Exame de Ordem Unificado tem recorde de inscritos: 121.309 examinandos farão a prova de domingo

Terça, 12 de julho de 2011

Recebi em primeira mão a informação sobre o número de inscritos no IV Exame de Ordem Unificado: 121.309 candidatos. Recorde histórico no Exame de Ordem. 121.309 representa um aumento de 13,48% no número de inscritos em relação ao recorde anterior, ocorrido no último Exame, que teve 106.891 candidatos inscritos. Esse crescimento decorre principalmente da demora do Exame 2010.3 em acabar. Seu edital saiu em dezembro de 2010 e o resultado final só foi conhecido no dia 19 de junho. Nesse tempo muitos candidatos entraram na "zona de inscrição" do Exame, ou seja, passaram a estar aptos a se inscreverem por terem entrado no último ano da faculdade. Vejamos então os dados dos últimos Exames:

2008.1 - 39.357 inscritos - 11.063 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 28.87%

2008.2 - 39.732 inscritos - 11.668 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 30,22%

2008.3 - 47.521 inscritos - 12.659 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 27,35%

2009.1 - 58.761 inscritos - 11.444 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 19,48%

2009.2 -70.094 inscritos - 16.507 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 24,45%

2009.3 - 83.524 inscritos - 13.781 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de presentes: 16,50%

2010.1 - 95.764 inscritos - 13.435 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de inscritos: 14,03%

2010.2 - 106.041 inscritos - 16.974 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de inscritos: 16,00%

2010.3 - 106.891 inscritos - 12.534 aprovados

Percentual de aprovados em relação ao número de inscritos: 11,73%

IV Unificado - 121.309 inscritos

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Se no Exame de Ordem 2008.1 tivemos 39.357 candidatos, o crescimento no número de inscritos foi de 208,22%.

Observando-se os dados acima, podemos especular o grau de dificuldade da prova do domingo.

Primeiro devo ressaltar que o grau de dificuldade de qualquer coisa tem um imenso componente subjetivo, pois depende muito de avaliações pessoais. Quando trato do grau de dificuldade, baseio-me integralmente na análise de número e percentuais. A lógica é simples: quanto maior o percentual de reprovação, pior é a prova.

É nítido que os percentuais de aprovação foram gradualmente diminuindo com o passar do tempo, de 28,87% do Exame 2008.3 até os 11,73% na última prova. Tal redução aponta para uma relativa estabilidade no número final de aprovados.

A média de aprovados do Exame Unificado é de 13.340 candidatos, em um total de 120.340 advogados incluídos nos quadros da OAB nos últimos 3 anos.

Observem que a em cada Exame o número de aprovados é relativamente estável, oscilando entre 11 a 16 mil candidatos, comparando com o número de inscritos, que sempre cresce.

Qual será então o grau de dificuldade da prova? O suficiente para manter o padrão de aprovação acima delineado. Ou seja, quanto mais candidatos inscritos, maior o número de reprovados, pois a média de aprovados por prova é relativamente estável: 13.340 examinandos.

O número de aprovados não segue o crescimento percentual do número de inscritos. Essa é a regra.

Eu tenho a convicção de que a simples redução de 100 para 80 questões é um complicador em si mesmo, pois a margem de erro dos candidatos diminuiu. Proporcionalmente o examinando terá de saber mais para evitar que uma pergunte aborde algo que ele não estudou.

Ademais, nada impede que com a redução a FGV elabore questões mais extensas com o fito de "preencher" o vazio deixado pelas 20 questões excluídas.

Em termos comparativos, creio que o grau de dificuldade da prova será bastante semelhante com o da última prova objetiva, e o aumento da dificuldade residiria na redução do número de questões, ou, com uma menor probabilidade, com o aumento dos enunciados.

Não é, evidentemente, uma notícia boa de se dar, mas os números falam por si.

O Exame de Ordem não é uma prova fácil, e praticamente 9 entre 10 candidatos reprovam tal como as estatísticas mostram.

A lição tirada dos dados é uma só: ou o candidato estuda muito, com planejamento, qualidade e dedicação, ou NÃO vai passar.

A OAB não está de brincadeira com ninguém e quem ignorar essa realidade vai ficar na fila.