É uma boa estratégia focar em algumas peças em detrimento de outras na 2ª fase?

Terça, 26 de abril de 2016

Recebi de um candidatos a seguinte pergunta, que merece uma boa consideração por parte dos examinandos que estão na 2ª fase. Confiram:

Boa tarde, sou "Fulano", estou cursando o 9º período em Direito, passei na 1ª fase e agora estou me preparando para a 2ª fase em Direito do Trabalho. Por ser meu primeiro Exame da Ordem comprei os livros de Aryanne e Renato Saraiva - CLT e o de pratica trabalhista de Aryanna, os quais muitos professores e até um ex-professor que é analista judiciário do TRT indicou.

O blog postou as peças mais cobradas no exame da ordem, que são: Contestação, Recurso Ordinário, Reclamação Trabalhista e Ação de Consignação em Pagamento. As grandes dúvidas são quais peças estudo mais ? Devo Arriscar e focar apenas nestas 4 tipos de peças ? Se não, quais peças ou a peça que na sua opinião poderá cair neste XIX Exame da Ordem ? E, por fim, vale apena levar só a CLT de Aryanne e Renato Saraiva ou é necessário levar o Vade Mecum?

Muito bem, meu caro amigo "Fulano." Sua pergunta é pertinente, em especial porque ela carrega em si uma percepção muitíssimo equivocada sobre a prova. e nós, é claro, precisamos debelar essa percepção para você não se dar mal na prova. Não que vá se dar mal, mas existe um risco disto acontecer, e nós não queremos isto, não é?

Pois bem!

Acreditar que existe um "núcleo duro" de peças e que eleas devem receber prioridade é um grave erro. Lembro-me que no X Exame de Ordem, exatamente na prova trabalhista, foi cobrada uma "Ação de Consignação em Pagamento" e a casa de meio mundo de examinandos caiu porque eles sabiam muito bem fazer a tríade reclamação/constestaçã/recurso ordinário e....nada mais.

Agora, no XVIII Exame, foi cobrado um agravo interno na prova de Tributário e....a casa de meio mundo caiu novamente. Ninguém esperava por tal peça. No XVII Exame, em empresarial, caiu um exótico Requerimento de Extinção das Obrigações do Falido que gerou choro e ranger de dentes.

Esses são só três exemplos em várias histórias parecidas.

Pior! Uma ampla gama de examinando só sabe fazer ESTRITAMENTE aquilo que é ensinado pelos seus professores, e se alguma peça fora do rol estudado no curso for cobrada, ele fica completamente aturdido, sem saber o que fazer. Não conseguem, na hora da prova, desenvolver o raciocínio jurídico e buscar a alternativa certa se ele não treinou antes em seu curso. O domínio da lógica processual, entre muitos, não é o melhor, e isso já cobrou seu preço em muitas oportunidades.

A verdade é uma só: o candidato tem de estar pronto para QUALQUER possibilidade, qualquer peça. O rol de conteúdo contido no edital NÃO é exaustivo, isso já foi questionado mais de uma vez em edições passadas e a banca foi irredutível.

para quem não sabe, NUNCA uma peça prático-profisisonal foi anulada por inteiro. Já aconteceu, e bem mais de uma vez, de aceitarem mais de um tipo de peça, em função da natureza do enunciado, mas a anulação pura e simples de uma peça nunca ocorreu, ainda mais qunado levantado que ela teoricamente nãos eria possível.

Isso parece ser assutador, não é?

Não, não é assustador.

O importante para o candidato é estudar de forma séria e treinar efetivamente o rol de todas as peças possíveis na sua respectiva disciplina. E quando eu falo treinar, é treinar mesmo: fazer a peça, compreender qual seu fundamento legal, hipótese de incidência, pólo ativo e passivo, possíveis competências, rito e pedidos.

Não só vocês têm tempo para isto como existe no mercaod muito material específico para o Exame da OAB. Só saber procurar o melhor.

Mais!

Os candidatos, em regra, ficam adstritos ao universo apresentaod pelo professor. Claro! O mercado tem excelentes profissionais e todos se esmeram em ofertar o melhor ensino possível. A fama do professor é proporcional ao número de alunos que ele consegue aprovar. O marketing do boca-a-boca é o mais eficiente neste mercado. Mas, por melhor que ele seja, por melhor que seja o seu curso, ele não vai fazer a prova com seus alunos. O esforço pela aprovação não é só do professor, mas sim do candidato.

Tentar ir além do que é ofertado na aula é importante para a preparação. Colher feedback com outros candidatos, montar grupos de estudo, trocar experiências de aprendizagem e usar as redes sociais ajuda na preparação (desde que com foco e de olho no objetivo).

Adquirir mais de um livro de preparçaão para a 2ª fase também é um excelente caminho a ser trilhado.

Logo, não foque sua atenção em só 4 peças.

Elabore-as, treine o uso do vade mecum nelas, assim como também use o vade, o verdadeiro mapa da 2ª fase, para outras peças.

A lógica é igual ao do investidor da bolsa de valores: não coloque todos os seus ovos em apenas uma cesta.