Segunda, 28 de maio de 2012
Após a divulgação do gabarito oficial muitos candidatos já começam a perguntar quantas questões serão anuladas e se vale a pena estudar para a 2ª fase, pois algumas questões podem ser anuladas e isso os beneficiaria.
Vamos antes dar uma olhadinha no cronograma da prova:
A lista de aprovados será publicada no 7 e o prazo recursal começará também neste dia. Somente no dia 19 é que saberemos quantas foram anuladas (se é que alguma será), sendo que a prova subjetiva está marcada para o dia 08/07, daqui pouco mais de um mês.
Em relação às questões passíveis de anulação, a única coisa que posso antecipar é que é impossível adivinhar quais serão anuladas.
Impossível!
Curiosamente, na prova passada eu acertei quantas e quais questões seriam anuladas, até gerando a brincadeira do "guru" do Exame de Ordem - O Guru do Exame de Ordem!!!
Esse acerto, entretanto, se deveu a junção de um pouco de sorte e um pouco de experiência, observando a lógica e a dinâmica do Exame de Ordem ao longo do tempo.
É possível, evidentemente, imaginar o que a OAB vai fazer, mas acertar na lata é algo bem mais difícil. Isso porque historicamente questões absurdas não são anuladas pela OAB (quem anula é a OAB e não a FGV).
Todo Exame é a mesma coisa: uma infinidade de questões são objeto de recursos e, ao fim, os candidatos saem frustrados porque não conseguem anular aquilo que julgam ser completamente anulável.
No Exame passado a história se repetiu. Seis recursos elaborados pelos cursinhos e...só duas anuladas.
Vejam o histórico compilado por mim desde 2006:
2006.1 = 3 2006.2 = 8 2006.3 = 3 2007.1 = 2 2007.2 = 4 2007.3 = 4 2008.1 = 3 2008.2 = 3 2008.3 = 6 2009.1 = 3 2009.2 = 2 2009.3 = 0 2010.1 = 5 2010.2 = 1 2010.3 = 1 IV Unificado = 3 V Unificado = 1 VI Unificado = 2 VII Unificado = ?
De um modo geral a lógica das anulações sempre foi no sentido de que, caso a prova tenha sido difícil, um maior número de questões são anuladas; caso a prova tenha sido mais fácil, menos questões são anuladas. O conceito de fácil ou difícil está relacionado com um maior ou menor número de aprovados e não com o grau de dificuldade em si da prova.
Aprovação no Exame de Ordem é uma questão de matemática.
E agora neste Exame?
Há um consenso de que a prova de ontem toi difícil. Aliás, está cotada como a mais difícil do Exame Unificado. Para mim a prova do Exame 2010.1 foi a campeã, mas vamos aguardar as estatísticas da prova de ontem.
Talvez, em uma projeção sobre esse grau de dificuldade baseado nos comentários dos candidatos, tenhamos uns 30% aprovados na 1ª fase.
É um percentual mediano, e se muito, a julgar pelo natureza da prova de ontem, não vamos passar dos 38% de aprovados na 1ª fase.
Pelo que vi, não há muitas questões passíveis de recursos. Desde a prova passada o zelo empregado na prova tem crescido, e o número de reclamações caído (em relação aos erros nos enunciados, é claro!)
Na 2ª feira da semana passada ocorreu em Brasília uma reunião do colégio de presidentes das Comissões de Exame de Ordem, e consegui colher uma informação importante.
Como vocês sabem, a prova da 2ª fase foi muito complicada, em especial nas correções. A OAB e a FGV se deram conta de que um elevado número de aprovados na 1ª fase complica a correção na 2ª, abrindo a guarda da OAB às críticas.
E nós criticamos horrores na última prova, inclusive pedimos a saída da FGV do Exame - Está na hora da OAB trocar a organizadora do Exame de Ordem
Tudo isso foi levado em consideração, e a OAB não quer mais problemas desta natureza.
Ou seja, uma redução no número de aprovados já é uma realidade. E se é uma realidade, o número de anuladas pode sofrer os efeitos dessa política.
Eu acredito, observando o contexto, que a OAB irá anular, no máximo, 3 (três) questões. E digo no máximo porque nas quatro últimas edições, com provas distintas quanto ao grau de complexidade e no resultado de aprovados, a OAB só anulou no máximo 3 questões, e não vai passar disso agora.
Tenham uma certeza: há uma manifesta e histórica má-vontade em se efetivar reparos na prova.
Lembremos o quadro de probabilidades de aprovação em razão do número de questões que vierem a ser anuladas:
Candidato com 39 pontos - Se a OAB anular uma questão, a probabilidade de que essa questão seja uma das que você errou é de 50%. Se anular duas, 75% e se anular três, 95% de chances.
Candidato com 38 pontos - Se a OAB anular duas questões, a probabilidade de que essas questões sejam duas das que você errou é de 25%. Se anular três, 50%, e se anular quatro, 75% de chances.
Candidatos com 37 pontos - Se a OAB anular três questões, a probabilidade de que essas questões sejam três das que você errou é de 7,5%. Se anular quatro, 25%, e se anular cinco, 50% de chances.
Há de se lembrar também que na 1ª fase a anulação de qualquer questão beneficia todos os candidatos, independente da apresentação ou não de recursos.
E sim! Quem acertou 40 questões está dentro e não há nada que mude isso.
Fica então uma pergunta: Quem fez 39, 38 ou 37 pontos pode ter esperanças de passar? Deve fazer um curso de 2ª fase?
DEPENDE!!
Quem fez 39 pontos pode sim começar a se preparar para a prova subjetiva. Mas saiba dos riscos.
Quem fez 38 pontos pode também assumir esse risco, mas deve ter em mente as dificuldades e o atual contexto.
Quem fez 37, para mim, tem chances e pode arriscar, mas é preciso estar ciente do elevado risco de ficar de fora.
Não vejo esperanças para quem ficou abaixo de 37.
Mas considerem sempre o fato de jogarmos com probabilidades e não com certezas.
O candidato pode estar com 39 pontos, uma questão ser anulada, mas não seria a questão necessária. Pode até mesmo ter feito 39, anularem 3 questões, e ainda sim ficar de fora.
Esse risco é manifesto.
Claro! Estudar NUNCA é ruim, e o prejuízo seria relativo. Não passou agora mas já está se preparando para a próxima. Quem pode pagar por um curso sem sofrer com as consequências de um insucesso nas anulações, não há problemas. Mas quem tem a grana contada deve ponderar um pouco.
Falando em curso, os cursos de 2ª fase do Portal Exame de Ordem, são online e gravados. E certamente encontram-se entre os melhores do Brasil.
Mas é uma dica que deixo aqui. Pode ser que você não goste de cursos online e prefira um presencial. Isso é natural. Entretanto, em termos de qualidade, os cursos do Portal não ficam devendo a nenhum outro do Brasil.
Antes da escolha, de toda forma, o candidato deve fazer uma ponderação séria, honesta, sobre suas reais chances.
Não é hora de alimentar ilusões!! Sejam honestos consigo mesmos! Não vão na onda, não vão mesmo na onda de elaborarem um sem-número de recursos, em que pese as falhas nos enunciados. Quem entra nessa armadilha SEMPRE, sempre mesmo, quebra a cara.
Não sejam tolinhos. O jogo não é brincadeira.
Na dúvida, estudem e aguardem pelo resultado.
Estudem!