Exame de Ordem em números: As disciplinas que mais aprovam na 2ª fase da OAB!

Sexta, 17 de abril de 2020

Exame de Ordem em números: As disciplinas que mais aprovam na 2ª fase da OAB!

A FGV publicou a atualização dos dados estatísticos do Exame de Ordem, em sua publicação "Exame de Ordem em Números", que  mostra o índice de aproveitamento dos candidatos na prova da OAB.

Com um nível de detalhes que só a FGV pode proporcionar, o estudo mostra inclusive o desempenho dos candidatos por disciplina na segunda fase do Exame de Ordem. O levantamento apontou que Direito Penal ocupa o topo entre as mais escolhidas pelos examinandos (30%).

Confiram no gráfico abaixo:

Em segundo lugar vem Direito do Trabalho, com 27% dos inscritos e Direito Civil com 15%. Nota-se que Direito Civil representa 22,4%, o segundo maior índice de aproveitamento.

Histórico de desempenho dos candidatos na 2ª fase da OAB

Direito do Trabalho ocupa a terceira posição entre as disciplinas com menor taxa de aproveitamento, com 17,9%, superando apenas para Direito Penal e Direito Administrativo.

As disciplinas de Direito Administrativo e Direito Tributário estão na faixa intermediária, com uma média de 8% e 9%, respectivamente, de inscritos e 19% de aproveitamento por edição.

Histórico de desempenho dos candidatos na 2ª fase da OAB

Já Direito Constitucional, apesar dos baixos percentuais no número de inscrições, 8%, conta proporcionalmente com a maior taxa de aprovação. Constitucional tem 29,6% de aprovação. Por outro lado, Empresarial tem o pior percentual proporcional, de apenas 11,8%. É o patinho feio do Exame. 

Confiram abaixo o quadro comparativo de todas as disciplinas:

Notem que as disciplinas que menos sofreram alterações na ordem de escolhas dos examinandos, representando as maiores porcentagens tanto em todas as edições analisadas, quanto nos últimos três exames.

O quadro abaixo mostra a preferência dos candidatos dividida em grupos, em média, de três edições por grupo de coloração, representando as épocas do exame ao longo do tempo:

Percebam o seguinte, quanto a evolução das preferências dos candidatos ao longo das edições do Exame de Ordem:

1 - Administrativo

Teve seu período de crescimento por volta dos Exames VII ao IX e depois vem experimentando uma longa e suave queda.

2 - Civil

Cresceu entre os Exames X e XXI e depois entrou em suave declínio

3 - Constitucional

Ficou estagnado entre os Exames IV e XV para depois experimentar o maior crescimento proporcional entre todas as disciplinas

4 - Trabalho

Por muitos anos, antes da FGV, era a maior disciplina. A primeira prova da Fundação foi uma imensa mudança de paradigma para a disciplina (As 3 primeiras provas de Trabalho sob o comando da FGV foram muito complicadas) e isso se refletiu em uma sensível queda. depois a disciplina estabilizou, mantendo a sua segunda colocação.

5 - Empresarial

O patinho feio! Teve seu momento de melhor desempenho entre o X e o XII Exames para depois cair e estabilizar. Quem gosta, gosta e ponto!

6 - Penal

Penal apresenta um longo, suave e constante crescimento. Por muito tem vem sendo a disciplina mais escolhida entre todos os candidatos.

7 - Tributário

É uma disciplina que apresenta também uma boa estabilidade estatística.

As estatísticas podem induzir muitos candidatos a trocarem de disciplina em função de um melhor desempenho em uma ou outra disciplina.

É um erro!

 

Considerem o seguinte:

1 - NÃO EXISTE isso de "disciplina mais fácil".

Não existe isso de disciplina mais fácil para uma segunda fase. Uma simples peça inédita pode compromenter a aprovação de uma grande quantidade de aprovados. 

As disciplinas de 2ª fase, TODAS ELAS, são ramos MADUROS do Direito, com ampla doutrina, jurisprudência e possibilidades. Achar que uma disciplina tem um número pequeno de peças ou qualquer outro tipo de facilidade é um IMENSO erro, um erro verdadeiramente CRASSO!

