Do II ao XIII Exame de Ordem: o ranking geral de aprovação na 2ª fase!

Segunda, 1 de dezembro de 2014

E aí? Qual é a disciplina que mais aprova examinandos na 2ª fase do Exame de Ordem?

Essa é uma pergunta que interessa a muita gente, pois, obviamente, muitos candidatos se inscrevem em função da perspectiva de aprovação.

Aqui, neste ponto, podemos dividir os candidatos em 2 grupos: os que tentam um caminho racional, em função das probabilidades e do melhor desempenho na 2ª fase e aqueles que optam pela disciplina que lhes é mais fácil em termos de compreensão ou paixão.

Não sei dizer, até porque não há um estudo nesse sentido, quantos fazem parte de um ou outro grupo, mas eu diria que a questão é bem dividida. Digo isso porque, quando criei a pauta para o Exame de Ordem da escolha da melhor disciplina, o fiz observando as muitas dúvidas dos candidatos.

E sempre indiquei o caminho da escolha racional EM FUNÇÃO da aptidão do candidato, e não em razão de uma ou outra disciplina parecer melhor em comparação com as demais.

Sob minha ótica, um candidato não pode incorrer no erro de um "modismo" em razão de em uma determinada edição uma disciplina ter sido mais generosa (ou mesmo mais ingrata) do que as demais.

Mas não podemos fechar os olhos para as estatísticas, em especial por conta do grande lapso temporal analisado, entre o II e o XIII Exames.

Vamos fazer a leitura dos dados:

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Na ordem, quem aprova mais de acordo com os dados acima:

1 - Direito Constitucional: 31,6%

2 - Direito Civil: 25,6%

3 - Direito Administrativo: 19%

4 - Direito Tributário: 17,4%

5 - Direito Empresarial: 17,2%

6 - Direito Penal: 15,6%

7 - Direito do Trabalho: 13,6%

As estatísticas, claro, são bem interessantes e podem, em um primeiro momento, induzir um candidato a seguir para as disciplinas que aprovam mais.

Mas aqui é preciso fazer uma pergunta fundamental: por que elas aprovam mais? Seriam mais "fáceis"?

Os dados publicados pela FGV não consideram um elemento fundamental: o número de inscritos por disciplina.

Curiosamente, e disto tenho certeza, as duas disciplinas que mais têm inscritos, Trabalho e Penal, são as disciplinas que aprovam menos, de acordo com as estatísticas.

E isso, em qualquer análise de desempenho, é absolutamente normal: quanto MAIOR o número de inscritos, PIOR o desempenho médio.

Tanto assim é que, em cada edição desta, mesmo com percentuais menores, Trabalho aprova mais candidatos do que Constitucional se considerarmos os números absolutos.

"Isso então quer dizer que todas as disciplinas, descontado os fatores de diferenciação, aprovam de forma homogênea?"

Não! Evidentemente que uma disciplina pode ter um desempenho melhor do que as demais. Não existe um equilíbrio absoluto. Só quero dizer que a discrepância não é assim tão significativa se considerarmos o número de inscritos por disciplina, elemento este ausente do estudo da FGV.

Falando em discrepâncias, vejam só algumas oscilações de aprovação bem curiosas. Vou começar com as oscilações negativas:

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Vejam que todas as disciplinas, em algum momento, passaram por uma situação de stress em termos de aprovação, enfrentando dificuldades.

Dá para ressaltar o grande drama que foi a prova de Empresarial no XIII Exame (patéticos 1,8% de aprovação), quando a peça prática veio tão extensa que os candidatos não conseguiram terminá-la.

Cada percentual baixo desse tem uma história a ser contada, quando a banca erra a mão na peça ou nas questões.

Reparem, curiosamente, que no X Exame de Ordem, o mais conturbado, nervoso e brigado Exame de todos os tempos, não tivemos nenhuma grande oscilação estatística para baixo. Nem sempre a estatística, olhada de forma isolada, nos informa a verdade dos fatos.

Agora vamos olhar as oscilações positivas:

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Aqui, mais uma vez, a curiosidade: o Exame mais controverso de todos apresentou os desempenhos estatísticos mais significativos em prol dos examinandos.

Muito curioso mesmo!

De toda forma, é interessante ver como o desempenho médio, em todas as disciplinas, passa por oscilações, sem existir uma regularidade em termos percentuais.

É preciso muita ponderação na hora de escolher a disciplina da 2ª fase, em especial para não se deixar influenciar somente pelas estatísticas. O pior Exame de Ordem foi o que mais aprovou em seu conjunto, considerando as estatísticas das edições pregressas e posteriores. Um desavisado, olhando para os números de forma fria, certamente seria induzido ao erro.

Escolher a disciplina pela afinidade e desembaraço ainda é, segundo meu ponto de vista, o melhor caminho para qualquer candidato.