Duas semanas para a prova! Análise das últimas edições e a perspectiva para a próxima prova

Segunda, 31 de agosto de 2015

Análise das últimas edições e a perspectiva para a próxima prova 2

Faltam apenas 2 semanas para a prova da 2ª fase do XVII Exame de Ordem!

Entramos na reta final e agora todo o foco deve ser direcionado para a prova! O próximo final de semana, já vão planejando aí, deverá ser destinado integralmente aos estudos, e toda e qualquer distração abandonada.

Há um objetivo maior a ser atingido!

Muito provavelmente a maioria dos candidatos está muito adiantada nos estudos, com um bom domínio do conteúdo e com uma prática já em processo de apuração. Sem contar também com um domínio razoável da parte processual e construção das peças práticas.

Falando em peça prática, todos precisam ficar bem atentos a questão da indicação correta da peça:

Análise das últimas edições e a perspectiva para a próxima prova 3

Essa regra, já nem tão recente assim, não trouxe nenhuma complicação extra quanto ao fato de se identificar a peça em si. Serviu apenas para delimitar ao extremo o que é correto ou não.

No XII Exame não tivemos problemas quanto a este aspecto. Não surgiram relatos nos quais candidatos tenham reclamado por terem sido reprovados ao não identificarem corretamente a peça tal como ainda preconiza o edital.

Já no XIII Exame surgiram três questionamentos bem interessantes para a nossa análise. A falha na prova de Direito do Trabalho, a ampla aceitação de peças na prova de Direito Civil e a extensão da prova de Direito Empresarial.

Na prova de Trabalho foi apresentado um problema que possibilitava duas respostas corretas pelos candidatos. Nós do Portal lutamos muito para que a peça Embargos de Terceiro na prova, o que contrariaria, em princípio, o edital:

Coordenador da prova de Direito do Trabalho já defendeu o cabimento concomitante de embargos de execução e embargos de terceiros na hipótese da prova trabalhista

Embargos de terceiros: entre o tamanho do público afetado e o tamanho do ?erro?.

ATENÇÃO: OAB publica comunicado aceitando Embargos de Terceiro na prova da 2ª fase trabalhista!!!

Algo que Mastercard nenhum pode comprar?

Já na prova de Civil era possível apresentar uma série de peças diferentes, e a banca, de plano, facilitou para todos os candidatos:

Afinal de contas, o que a banca vai exigir como peça da prova de Direito Civil?

Não gerando, ao final, nenhuma grande repercussão, em uma demonstração que a nova regra do edital não é tão rígida assim. Depende do enunciado da peça.

E na prova de Empresarial os candidatos sofreram muito com um enunciado imenso, cheio de preliminares e questões de fundo, sendo que pouquíssimos conseguiram terminar a prova de forma completa. Inclusive escrevi especificamente sobre isto no blog:

Como a banca de Empresarial vem DESTRUINDO esta disciplina na 2ª fase da OAB

No caso da prova de empresarial não foi possível fazer nada. Ela foi extensa o suficiente para destruir os candidatos. O percentual de aprovação entre os candidatos de empresarial foi de apenas, e tão somente apenas, 1,8%. Patético:

Análise das últimas edições e a perspectiva para a próxima prova 4

No XIV Exame nós não tivemos controvérsias com as provas, algo muito raro de acontecer em uma 2ª fase. E, evidentemente, certamente foi algo animador!

E, por fim, tivemos uma prova da 2ª fase considerada bem tranquila no XV Exame, tal como foi na 2ª fase do XIV Exame. Estas duas últimas foram, sem a menor sombra de dúvida, as edições menos controversas da 2ª fase até hoje. A do XV foi inclusive considerada muito boa pelos professores do Portal:

Professores do Portal Exame de Ordem ARREBENTARAM nessa 2ª fase!

Duas provas seguidas sem problemas é algo RARÍSSIMO na 2ª fase. Tão raro que, por incrível que pareça, foi a primeira vez em que isto aconteceu. Serve, é claro, para dar uma imensa animada em todos nós e permite a projeção de uma boa 2ª fase também para este XVI Exame:

O que esperar da 2ª fase do XVI Exame de Ordem? Vai ser pancada igual a prova objetiva?

Na prova do XII Exame, com a nova redação do edital, eu imaginei que os problemas derivados de falhas na redação das peças, em especial quanto a questão da fungibilidade, teriam chegado ao fim.

Digamos que deu uma "melhorada", mas não chegou, definitivamente, ao fim. Até o XI Exame os candidatos, seguidamente, questionavam o cabimento de mais de uma solução processual ao problema proposto, gerando confusões mais ou menos significativas na prova subjetiva, sendo todas elas bem estressantes.

No XII isso foi superado, mas os problemas, tal como mostrei acima, voltaram no XIII, fruto de redações mal-preparadas das peças.

