Segunda, 22 de agosto de 2016
Você se cadastra em um site para correspondentes, esperando, claro, conseguir algum serviço, e já está mais do que acostumado em receber propostas aviltantes.
Tudo dentro do script, considerando o contexto atual.
Aí, em um belo dia (mais precisamente o último dia 10) você recebe em seu e-mail um pedido de diligência, destes bem miseráveis, ofertando míseros R$ 30,00, o que mal dá para a gasolina, a coxinha e a coca-cola.
Pior!
Para pagamento somente após um mês!!!
Parece mentira, mas não é:
Aí vem a pergunta mágica: quem é que precisa postegar em mais de um mês o pagamento de míseros R$ 30,00.
isso já não é mais sequer abuso; isso é uma verdadeira ofensa! Um tapa na cara de quem trabalha!
E, infelizmente, esse é o mercado. Um mercado prostituído, é bom frisar.
O ideal seria que todos os advogados que fazem diligências recusassem ofertas abaixo de um determinado valor, mas é impossível esperar esse tipo de comportamento de uma coletividade tão difusa e heterogênea. Simplesmente não vai acontecer!
Como são muitos atores atuando dentro de um mesmo mercado, é impossível conseguir deles um comportamento isométrico. Assim, basta que poucos quebrem um pacto em comum para a quebra da efetividade do acordo.
E a OAB pode perfeitamente criar tabelas, pois o mercado não está nem aí para a tabela de honorários da Ordem. Sem força cogente, e sem um sistema eficiente de denunciação da quebra da tabela, ela não passa de um papel cheio de boas intenções.
Ouso dizer que a maioria dos jovens advogados desrespeitam a tabela.
A solução para este contexto é uma só: o advogado tem de se diferenciar da massa! O advogado tem de dar um jeito de colocar em si um selo "gourmet", um selo "premium" de atuação. A massa que se prostitua, você, "diferentão", tem mesmo que fazer diferente para poder cobrar de forma também diferenciada.
Sempre tem espaço para os bons, mas, antes, é preciso ser efetivamente bom, diferenciado.
Do contrário os valores e condições de trabalho serão estes.
Quem me mandou este mail, evidentemente, recusou a proposta. E fez bem.