Eduardo Cunha agora quer acabar com a taxa de inscrição do Exame de Ordem

Sexta, 14 de fevereiro de 2014

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Eis que o líder do  PMDB na Câmara e mais notório inimigo da OAB, deputado Eduardo Cunha, resolveu achar outra forma de atormentar o juízo da OAB: vai tentar acabar com a taxa de inscrição do Exame de Ordem. Em entrevista ao serviço de notícias da Agência Estado - Broadcast Político - ele prometeu apresentar a sugestão no parecer à Medida Provisória 627, também denominada "MP das Coligadas", cuja relatoria pertence. Ainda segundo Cunha, na próxima quarta-feira  ele apresentará o relatório aos integrantes da comissão mista.

Eduardo Cunha afirmou que a OAB não presta conta de suas receitas, não é fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União e tem uma série de benefícios, e por isso deveria arcar de graça com os custos de inscrição dos candidatos.

Segundo a Agência de notícias, ele negou estar retaliando a OAB por conta  da Adin proposta pela OAB que pode por fim às doações das empresas em um ano eleitoral.

O presidente da Ordem, Dr. Marcus Vinícius Furtado Coêlho, também entrevistado pelo Broadcast Político, não poupou críticas à iniciativa:

"É no mínimo estranho que um parlamentar de um poder democrático queira fazer algo que a ditadura não fez, de tentar retaliar a Ordem, que é um poder independente. É lamentável sob todos os aspectos. O que nos deixa confortáveis que isso é algo isolado e de alguns parlamentares".

Marcus Vinícius acusa Eduardo cunha de tentar acabar com o Exame de Ordem por via transversa.

Evidentemente que se trata de mais uma retaliação contra a OAB, e não um questionamento quanto ao Exame de Ordem em si. Como a Adin atinge gregos e troianos - ou seja, praticamente todos os partidos - ela galvanizou um apoio que Cunha até agora não havia conseguido entre as mais diversas lideranças partidárias na casa.

Será que vão deixar o Exame de Ordem em paz neste ano? Se depender de Eduardo Cunha, não!

Eduardo Cunha ressuscita PL contra Exame da OAB e consegue apoio da maioria dos líderes na Câmara

Esse então seria um desdobramento das ações do deputado em ano eleitoral, e ele sabe que o Exame de Ordem é algo muito caro à entidade. Sem ele, a advocacia implodiria. Mais ainda, todo o Poder Judiciário faria água, mas essa consequência nunca deve ter passado pela imaginação de Cunha.

Com informações da Agência Estado.