Quando chega a estafa mental: o que fazer quando não se aguenta mais estudar para a OAB?

Segunda, 25 de novembro de 2013

 

"Que se exploda tudo!!!!"

De vez em quando na vida temos vontade de dar um chute no pau da barraca e largar tudo de lado. Ao se estudar para a OAB, eventualmente, isso pode acontecer. Afinal, não somos máquinas e o cérebro pode ficar embotado depois de tanta demanda cognitiva.

Chega aquele momento de estafa mental, em que nada mais flui, a mente não absorve o conteúdo e o desânimo chega com força.

Isso acontece de fato!

O ponto é: não é nenhum drama, é puro cansaço mesmo. A pressão pelo resultado positivo é tão grande, interna e externa, que certamente vocês estão operando há um tempo no limite, entregando o tempo disponível na tarefa de se preparar adequadamente para a prova. Sim, o cansaço pode ter efeitos deletérios sobre os candidatos. A estafa, o ritmo contínuo de estudos, a pressão e a ansiedade podem cobrar um preço caro, ou obliterando a capacidade de fixar o conteúdo ou, na hora da prova, aparecendo como o glorioso e mais do que nefasto "branco".

A atual conjuntura para muitos candidatos pode criar uma quadro de stress e atrapalhar os estudos de forma dramática. O candidato pode ter chegado no ponto de perceber que estuda, mas não assimila o conteúdo.

Para o psiquiatra do Hospital Samaritano de São Paulo, Sergio Klepacz, "o excesso de demanda da química necessária para manter o corpo e a mente ativados se "esgotam" em algum momento".

Em matéria para o UOL, o Dr. Sérgio explica o processo de esgotamento mental:

"Ele explica que essa química é composta por hormônios e neurotransmissores como cortisol (um dos grandes responsáveis pela preparação do organismo para os enfrentamentos dos desafios do dia a dia e das situações de perigo) e  noradrenalina (neurotransmissor responsável pela sensação de motivação e também da atenção).

"Vários estudos mostram queda nessas substâncias durante esses períodos de estafa", diz. Por isso, as consequências mais imediatas são falta de atenção, dificuldade de memória, perda de concentração, pensamento mais lento, desânimo, alterações no sono e, é claro, cansaço ? excessivo e crônico.

Às vezes o cansaço é tanto que é sentido fisicamente, com dores no corpo, dores de cabeça e até problemas gastrointestinais, como gastrites e úlceras. Por isso muitos pesquisadores afirmam que o esgotamento mental pode ser até mesmo mais grave do que o físico, pois pode causar danos tanto corporais como emocionais. Outro perigo é que muitas vezes ele é ignorado; então o cansaço se acumula e as consequências se agravam."

Fonte:

Então, o que fazer quando estamos cansados de estudar?

Simplesmente parar de estudar...

""Parar de estudar?"

Exato!

O esforço contínuo e a atenção ao foco demandam do emocional e da capacidade de cognição. Se o candidato chegou ao ponto de estafa, sua capacidade de apreender o conteúdo fica prejudicada. Logo, a solução é relativamente óbvia.

Que tal tirar, conscientemente e sem culpas, um ou dois dias para descansar e depois voltar a estudar com qualidade para apreender de forma mais efetiva o conteúdo?

E o descanso aqui também envolve a adoção de atividades físicas, até para compensar de forma mais intensa e completa o tempo gasto nos estudos, quando estamos focado e sentado, em quase completa inatividade física.

O oposto será continuar estudando, estafado, e ter a sensação (real) de não estar aprendendo o conteúdo tal como deveria. Ou seja: um "break" agora teria uma função estratégica nos estudos, qual seja: relaxar tensões e o stress para recarregar as baterias e dar o gás final para a prova.

Se se está cansado, estafado, e esse cansaço está prejudicando nos estudos, não tenha nenhum medo de parar um ou dois dias (parar sem culpa e sem medo) visando recarregar as baterias.

O tempo até a prova é precioso, vale ouro, nós sabemos, mas se ele for improdutivo, será apenas um ouro de tolo.

Não somos máquinas...

Avaliem o cronograma de estudos de vocês e pensem nessa possibilidade. Como faltam 3 semanas para a prova, uma pequena, e estratégica parada, pode ser muito útil neste momento.