Terça, 5 de junho de 2012
O deputado federal Fabio Trad (PMDB ? MS) voltou a defender a manutenção do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele reagiu à ação de alguns Líderes partidários na Câmara que subscreveram requerimento de regime de urgência para a votação do fim da obrigatoriedade de exame para ingresso na Ordem.
?Não sei qual é o objetivo da medida, mas se é enfraquecer a OAB é preciso tomarmos cuidado. Explico. Se acabarmos com o exame da Ordem, milhões de bacharéis, que serão incorporados no mercado de trabalho como advogados, serão inscritos na OAB e pagarão anuidade. Assim a OAB será a entidade financeiramente mais poderosa do Planeta no plano corporativo. Portanto recomendo mais reflexão e comedimento àqueles que, a pretexto de enfraquecer a OAB, querem na realidade enfraquecer a advocacia brasileira?, afirmou o deputado sul-mato-grossense.
Apesar de defender a manutenção do Exame, Fabio Trad, que é ex-presidente da seccional de Mato Grosso do Sul da OAB, afirmou reconhecer que o exame tem de ser aperfeiçoado: ?A necessidade de aperfeiçoar o Exame de Ordem não pode ser usada como pretexto para extingui-lo?, disse.
Fonte: A Crítica
Não posso asseverar com certeza, mas tenho a impressão de que o o Deputado Fábio Trad leu o post Como o deputado Eduardo Cunha pretende tornar a OAB um ente bilionário publicado no último dia 24/05.
Vejam um trecho dele:
""Se hoje existem 800 mil advogados e, de uma hora para outra mais 2 milhões e 600 mil advogados surgissem, teríamos o total de 3 milhões e 400 mil advogados no Brasil.
Um assombro!
E, como para poder advogar é necessário pagar a anuidade, esse total de advogados (aqui assumo que todos resolvam efetivamente advogar. Obviamente isso não aconteceria mas não tenho como calcular essa variável) poderiam render aos cofres da OAB o valor total de 2 bilhões e 210 milhões de reais por ano.
2 bilhões e 210 milhões de reais por ano!!
Não sei bem o que a OAB faria com tanto dinheiro, mas se dinheiro representa poder, a OAB teria MUITO, mas muito poder! Não só econômico como também político.""
O raciocínio do deputado é correto e aparentemente quem deseja o fim do Exame não parou para pensar nisso. Aliás, tenho a certeza de que, afora o desejo de prejudicar a Ordem, NENHUM juízo de consequência foi projetado pelos deputados ansiosos por acabar com a prova da OAB.
As perspectivas para a advocacia brasileira, e para o próprio Poder Judiciário, seriam, em qualquer cenário, catastróficas.
Repito: Falta aos parlamentares pensarem sobre as consequências do fim do Exame de Ordem. Nenhum deles até agora descortinou um simples argumento nesse sentido. Ou não refletiram ou não sabem o que falar. Em ambos os casos, trágico e lamentável. Empobrecem o debate, colocam-se à margem das críticas técnicas e transformam tudo em um embate populista.
Vai mal essa história.