Está na hora da OAB repensar seriamente a segurança dos candidatos na aplicação do Exame de Ordem

Quarta, 27 de julho de 2016

Diante do episódio do último domingo, em que um bacharel causou um imenso tumulto na Unijorge ao simular a posse de um explosivo e ameaçar detoná-lo no local de prova, causando um imenso tumulto e suspendendo sua aplicação em Salvador, é preciso fazer uma ponderação bastante significativa: e se fosse uma bomba mesmo?

Ou, talvez, um dispositivo não tão complexo e mais fácil de providenciar, como um revólver ou mesmo uma trivial faca, e ele tivesse de fato investido nos candidatos.

Não preciso descrever em detalhes o que entendemos como tragédia.

Aliás, somente o susto poderia ter causado uma. Bastava uma grande concentração de examinandos saindo por uma porta pequena para termos compressão e esmagamento em função da multidão, ou mesmo morte por pisoteamento. O que aconteceu em Salvador não foi uma brincadeira e não foi engraçado.

O risco de morte no local foi real. Isso sem contar, como já constatei pessoalmente, os muitos relatos de pânico e pequenas sequelas emocionais em vários candidatos.

Por sorte nada de mais grave ocorreu, graças a Deus.

Mas o episódio mostrou a fragilidade da segurança no Exame de Ordem. Aliás, sem querer jogar o peso nas costas da Ordem, acredito que NENHUM concurso público hoje tenha um nível de segurança mínimo para conter o minimizar a ação de gente mal-intencionada ou desequilibrada.

Estamos vivendo, infelizmente, uma quadra muito sinistra da humanidade: terrorismo quase que diário em várias partes do mundo, mostrando que o terror e o fanatismo não têm fronteiras, e , mais especificamente no nosso caso, o assassinato de vários e vários advogados, vítimas da crueldade humana. Até mesmo um atentado a bomba ocorreu com um colega de Goiânia. Ele, infelizmente, perdeu 4 dedos após a ação criminosa e por pouco não perdeu a vida.

Eu tenho a CERTEZA que a OAB precisa ao menos rediscutir a questão da segurança dos examinandos na aplicação do Exame de Ordem. Não é preciso ser nenhum gênio da lâmpada para saber que a barra da Ordem ficaria muito suja se outro episódio como o ocorrido no domingo acontecesse e a OAB tivesse ficado inerte.

Culpas seriam atribuídas e a imagem da instituição ficaria seriamente arranhada.

Mas isso é o mínimo diante da possibilidade de alguém sair ferido, ou morto, de um local de aplicação do Exame.

Se a OAB pode minimizar este risco, considerando ao atual contexto de violência sem endereço ou alvos, ela deve fazê-lo. Candidato nenhum pode ser vítima de violência em um local de prova.

O mundo de 2016 não é igual ao de 2015.