Segunda, 6 de outubro de 2014
E agora? Os candidatos que reprovaram na 2ª fase do XIV Exame e estão neste momento recorrendo já devem estar pensando no que fazer: esperam os recursos ou dão início aos estudos para a 2ª fase do XV Exame?
Evidentemente, todos devem ansiar por terem seus recursos deferidos, mas também é preciso ser pragmático e projetar o futuro caso o recurso não vingue.
E por que isto?
Pelo simples fato do tempo ser um fator determinante para o início dos estudos e, evidentemente, uma preparação o mais abrangente e completa possível. Esse é o caminho para a aprovação, seja em qualquer processo seletivo.
Vejam só:
De hoje até o dia do resultado final nós teremos 14 dias.
E do dia 20/10 até o dia 11/01 (data da próxima 2ª fase) serão 82 dias.
De hoje até o dia da próxima 2ª fase teremos então 96 dias.
A pergunta é simples: QUANDO quem está garantido na repescagem deve iniciar seus estudos? A pergunta é pertinente porque a repescagem é um tiro de canhão contra a prova: dá para estudar só uma disciplina por muito tempo e ficar CRAQUE nela.
Apesar dos lapsos temporais acima parecerem elásticos, vocês necessariamente têm de computar o natal e o ano novo na matemática do tempo. Não sei quantos dias serão empregados nas festividades de fim de ano mas isso é importante considerar.
Afora isto, mais um consideração muito, mas muito significativa: a experiência de quem veio da repescagem e não passou.
Reprovar na repescagem significa, em termos bem simples, ter pela frente um tempo muito curto para estudar novamente para a 1ª fase. Isso é uma perspectiva muito ruim. A reprovação na repescagem também gera um efeito deletério no candidato.
Pior!
A repescagem foi implementada no XII Exame de Ordem , sendo a turma de candidatos reprovados na 2ª fase deste exame os primeiros a se valer desta possibilidade, ou seja, puderam ir direto para a 2ª fase do XIII Exame.
Imaginávamos que o desempenho deste examinandos seria superior aos dos candidatos regularmente inscritos e aprovados na 1ª fase do XIII, pois eles teriam um lapso de tempo MUITO maior para se preparar em comparação com os demais.
Este tempo todo faria a diferença na aprovação, pois a preparação, em tese, poderia ser feita de forma mais intensa.
Mas isso não se revelou verdadeiro.
Dentre os 9.041 candidatos reprovados na 2ª fase do XII Exame de Ordem, foram homologados 7.864 inscrições. Ou seja, 1.177 candidatos não se inscreveram na repescagem.
Na 1ª fase do XIII Exame foram aprovados 36.971 examinandos. Isso significa que Isso significa, portanto, que 44.835 candidatos fizeram a prova da 2ª fase.
Isso significa que a composição dos candidatos da 2ª fase foi a seguinte:
a) 7.864 candidatos oriundos do XII;
b) 36.971 candidatos vindos da 1ª fase do XIII Exame.
E aí vem a diferença entre um e outro grupo!
Dentre os candidatos que vieram da 1ª fase (36.971), 17.307 foram aprovados. Ou seja, 46,81%.
Já dentre aqueles que vieram da repescagem (7.864) , apenas 2.306 foram aprovados. Isso dá um percentual de 29,32%.
É uma diferença significativa de desempenho entre um e outro grupo.
Por que essa diferença? No ano passado o G1 trouxe uma informação muito interessante sobre o desempenho dos candidatos no Exame de Ordem. Segundo a matéria, apenas 18,5% dos candidatos que prestaram o Exame de Ordem entre 2010 e 2012 conseguiram passar na 1ª tentativa.
Resumindo, daqueles que irão fazer a prova pela 1ª vez, 81,5% reprovam. É um percentual altíssimo!
A matéria informou ainda que, no VIII Exame, de cada 4 inscritos, 3 estavam fazendo a prova ao menos pela 2ª vez, ou seja, só 24,86% dos bacharéis iriam enfrentar para sua 1ª tentativa.
O trecho mais interessante da matéria é este daqui:
"O levantamento da FGV Projetos mostra ainda que 212.498, ou 58,8% do total de bacharéis que fizeram inscrições pelo menos uma vez nessas oito edições, foram reprovados em todas as provas que realizaram. Há ainda um grupo de 5.475 que se inscreveram para todos os oito exames estudados, mas não passaram em nenhuma ocasião.
Dos 148.612 que conseguiram a aprovação, 101.558 passaram na primeira ou na segunda tentativa, e 21.619 precisaram fazer as provas três vezes antes de conseguirem o direito de exercer a profissão.
Outros 25.435 (7,04%) precisaram de pelo menos quatro tentativas para conseguir a aprovação. Dentro desse grupo estão 416 bachareis que fizeram todas as oito edições do exame analisada no cruzamento de dados, e conseguiram passar na última."
Resumindo: a maior parte dos candidatos inscritos no Exame de Ordem, ao menos no período apurado, já fez a prova ao menos uma vez.
Ou seja: quem não passa de 1ª enfrenta mais dificuldades.
E essa dificuldade deriva, acredito, do pouco tempo destinado aos estudos. Pois ao reprovar, o candidato entraria em um "ciclo" temporal, ditado pelo calendário do Exame de Ordem.
Mas, aparentemente, não é só o tempo que gera essa preocupação. Quem reprova, afinal, não conseguiu preencher as exigências da prova, independentemente da razão, se justa ou não.
Eu só retiro uma única conclusão: Não basta ter um tempo maior disponível, é preciso estudar DE FATO o quanto antes para suprir as próprias deficiências.
A repescagem só vale por uma única oportunidade. Se o candidato também não passar neste caso, será obrigado a refazer, dali em diante, a 1ª fase até assegurar, mais uma vez, o mesmo direito.
Ou seja, ninguém quer isso!
O melhor momento para iniciar os estudos então começa o QUANTO ANTES!! O examinando já tem todos os motivos para dar o melhor de si na preparação e também terá um tempão para estudar de forma muito consistente.
Evitem que a procrastinação devore o grande tempo disponível e que essa chance seja desperdiçada.
Tudo, é claro, depende de uma escolha. Cada um sabe bem onde o calo aperta!