 questões. Como pensa estudar?

Entrar de corpo e alma em Direito do Consumidor vai impactar severamente no desempenho? Talvez Direito Processual do Trabalho traga melhores frutos, caso o desempenho nesta disciplina não seja dos melhores neste momento. Afinal, enquanto em um só caem duas questões, no outro são cobradas seis questões.

Que tal, em termos de perspectiva, olharmos o desempenho médio por disciplina dos examinandos ao longo das edições do Exame de Ordem unificado, desde o II Exame até a X edição? Esses dados podem ajudar na hora de decidir:

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Com esses dados podemos fazer um ranking com base no desempenho dos candidatos por disciplina, ou seja, podemos apontar quais são as disciplinas que proporcionam uma melhor resposta dos candidatos considerando a média:

1º) Ética Profissional - 64,4% de aproveitamento médio (10 questões)

2º) Direito do Consumidor - 61,7% de aproveitamento médio (2 questões)

3º) Filosofia do Direito -  60,6% de aproveitamento médio (2 questões)

4º) Estatuto da Criança e do Adolescente - 55,1% de aproveitamento médio (2 questões)

5º) Direitos Humanos - 48,3% de aproveitamento médio (3 questões)

6º) Direito Administrativo - 48,1% de aproveitamento médio (6 questões)

7º) Direito Ambiental - 47,1% de aproveitamento médio (2 questões)

8º) Processo Penal - 45,5% de aproveitamento médio (5 questões)

9º) Direito Tributário - 45,3% de aproveitamento médio (4 questões)

10º) Direito do Trabalho - 41,7% de aproveitamento médio (6 questões)

11º) Direito Constitucional - 41,6% de aproveitamento médio (7 questões)

12º) Direito Civil - 40,6% de aproveitamento médio (7 questões)

13º) Direito Internacional - 40,3% de aproveitamento médio (2 questões)

14º) Processo Civil - 39,6% de aproveitamento médio (6 questões)

15º) Processo do Trabalho - 38,9% de aproveitamento médio (5 questões)

16º) Direito Penal - 38,0% de aproveitamento médio (5 questões)

17º) Direito Empresarial - 31,8% de aproveitamento médio (5 questões)

A partir daí vocês devem fazer essa ponderação. É muito cômodo oferecer respostas prontas, mas o candidato tem de ter a compreensão de que possui suas próprias particularidades, e dicas e respostas genéricas são cômodas, mas não exatamente eficientes.

Reflitam com calma e façam a melhor escolha sempre tendo em mente o próprio desempenho, as virtudes e possíveis limitações.

E não se esqueçam!

Independentemente da escolha agora é hora, mais do que nunca, de resolver muitas questões para verdadeiramente entrar no ritmo da prova!