Quarta, 15 de outubro de 2014
Todos nós sabemos que o sono é uma das melhores maneiras de restaurar o nosso corpo. Por exemplo, quando ficamos doentes nós simplesmente deitar na cama e dormir o dia todo; ou após um longo dia de muita agitação entre a classe, o ginásio, reuniões e atividades extracurriculares, o nosso corpo anseia por cair em um sono profundo para restaurar-se ao seu estado de pico.
Recentemente, foi publicado que o motivo do sono ser tão reparador é porque enquanto dormimos o líquido cefalorraquidiano flui de forma mais eficiente através do cérebro, essencialmente limpando-o de quaisquer resíduos metabólicos que se acumulam durante o dia.
No entanto, assim como todos nós entendemos que grande sentimento de satisfação que vem depois do ciclo tão raramente obtido dormir 8-9 horas, também podemos relacionar a "grogueira", confusão e o estado de comprometimento cognitivo que vem após dormirmos muito pouco.
Até recentemente este estado crônico de instabilidade, considerado normal por estudantes universitários, trabalhadores por turnos, e motoristas de caminhão e concurseiros não era visto como algo capaz de produzir danos duradouros. Sempre se imaginou que tirar o "sono atrasado" compensaria as horas de sono perdidas durante as semanas. No entanto, um novo estudo publicado pelo Journal of Neuroscience refuta essa percepção. O estudo, da Universidade de Perelman School of Medicine, na Pensilvânia, mostra que a perda de sono crônica pode ser muito mais destrutiva do que se pensava anteriormente, levando a danos celulares permanente e morte neuronal.
Depois de analisar resultados de uma pesquisa em que cobaias tinham graves privações de sono, seguidas de períodos de recuperação de até três dias com o restabelecimento do sono, a pesquisadora Sigrid Veasey, buscou descobrir exatamente se a perda crônica do sono prejudica os neurônios ??e se a lesão é reversível . Para fazer isso, Veasey e seus colegas usaram um modelo de privação de sono crônica em camundongos.
Sua equipe descobriu que após períodos de perda de sono a curto prazo, o locus coeruleus (LC), região que concentra neurônios críticos para o estado de alerta e cognição ideal, a proteína tipo 3 (SIRT3), que age para proteger os neurônios de uma lesão, perdeu sua capacidade de resposta. Após um prazo considerado longo, os ratos exibiram uma proteína SIRT3 reduzida, e aumento da morte celular, de até 25% entre os neurônios LC.
Veasey constatou que os neurônios do LC adaptam-se a perda de sono curto prazo, mas a resposta SIRT3 desaparece quando os ratos experimentam a perda crônica do sono.
Com informações da
Esse estudo converge com um outro estudo de pesquisadores em neurologia da Universidade de Uppsala, que analisaram amostras de sangue colhidas de 15 homens jovens e de boa saúde divididos em dois grupos: entre aqueles que dormiram oito horas e os que não dormiram.
Entre os que não dormiram, foi constatado um aumento de cerca de 20% de duas moléculas, a enolase específica dos neurônios e a proteína S-100B.
Segundo um dos coordenadores do estudo, Christian Benedict, "o número de moléculas do cérebro normalmente aumenta no sangue quando ocorrem lesões cerebrais"
"A falta de sono pode promover processos de neurodegeneração", enquanto que, pelo contrário, "uma boa noite de sono poderia ter uma grande importância para a manutenção da saúde do cérebro".
Muitos estudantes gostam de varar a madrugada nos estudos em nome do bom aproveitamento do tempo, mas isso é efetivamente prejudicial. Não só porque agride o organismo, afinal, o sono existe por uma série de razões, como também porque a supressão do sono prejudica a fixação do conteúdo estudado, em especial se inibidores de sono forem usados.
Compensa usar inibidores de sono para estudar mais nesta reta final da OAB?
O pesquisador em psicobiologia e especialista em memória, Cleanto Rogério Rego Fernandes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ao falar sobre o famoso "branco" que ocorre em algumas pessoas durante uma prova, enfatizou a importância de se dormir bem:
"...é fundamental que o estudante tenha uma boa noite de sono nos dias que antecedem o exame, especialmente na véspera. O sono, além de ter um efeito relaxante sobre o indivíduo no dia seguinte, é indispensável para que o conteúdo estudado torne-se uma memória estável e duradoura. Exercício físico também pode aliviar o estresse."
Em suma, dormir é algo SÉRIO e muitas vezes ignorado por aqueles que querem estudar o máximo achando que estão ganhando com isso.
Não há ganho na falta do sono. Ao contrário!
O sono faz parte do processo de fixação de conteúdo e não pode ser negligenciado. Ter mais tempo de estudo em razão da supressão do sono não é garantia de ter um MELHOR tempo de estudo e aprendizagem. O equilíbrio está em ter uma rotina saudável de estudo. Segue uma dica óbvia para dar qualidade aos estudos SEMPRE:
1 - Durma cedo;
2 - Faça exercícios físicos (cujos benefícios para o processo cognitivo são reais);
3 - Respeite os limites do corpo.
Sacrificar o sono em nome dos estudos tem tudo para produzir o efeito contrário.
Com informações também do G1