Duas semanas da prova da 2ª fase do XV Exame! Uma análise das últimas edições do Exame e perspectivas sobre a futura prova

Segunda, 29 de dezembro de 2014

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Faltam apenas 2 semanas para a prova da 2ª fase do XV Exame de Ordem!

Sim, o verão está comendo solto aí fora mas a prova (e a FGV) não estão nem aí para isto! O natal passou, o ano novo está bem ali e vocês não podem deixar a peteca cair!

Nessas alturas do campeonato a maioria dos candidatos já está bem adiantada nos estudos, com um domínio satisfatório do conteúdo e, em especial, com uma boa noção da construção das peças práticas.

Falando em peça prática, todos precisam ficar bem atentos a questão da indicação correta da peça:

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Essa nova regra não trouxe nenhuma complicação extra quanto ao fato de se identificar a peça em si. Serviu apenas para delimitar ao extremo o que é correto ou não.

No XII Exame não tivemos problemas quanto a este aspecto. Não surgiram relatos nos quais candidatos tenham reclamado por terem sido reprovados ao não identificarem corretamente a peça tal como ainda preconiza o edital.

Já no XIII Exame surgiram dois questionamentos bem interessantes para a nossa análise. A falha na prova de Direito do Trabalho, a ampla aceitação de peças na prova de Direito Civil e a extensão da prova de Direito Empresarial.

Na prova de Trabalho foi apresentado um problema que possibilitava duas respostas corretas pelos candidatos. Nós do Portal lutamos muito para que a peça Embargos de Terceiro na prova, o que contrariaria, em princípio, o edital:

Coordenador da prova de Direito do Trabalho já defendeu o cabimento concomitante de embargos de execução e embargos de terceiros na hipótese da prova trabalhista

Embargos de terceiros: entre o tamanho do público afetado e o tamanho do ?erro?.

ATENÇÃO: OAB publica comunicado aceitando Embargos de Terceiro na prova da 2ª fase trabalhista!!!

Algo que Mastercard nenhum pode comprar?

Já na prova de Civil era possível apresentar uma série de peças diferentes, e a banca, de plano, facilitou para todos os candidatos:

Afinal de contas, o que a banca vai exigir como peça da prova de Direito Civil?

Não gerando, ao final, nenhuma grande repercussão, em uma demonstração que a nova regra do edital não é tão rígida assim. Depende, e muito, do enunciado da peça.

E na prova de Empresarial os candidatos sofreram muito com um enunciado imenso, cheio de preliminares e questões de fundo, sendo que pouquíssimos conseguiram terminar a prova de forma completa. Inclusive escrevi especificamente sobre isto no blog:

Como a banca de Empresarial vem DESTRUINDO esta disciplina na 2ª fase da OAB

No caso da prova de empresarial não foi possível fazer nada. Ela foi extensa o suficiente para destruir os candidatos. O percentual de aprovação entre os candidatos de empresarial foi de apenas, e tão somente apenas, 1,8%. Patético:

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Já no XIV Exame nós não tivemos controvérsias com as provas, algo muito raro de acontecer em uma 2ª fase. E, evidentemente, certamente foi algo animador!

Até a prova retrasada, com a nova redação do edital, eu imaginei que os problemas derivados de falhas na redação das peças, em especial quanto a questão da fungibilidade, teriam chegado ao fim.

Digamos que deu uma "melhorada", mas não chegou, definitivamente, ao fim. Até o XI Exame os candidatos, seguidamente, questionavam o cabimento de mais de uma solução processual ao problema proposto, gerando confusões mais ou menos significativas na prova subjetiva, sendo todas elas bem estressantes.

No XII isso foi superado, mas os problemas, tal como mostrei acima, voltaram no XIII, fruto de redações mal-preparadas das peças.

Melhorou no XIV, é verdade, com um zelo maior na elaboração dos problemas, e  percentual de reclamações foi bem baixo.

De uma forma ou de outra, as mudanças vieram para ajudar o lado da OAB, e não o dos candidatos. E de uma forma ou de outras, sendo certo ou errado, justo ou injusto, os candidatos precisam conviver com isso.

