Estamos em 2015! Como escolher a SUA edição (entre 3) do Exame de Ordem!

Segunda, 5 de janeiro de 2015

choices

Muito bem jovens! O ano de 2015 começou e vocês terão 3 oportunidades de serem aprovados em uma das edições deste ano do Exame de Ordem.

Não preciso entrar muito em detalhes sobre a necessidade de planejar a preparação para a prova. Todo mundo sabe muito bem das dificuldades em ser aprovado na OAB.

Só para ilustrar a ideia, segue o percentual médio de aprovação no Exame, de acordo com dados levantados pela própria FGV durante o período do Exame Unificado, excluindo o XIV Exame e o atual, o XV:

1

Podemos dizer então que as estatísticas do Exame tem dois lados: o feio e o bonito. E, evidentemente, ninguém quer fazer parte do lado feio das estatísticas. E, para isto, é preciso PLANEJAR!

E o planejamento envolve a delimitação de alguns elementos básicos para o planejamento ser estruturado de forma correta, evitando que o candidato caia no "ciclo vicioso de reprovação".

O que é esse ciclo?

Um examinando entra em um ciclo quando ele reprova no Exame e não consegue encontrar tempo suficiente para estudar de forma adequada, vindo a reprovar sucessivas vezes. O tempo que falta não decorre do tempo que ele tem disponível em si mesmo, e sim dos curtos intervalos de tempo entre uma prova e outra. Ao reprovar em uma 2ª fase, já vindo de uma repescagem, por exemplo, o candidato terá pouco menos de 2 meses para estudar tudo de novo.

É pouco tempo, considerando, em especial, que ele só vinha estudando para a 2ª fase em duas edições seguidas.

Ou, o candidato vai reprovando somente na 1ª fase mas não consegue estudar direito para a próxima 1ª fase, entrando também em um ciclo de reprovação.

O objetivo é fazer a prova uma ÚNICA VEZ!

Então, como ponto de partida, o futuro examinando tem de se situar dentro do contexto. Para isto é preciso responder a uma perguntinha básica: "em que estágio eu estou diante das 3 edições deste Exame?"

A resposta depende, sempre, da situação acadêmica do candidato. Em princípio nós temos 3 situações possíveis (sem descartar outras, é claro):

1 - Acadêmico do último ano do curso de Direito, que vai fazer a prova pela 1ª vez;

2 - Recém-formado, que ainda não faz a prova, ou a fez 1 única vez, e agora PRECISA ser aprovado;

3 - Examinando que tem 2 ou mais reprovações no Exame.

Teorizando um pouco, são estes os 3 tipos de candidatos possíveis. E, para cada um, uma postura distinta contando o tempo a partir de AGORA.

Vamos olhar o calendário 2015 do Exame, dando um enfoque especial para os dias das provas da 1ª fase:

2

Agora vamos planejar em conformidade com os possíveis estágios acadêmicos de cada tipo de candidato.

1 - Acadêmico do último ano do curso de Direito, que vai fazer a prova pela 1ª vez;

Quem ainda está na faculdade não carrega sobre si um grande peso: o da responsabilidade em ser aprovado.

Evidentemente, ser aprovado antes de se formar é excelente por si mesmo, mas o "peso" da aprovação, a famosa obrigação em ser aprovado não pesa sobre os ombros.

Aqui o candidato pode fazer a prova para ver como ela é, e, depois, estudar pesado para a edição seguinte, ou mesmo já partir para o ataque com tudo focando a aprovação logo de plano.

Duas ponderações!

A primeira é que para a prova de 15 de março, a dificuldade em "partir com tudo para o ataque" é bem maior. O lapso de tempo ainda permite uma preparação mínima o suficiente para ser aprovado, mas a dificuldade é maior, considerando também as obrigações que o candidato ainda tem com sua faculdade.

O ideal, portanto, para atacar a prova com força e vencê-la é escolher o XVII Exame, cuja prova objetiva está marcada para o dia 19 de julho.

Daqui até lá o candidato terá 6 meses de estudo diante de si, e esse lapso de tempo é excepcional para uma preparação completa e consistente.

E aqui venho com um detalhe interessante: o foco pode ser a prova do XVII, e o planejamento deve ser construído todo voltado para aquela prova, mas isso não impede de se fazer a prova do XVI, mas sem o peso da obrigatoriedade da aprovação e sem quebrar o planejamento focado no XVII.

Seria fazer a prova para "ver qual é".

Se por acidente o candidato passa, menos mal, missão cumprida! Se ele não passa, fica a consciência tranquila de que o planejamento está sendo seguido, focado no XVII Exame, e ainda sobra o feedback da experiência em si, considerando aí seu fator emocional, totalmente trabalhável para a próxima edição.

Detalhe importante! Quem ainda está na faculdade tem um desempenho médio SUPERIOR no Exame em relação aos bacharéis. Vejam só esses dados da FGV:

"Outra variável considerada nesta avaliação é a escolaridade do examinando no ato de inscrição. Como evidenciado no Gráfico 13, as taxas de aprovação observadas foram maiores entre os estudantes de graduação do 9º e 10º períodos (respectivamente, 29,8% e 19,8% ? média de 24,8%) e do 5º ano (23,5%). Comparativamente, os bacharéis em Direito ? maioria no Exame ? apresentaram desempenho significativamente inferior (12,6%)."

