Quarta, 11 de julho de 2012
Quem fez a prova de Direito do Trabalho está reclamando da desproporção entre o volume de temas exigidos na prova em comparação com as provas das demais disciplinas.
E reclamam com razão.
Vejam só, a título de ilustração, o tamanho do enunciado da peça prática trabalhista:
Foi uma lauda e meia de enunciado!
Agora, ainda ilustrativamente, vamos comparar com outras provas, usando a mesma proporção na redução da imagem.
Empresarial:
A discrepância no tamanho dos enunciados é flagrante! Tirando a prova de Trabalho, nenhum outro enunciado ocupou mais de meia lauda.
Quem quiser ver pessoalmente é só conferir as provas - Divulgados os cadernos de prova da 2ª fase do VII Exame de Ordem
Não se trata de questionar o grau de dificuldade da prova em si. Quanto a isto a prova esteve no nível das demais. O problema é o VOLUME DE CONTEÚDO a ser trabalhado no mesmo período de tempo dos demais candidatos.
Aqui a desproporção é manifesta!
Tirando a qualificação das partes e contando as premilinares, mérito e pedido, o candidato trabalhista teve que desenvolver 11 temas em sua prova, muito além do que qualquer candidato em qualquer outra disciplina da 2ª fase.
Não só desproporcional como absolutamente injusto.
E não é a primeira vez que isso acontece! No Exame de Ordem 2010.2, o primeiro da FGV, também foram 11 temas, e no Exame 2010.3 foram 15 temas a serem desenvolvidos.
Passa a impressão de se querer, deliberadamente, afastar os candidatos da prova trabalhista, elaborando-se enunciados quilométricos.
Pergunta-se: se todos os candidatos são iguais diante da banca, por que tratá-los com provas tão discrepantes em termos de esforço físico e cognitivo?
A OAB precisa rever essa política, pois ela é completamente anti-isonômica.
Quem opta por uma disciplina não pode ser penalizado por suas preferências. E enunciados manifestamente desproporcionais produzem inequivocamente distorções.