Sexta, 17 de junho de 2016
Está ganhando repercussão um pretenso experimento social, idealizado pelo estudante de Engenharia da UFMG, Matheus Palhares, e pelo médico William Hastenreiter, que retirou algumas constatações curiosas e, seguramente, polêmicas.
O experimento, simples, foi formulado da seguinte maneira: um freezer com centenas de picolés é deixado em alguma instituição de ensino (a ideia é levar para espaços públicos e empresas) acompanhado por um banner explicativo: ?1 picolé: R$ 2 ? Escolha o seu e deposite o dinheiro na urna?.
Ao lado do freezer os idealizadores deixam uma urna trancada com um cadeado e rodeada com correntes, para o depósito do dinheiro. Após uma semana o material é recolhido e é feito um cálculo entre os picolés consumidos e o dinheiro arrecadado. O experimento início em abril, após Matheus Palhares voltar de um intercâmbio na Alemanha, onde vivenciou avaliações similares.
Resultado do experimento social: Apenas 6% dos estudantes da Faculdade de Direito da UFMG supostamente seriam honestos. Já na Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas), da mesma universidade, o índice também seria reprovado: 45%. Por outro lado, os alunos das faculdades de Engenharia e Arquitetura, da Fumec, e de Odontologia, da federal mineira, possuem a taxa mais alta de confiabilidade: 96% e 92%, respectivamente.
?Nosso objetivo não é criar uma disputa entre faculdades, não é fazer um levantamento estatístico ? até por isso, não usamos o termo ?honesto?, mas ?preparado?. Desejamos apenas despertar a reflexão nas pessoas. O picolé que está na faculdade ou no colégio é o mesmo que está no supermercado, a diferença é que na nossa experiência não tem fiscal, caixa nem segurança?, afirmou o estudante.
O Teste do Picolé já foi feito em sete instituições: Fafich e nas faculdades de Engenharia e Arquitetura (Fumec), Odontologia (UFMG) e Direito (UFMG), além do prédio da reitoria da universidade federal mineira e dos colégios Maximus, no bairro Palmares, e Magnum, no bairro Buritis.
O objetivo dos idealizadores é levar o experimento em todas as faculdades e colégios onde possam obter autorização.
?Estamos batendo de porta em porta. Todo o custo é coberto por nós mesmos, não temos patrocinador muito menos algum vínculo partidário. Quando terminarmos o experimento, pretendo fazer um relatório para transformar esse teste em créditos na faculdade?, planeja Palhares.
Com informações do BHAZ
Esse teste social tem falhas, evidentemente. Falta-lhe, ao menos pela narrativa, rigor na observação do comportamento dos estudantes. Nada impediria que uma pessoa retirasse sozinha 20 ou 30 picolés, em função da ausência de controle. Isso por si só geraria uma assimetria na leitura dos dados.
Logo, as conclusões tiradas são muito questionáveis.
É assombroso imaginar que apenas 6 estudantes em Direito dentro de um universo de 100 seriam "confiáveis." Não consigo acreditar nisto.
O experimento está sendo narrado em uma página do Facebook criada especialmente para este fim: Paga Brasil