Cursos de medicina, tal como os cursos de Direito, viraram balcões de negócio

Segunda, 24 de agosto de 2015

[caption id="attachment_55042" align="aligncenter" width="616"]Imagem: Reprodução Imagem: Reprodução[/caption]

A culpa dos males da formação jurídica no Brasil estaria, segundo alguns notórios personagens, no Exame de Ordem.

É querer, de verdade, tapar o sol com a peneira.

A origem do problema nós sabemos qual é: a expansão irresponsável de graduações de Direito nas últimas duas décadas.

Mas é mais fácil, e politicamente mais interessante, atacar o Exame de Ordem ao invés de combater as faculdades pé-de-chinelo que existem por aí.

E o mesmíssimo fenômeno está sendo visto agora nos cursos de medicina, tal como denunciou ontem o Fantástico, da Rede Globo. E quando digo mesmíssimo, falo de um verdadeiro control-c, control-v dos problemas hoje já vistos no universo da graduação em Direito: faculdades em excesso e falta de infraestrutura. O resultado só pode ser o mesmo!

E, tal como destacado na reportagem, o risco de MORTE dos pacientes é muitíssimo elevado. O Conselho de Medicina de São Paulo já aponta o diagnóstico: os estudantes das faculdades particulares têm um desempenho muito ruim na prova: [caption id="attachment_55041" align="aligncenter" width="619"]Imagem: Reprodução Imagem: Reprodução[/caption]

E a prova, como não deriva de Lei, não tem o condão de impedir o exercício da profissão. Resultado? Um aumento de denúncias por erros médicos.

Cliquem no link abaixo e confiram a reportagem de ontem do Fantástico:

Cursos de medicina sem estrutura crescem e chegam a custar R$ 7 mil

Depois cria-se um Exame de Suficiência para medicina e veremos o surgimento de mais reclamações. Seguramente serão as mesmas: "a prova não avalia nada", "quem fez uma boa faculdade não precisa de Exame", "meu diploma é a garantia da minha formação", etc.

Nada de novo sob o sol!