Quanto a repescagem, até o XII Exame, não havia a certeza se ela viria de uma forma mais complicada ou não. O que vimos foram provas acima da média comparadas com as edições passadas, com uma mitigação dos problemas e um percentual significativo de aprovados na 2ª fase. Já no XIII tivemos uma série de problemas, mostrando que a repescagem e a nova 2ª fase ainda não chegaram a uma estabilização quanto a qualidade.

Agora, no XV, teremos a MAIOR 2ª fase de todos os tempos, e não sabemos como as provas viram por conta dessa realidade.

Antes das anulações foram aprovados 44.199 candidatos. Após a anulação das 2 questões, o número de aprovados passou para 53.330 candidatos. Por fim, a OAB divulgou também a lista de inscritos na repescagem, com os nomes de 17.024 pessoas.

Teremos então o total de 70.354 candidatos regularmente inscritos na 2ª fase do XV Exame de Ordem.

RECORDE ABSOLUTO de candidatos em uma 2ª fase.

Ao ler isso o primeiro pensamento dos candidatos é o de imaginar que a próxima 2ª fase vai ser mega difícil. Faz sentido tirar essa conclusão, em especial por conta das estatísticas gerais do Exame de Ordem, divulgadas recentemente pela FGV:

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Tratei recentemente deste tema no post Do II ao XIII Exame de Ordem: o ranking geral de aprovação na 2ª fase!

E, deliberadamente, marquei na imagem acima o X Exame de Ordem. E por que eu fiz isso?

Curiosamente, o X Exame retinha, ate então, o recorde de inscritos em uma 2ª fase. Ele foi um Exame extremamente conturbado, o pior de todos os tempos, mas, mesmo assim, em comparação com as demais edições (tanto anteriores como posteriores), foi o que proporcionalmente mais aprovou.

Podem olhar! Tirando Administrativo, nas demais disciplinas os maiores percentuais de aprovação estão nesta edição.

De repente, talvez, quem sabe, nós possamos ter agora, no XV, um recorde de aprovados?

Eu tenho essa esperança!

Apesar das expectativas, não podemos antecipar nada com segurança, ainda mais se tratando de Exame de Ordem. O que aconteceu na prova passada, tranquila, contrasta muito com o ocorrido no XIII Exame.

Em suma: a FGV AINDA não conseguiu criar uma sequência estável de qualidade na 2ª fase da OAB. Uma hora é uma coisa, noutra, outra bem diversa.

UM FATO: todos os grandes dramas do Exame de Ordem orbitam a questão da identificação das peças OU na qualidade da correção das provas. Por conta disto, também, a OAB passou a divulgar os nomes dos coordenadores das bancas (regra nova introduzida após o X Exame) que serviu, em boa medida, para jogar um pouco de pressão em quem faz a prova, já que até então a fatura era sempre cobrada na conta da FGV. Agora, ao invés de um CNPJ, temos um CPF a ser apontado como culpado pela má-elaboração de qualquer coisa. Isso também foi útil aos candidatos (o foi, em especial, na 2ª fase de Trabalho passada).

Após uma nova sucessão de problemas, espero que desta vez a banca não crie problemas, ao menos, na identificação das peças.

De uma forma ou de outra, o importante é se preparar para toda a sorte de possibilidades! O que vier pela frente vocês DEVEM conseguir resolver.  

Como faltam 2 semanas para a prova vocês podem perfeitamente começar a trabalhar a convicção de que conhecem a estrutura de TODAS as peças possíveis já com alguma antecedência.

Agora é um ótimo momento para fazer isso. Com um pouco de antecedência dá para criar essa convicção (de que está sabendo tudo em termos de peças) e mitigar bastante a natural ansiedade antes da prova.

Lembrem-se: não entrem na onda de só estudarem o básico. Ninguém pode antever o futuro para assegurar que só o básico será cobrado. Estejam prontos para QUALQUER eventualidade.

Essa é a conduta mais racional e pragmática. Também é a mais trabalhosa, mas ninguém aqui está querendo fazer corpo mole faltando 2 semanas para se livrarem de vez do Exame.

Entramos na reta final, e todo o sacrifício é pouco!