Quinta, 2 de junho de 2016
A reitoria do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), localizada no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, foi palco de um protesto no fim da tarde desta quarta-feira (1º). Levantando cartazes com mensagens como ?Não ao desrespeito? e ?Mais respeito aos alunos?, estudantes do curso de Direito protestaram contra o fato de uma estudante ter urinado em sala de aula após ter sido impedida de ir ao banheiro durante a aplicação de uma prova.
O incidente ocorreu na noite da terça-feira (31), durante a realização de uma prova da cadeira de Direito Administrativo II. Uma aluna do 7º período do curso de Direito, que prefere não ser identificada, solicitou a ida ao banheiro durante o exame e, como não teve o pedido atendido pelas professoras, acabou urinando dentro da sala de aula ao lado dos colegas.
?No início da prova, me colocaram em uma banca em frente ao ar-condicionado e foi me dando uma tremedeira de tanto frio. Como tenho infecção urinária, pedi a uma das professoras que estava na sala para me mudar de lugar. Já estava com vontade ir ao banheiro e pedi para ir, mas não fui autorizada. Resolvi, então, marcar as questões que faltavam sem nem ler e entreguei a prova, pois comecei a urinar na calça e saí urinando pelo caminho até o sanitário?, contou a estudante de 21 anos.
A aluna contou ainda que, após o ocorrido, procurou a coordenação do curso para relatar o ocorrido, mas não foi recebida pela coordenadora. A estudante decidiu que irá processar a instituição de ensino. ?Vamos procurar a reitoria para expor o lado da aluna e depois vamos entrar com uma ação judicial de indenização por danos morais?, informou ao G1o advogado da estudante, Hugo Arruda.
O episódio estimulou colegas de turma a realizarem um protesto em frente à reitoria, com carro de som e cartazes. ?Decidimos protestar contra essa situação constrangedora e desrespeitosa. Queremos que a faculdade respeite a dignidade da pessoa humana e o direito de ir e vir?, afirmou uma representante da turma do 7º período do curso de Direito da Uninassau que preferiu não se identificar.
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a Uninassau informou que "em nenhum momento a aluna envolvida no suposto episódio procurou a coordenação ou direção da unidade para relatar o ocorrido. Ao saber do fato por outros alunos, a Instituição instaurou um processo administrativo para apurar o episódio, conversando com inúmeros alunos, com o DA [Diretório Acadêmico] de Direito, professores e funcionários que estavam presentes na ocasião".
Ainda no texto, a instituição de ensino afirma "que uma de suas premissas é o respeito aos seus estudantes e que, após a finalização do processo, todas as medidas cabíveis serão tomadas".
Fonte: G1
É difícil imaginar uma forma mais grotesca para se humilhar uma pessoa do que essa. Acho que até mesmo uma agressão física não conseguiria causar um trauma tão grande quanto você ser impedido de ir ao banheiro e ter de urinar na sala, diante dos colegas.
A instituição tem de tomar providências urgentes contra os responsáveis por essa aberração. Aliás, deveria procurar a aluna e se propor a pagar uma indenização justa sem sequer a necessidade dela ajuizar uma ação. Seria uma forma de reparar minimamente os danos e demonstrar que efetivamente se opõe a esse tipo de conduta, poupando-a dos aborrecimentos inerentes a um processo, e claro,a ter de reviver em juízo toda essa história grotesca.
Não tem desculpa uma coisa dessas.