A escolha da disciplina tem de ser NECESSARIAMENTE pautada pela afinidade intelectual do examinando. A escolha tem de repousar onde o candidato sente-se melhor intelectualmente; onde ele consegue entender a situação fática e projetar a respectiva solução jurídica, independentemente do número de peças, artigos ou qualquer outra coisa.

No caso de dúvida entre duas disciplinas, a única forma racional e inteligente de decidir está em resolver provas anteriores para verificar em qual das duas o desempenho é melhor. 

Simples assim!

2 - SEMPRE uma peça inédita poderá ser cobrada.

Volta e meia uma peça inédita é cobrada em uma 2ª fase da OAB. 

Toda disciplina pode enfrentar uma novidade. 

No XIX Exame de Ordem, por exemplo, foi cobrada uma contrarrazões de apelação em Penal. Foi a mesma coisa: era uma peça inédita e a esmagadora maioria dos candidatos não estava preparada. Resultado: reprovação em massa naquela disciplina.

Lembro-me que apenas o Geovane Moraes, e um outro professor que agora não me lembro o nome, deram as contrarrazões em Penal, enquanto outros professores fizeram uma força para empurrar a apelação goela abaixo dos candidatos como peça possível, pois não haviam treinado seus alunos.

Falharam miseravelmente, pois a banca não aceitou nada além das contrarrazões.

Treinar tudo é fundamental para o sucesso na 2ª fase.

3 - A preparação vai ALÉM do seu professor.

Certa vez uma professora de um curso NÃO DEU a peça de Tributário, mas o fez somente em uma live de instagram. Morald a história: essa peça caiu na prova e ela ficou se desculpando (e bloqueando) seus próprios alunos.

Um professor dá uma peça quando ele ENSINA a fazê-la, de cabo a rabo, do início ao fim, começando pela competência, terminando no fechamento da peça e envolvendo tudo o que vai no meio dela. Apenas indicar a peça, ou sugeri-la, não é ensinar, não em uma segunda fase, quando a peça precisa ser desenvolvida e treinada de forma MANUSCRITA.

E nem sempre isso acontece.

COMPETE ao candidato se assegurar que vai treinar TODAS as possibilidades.

COMPETE ao candidato escolher um bom curso.

A segunda fase é prática, é treinamento, é fazer calos nos dedos e na mão de tanto escrever. Se o candidato não escreveu, ele não estudou a peça.

Certifiquem-se de treinar tudo. Certifiquem-se de escolher um bom professor, um que dê de verdade todas as peças.

4 - APOSTAS são enganos!

A partir do XXIV Exame passei a fazer "apostas" para os candidatos, que sempre pedem esse tipo de "orientação".

Só comecei a fazer isso em função da demanda absurda dos candidatos em saber o que eu acho o que vai cair.

E desde que comecei a fazer isso, sempre faço uma FORTE RESSALVA: Aposta é somente uma aposta!

E como tal, a minha aposta não é melhor do que a posta de rigorosamente ninguém. Lidar com o Exame de Ordem após mais de uma década de inovação em preparação estratégica não me deu o dom da presciência.

Apostas existem em função da imensa ansiedade dos candidatos, mas elas, no fundo, mais prejudicam do que ajudam. Podem gerar uma falsa expectativa.

Agora, para esta prova, eu mesmo errei TODAS as minhas apostas. E isso não tem nada de extraordinário! Na prova passada também errei todas.

A maioria das apostas, ou mesmo quase a totalidade, apontavam para o mandado de segurança em Tributário. Deu no que deu.

Na hora em que o caderno de prova é aberto, a surpresa de quem fez Tributário não deve ter sido pequena. 

Não teria sido bem melhor chegar pronto para tudo, sem a expectativa do que poderia cair mas com a certeza de estar pronto para tudo?

Fica então a dica: escolham a segunda fase com muita segurança, consciência e zelo.

É muito triste ver candidatos bem preparados e inteligentes reprovarem por conta de uma peça que não foi adequadamente estudada. Todo um potencial travado porque a preparação não abrangeu o necessário para a aprovação.

 

E meramente seguir as estatísticas representa um grave erro! 

Muito cuidado na hora de avaliar!