3

A taxa média de aprovação no Exame é de 17,5%, como vimos no gráfico mais acima. Entre os estudantes do 9º semestre, a taxa é de 29,8%, enquanto os estudantes do 10º tem um percentual de 19,8%. Já entre os bacharéis, a taxa é bem menor: 12,6%.

Nem preciso dizer da obviedade de se fazer a prova assim que for possível. entrou no 9º semestre já se deve fazer a prova, isso considerando que a partir do 8º semestre já é perfeitamente possível ao menos planejar os estudos para se entrar no 9º semestre com plenas condições de se submeter ao certame.

Estatisticamente é comprovadamente mais vantajoso!

2 - Recém-formado, que ainda não faz a prova, ou a fez 1 única vez, e agora PRECISA ser aprovado;

Bom, a faculdade acabou, a colação de grau veio, a beca foi usada e agora você virou gente grande e precisa passar na OAB.

Acabou a "brincadeira", por assim dizer.

Neste momento o fator emocional passa a pesar muito mais para um candidato. Claro, as reprovações anteriores, ainda na faculdade (ou mesmo o candidato não quis se submeter ao Exame) não pesam tanto assim, mas de agora em diante a brincadeira ficou séria e não há mais margem para erros:o planejamento é tudo neste momento!

Eis a questão: XVI ou XVII Exames?

Considerando que os estudos AINDA vão começar, faço uma simples ponderação.

Para o XVI Exame o tempo é curto, mas ainda é possível estudar. Temos 2 meses e meio até a prova, e o estudo tem de considerar o fato de que já não é mais possível esgotar todo o conteúdo até a prova. Direito Civil e Processo Civil devem ser descartados, pois como ambos têm um grande volume de conteúdo a ser estudado e o tempo é limitado, é melhor investir em outras disciplinas que proporcionam um retorno igual em número de questões mas um retorno MAIOR em termos de economia de conteúdo.

Essa não é uma dica muito legal - ignorar um ou mais disciplinas - mas estou há muito tempo tratando do Exame para saber que ela funciona. É preciso, acima de tudo, ser pragmático, e direcionar os estudos em função da obtenção do melhor resultado POSSÍVEL e não do melhor resultado no campo das ideias.

Já para o XVII Exame, aí a preparação pode ser abrangente, com o uso de uma metodologia consistente de estudos com o fito de esgotar todo o conteúdo de forma adequada.

A diferença entre uma ou outra edição é o tempo.

E aí vem a pergunta: qual é a melhor para você?

Não tenho a resposta de plano. Cabe a cada um, neste caso, ponderar direitinho e projetar qual a melhor escolha. A pergunta a ser feita em busca da resposta correta é: para o XVI Exame o tempo restante será responsavelmente utilizado nos estudos, sem distrações e sem perda de tempo? A resposta e essa pergunta conduzirá para a escolha correta.

Depende de cada um.

3 - Examinando que tem 2 ou mais reprovações no Exame.

Aqui o quadro é bem mais nítido!

Quem vem de várias reprovações encontrou diante de si um obstáculo que precisa ser encarado com muita calma e, em especial, sem AFOBAÇÃO.

Se a reprovação é a regra, então é hora de admitir que a metodologia de estudo e o planejamento utilizados até agora não foram os corretos. Correto é tudo aquilo que leva à aprovação.

Aqui temos de considerar também o fator ansiedade. Quem vem de algumas reprovações não só está ansioso como sente muito mais a pressão, tanto a interna como a externa (parentes, amigos, mercado, etc.), e essa pressão atrapalha no desempenho durante a prova.

Considere, portanto, a necessidade de se preparar com mais CALMA, mais abrangência do conteúdo e mais tempo, focando o XVII Exame de Ordem.

Com mais tempo, esgotando todo o conteúdo, reformulando a metodologia de estudo e criando para si a certeza de que a preparação, desta vez, será melhor conduzida, as chances de aprovação passarão a ser maiores.

E aqui o candidato também "foge" do clico de reprovação, ou seja, de sair de uma prova e entrar noutra sem ter o tempo ideal de estudos, ou seja, de esgotar todo um programa prévio de preparação.

Essa dica precisa ser considerada porque ela necessariamente, e de forma deliberada, gera a abdicação do XVI Exame de Ordem. Isso pode gerar uma certa dúvida ou ressalvas, pois uma oportunidade estaria sendo perdida.

De fato, essa é uma ponderação pertinente.

Por outro lado, a autocrítica neste momento precisa ser bastante séria, pois quem vem de reprovações sucessivas precisa identificar as razões pelas quais não consegue passar pela prova, e ter mais tempo não só de buscar e encontrar respostas, como também mais tempo para se preparar a fundo faz todo o sentido.

Pense com carinho, pondere sobre os prós e os contras, e faça uma escolha RACIONAL a partir desta reflexão.