Melhorou no XIV e no XV, é verdade, com um zelo maior na elaboração dos problemas, e  percentual de reclamações foi bem baixo.

De uma forma ou de outra, as mudanças vieram para ajudar o lado da OAB, e não o dos candidatos. E de uma forma ou de outras, sendo certo ou errado, justo ou injusto, os candidatos precisam conviver com isso.

Quanto a repescagem, até o XII Exame, não havia a certeza se ela viria de uma forma mais complicada ou não. O que vimos foram provas acima da média comparadas com as edições passadas, com uma mitigação dos problemas e um percentual significativo de aprovados na 2ª fase. Já no XIII tivemos uma série de problemas, mostrando que a repescagem e a nova 2ª fase ainda não chegaram a uma estabilização quanto a qualidade.

No XVI tivemos, por assim dizer, uma 2ª fase "parruda", tanto por conta das aprovações na 1ª fase como também pelos candidatos oriundos da repescagem:

Foram 111.816 inscritos, com 26.836 aprovados, o que dá um percentual de aprovação de 24%. Somando isto com o número de candidatos que vieram da repescagem (29.783), foram 56.619 habilitados para a 2ª fase.

E, mesmo com com tantos candidatos, as provas foram consideradas justas.

Está tudo indo pelo caminho CERTO!

Tivemos, é verdade um problema na prova de Empresarial, pois o padrão de resposta estava errado, o que foi denunciado em 1ª mão pelo professor Penante:

XVI Exame de Ordem: Peça do Padrão de Resposta da prova de Empresarial está ERRADA!

Isso até gerou uma brincadeira aqui no blog:

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 Isso por conta do valor do salário mínimo na peça. A alteração implicava em uma mudança na peça.

Mas, no dia seguinte, a FGV, diligente, corrigiu a questão:

Penante é o cara! FGV modifica padrão da prova de Empresarial e aceita a Ação de Execução Forçada

Então, a verdade é que a 2ª fase do XVI foi tranquila e a banca está muito, mas muito mais ligada em eventuais problemas, oferecendo soluções antes que qualquer grande polêmica surja. Isso é um bom sinal para os candidatos, que estão fazendo provas escorreitas, tendo uma banca atenta aos detalhes.

E agora, para o XVII? O que virá pela frente?

Com as duas anulações  o número de aprovados para a próxima prova saltou 69.588! Como tivemos 133.390 inscritos, o percentual de aprovados dentro os inscritos foi de 52,16%. A cada 2 candidatos, 1 foi aprovado na 1ª fase.

Ou seja, teremos a 2ª maior 2ª fase de todos os tempos! Esse recorde ainda pertence ao XV Exame, que teve 70.354 candidatos em sua 2ª fase.

Agora vejam os percentuais de aprovação entre os aprovados nas últimas provas da 2ª fase:

XI - 62%

XII - 64%

XIII - 43%

XIV - 50%

XV - 46%

XVI - 39%

E vejam que interessante! Na prova do XV Exame a 2ª fase contou com 70.354, recorde absoluto. E, mesmo assim, as provas foram bem razoáveis, sem nenhuma reclamação quanto a sua construção.

Já a prova do XVI teve 56.619 habilitados e, tirando o problema na prova de Empresarial, rapidamente resolvido, também foram provas consideradas tranquilas, em que pese os percentuais baixos de aprovação, mais ligados à preparação em si do que aos problemas.

UM FATO: todos os grandes dramas do Exame de Ordem orbitam a questão da identificação das peças OU na qualidade da correção das provas. Por conta disto, também, a OAB passou a divulgar os nomes dos coordenadores das bancas (regra introduzida após o X Exame) que serviu, em boa medida, para jogar um pouco de pressão em quem faz a prova, já que até então a fatura era sempre cobrada na conta da FGV. Agora, ao invés de um CNPJ, temos um CPF a ser apontado como culpado pela má-elaboração de qualquer coisa. Isso também foi útil aos candidatos.

Como faltam 2 semanas para a prova vocês podem perfeitamente começar a trabalhar a convicção de que conhecem a estrutura de TODAS as peças possíveis já com alguma antecedência.

Agora é um ótimo momento para fazer isso. Com um pouco de antecedência dá para criar essa convicção (de que está sabendo tudo em termos de peças) e mitigar bastante a natural ansiedade antes da prova.

Lembrem-se: não entrem na onda de só estudarem o básico. Ninguém pode antever o futuro para assegurar que só o básico será cobrado. Estejam prontos para QUALQUER eventualidade.

Essa é a conduta mais racional e pragmática. Também é a mais trabalhosa, mas ninguém aqui está querendo fazer corpo mole faltando 2 semanas para se livrarem de vez do Exame.

Mas, reforço a minha esperança: acho que teremos boas provas pela frente.

Estejam prontos para agarrar essa oportunidade!