Quarta, 25 de maio de 2022
O Exame de Ordem não está fácil para ninguém e isso não é segredo nenhum. Os examinandos têm tomado uma surra atrás da outra.
A verdade é que a Ordem não tem poupado as chineladas nos examinandos e é preciso se proteger o quanto antes das pancadas inclementes da prova.
Das últimas sete edições do Exame de Ordem, cinco foram muito difíceis.
Observem abaixo:
XXI Exame - 3ª pior prova de todos os tempos (recuperou seu posto ontem);
XXII Exame - Prova com alta aprovação na 1ª fase;
XXIII Exame - Pior prova da história;
XXIV Exame - Prova razoável, com boa aceitação entre os candidatos;
XXV Exame - Prova considerada difícil, com questões de Ética e Processo do trabalho complicadas;
XXVI Exame - Prova também considerada difícil, com mesmo percentual de aprovação da prova do XXV;
XXVII Exame - Provavelmente a 4ª pior prova de todos os tempos, com muitas reprovações.
XXVIII Exame - Prova difícil, mas com aprovação razoável
XXIX Exame - Prova difícil, no padrão do XXVII e XXV.
XXX Exame - Prova difícil e conturbada, com baixa qualidade técnica e mesmo percentual de reprovação do XXIX.
XXXI Exame - Prova difícil e de alta qualidade. A melhor prova da história
XXXII Exame - Uma bomba! Pior prova de todos os tempos!
XXXIII Exame - A maior aprovação da história.
XXXIV Exame - Prova difícil, no padrão do XXXI.
Nunca, nunca mesmo, até agora, eu vi 3 provas objetivas seguidas seguirem o mesmo padrão quanto ao grau de dificuldade. Tanto é que, quando fui analisar o futuro grau de dificuldade do XXVII Exame, achei que teríamos uma prova razoável, em função das provas do XXV e XXVI terem sido mais difíceis.
A FGV não seguiu sua tradição de oscilar o grau de dificuldade, facilitando um pouco mais após duas provas complicadas, e resolveu bater ainda mais pesado no XXVII Exame.
Foi o início das sequências difíceis da prova.
Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, a banca perdeu completamente o controle da prova. Ela está hoje sem um padrão definido.
Então temos que nos blindar de tanta maldade da banca.
Como?
1 - Blindagem emocional
Uma verdade: se existem pessoas que passam, então vocês têm plenas condições de serem aprovados.
Qual a diferença entre os aprovados e os que sucumbem?
EMPENHO e MÉTODO.
Naõ adianta querer combater a ansiedade e o medo da prova quando eles já estão instalados. O grande diferencial emocional para a prova está em chegar na véspera dela CONSCIENTE de que se está preparado.
E a autopercepção do domínio do conteúdo, e NENHUMA OUTRA COISA MAIS, que faz a diferença no emocional do examinando.
Não será tomando Rivotril, Calminex ou Maracujina que vocês irão se acalmar e ficarem emocionalmente estáveis. Será estudando com antecedência, resolvendo trocentas questões, vários simulados, com muitas horas REAIS de bumbum na cadeira que a segurança é CONSTRUÍDA.
Exatamente! A segurança é uma construção, estruturada na certeza de que o estudo está sendo de qualidade.
Essa segurança faz a diferença na hora da verdade.
Não existem fórmulas mágicas. Quem estuda cria para si segurança, e essa segurança faz seu papel na hora da prova.
O controle e a segurança emocional precisam começar a ser construídos AGORA.
2 - Disciplina
Se vocês estão em busca de uma fórmula mágica que envolva um mínimo de esforço para serem aprovados, eu tenho uma péssima notícia: tal fórmula não existe!
Não tem jeito: o tempo TEM de ser sacrificado em nome da aprovação.
E mais do que isto! Tem de ser praticamente quase todo dia, tirando aí o domingo em cada semana.
Disciplina significa fazer o que tem de ser feito independente das circunstâncias. O soldado tem de se expor no combate e cumprir as ordens, o médico tem de seguir procedimentos durante a cirurgia, o estudante tem de todo dia seguir uma rotina rígida para poder, com isso, vencer todo o conteúdo necessário para ser aprovado.
Ou existe disciplina, sem procrastinações de qualquer natureza, ou a aprovação não vem.
Coloquem uma coisa na cabeça: vocês vão sim perder praia, viagens, carnaval, baladas e tudo mais que é legal durante o processo de preparação.
Assumam isso e sejam firmes no propósito.
Melhor sacrificar o tempo agora e ser aprovado do que ficar 1, 2 ou 3 anos na fila tentando a aprovação.
Não tenham dúvidas sobre qual é a melhor relação custo x benefício para a vida de vocês.
3 - Foco
Muito provavelmente o foco é o grande superpoder do século XXI. Quem consegue prestar atenção somente em um objeto tem, de fato, um superpoder em um mundo repleto de distrações.
O foco é a capacidade de prestar atenção em um só objeto, no nosso caso, ou a aula ou o livro, e não permitir que nenhum elemento externo a esse processo atrapalhe o processo.
Isso é fundamental para que o tempo empregado durante os estudos seja utilizado ao máximo.
Sentar por 4 horas para estudar sem foco significa que a pessoa não estudou de fato por 4 horas, e esse prejuízo é de difícil contabilidade, mas de consequências reais.
O problema é que o foco demante alto esforço cognitivo, e é muito, mas muito difícil mantê-lo de forma ininterrupta por mais de uma hora de estudo.
O importante, sob este aspecto, é sempre prestar atenção em si mesmo. Se a mente está fugindo do livro ou da aula, parem de estudar, dediquem-se a qualquer outra atividade por 5 a 10 minutos, e depois retornem aos estudos.
O cérebro precisa de pausas para descansar. Essas paralizações tem o fito de dar esse descanso ao cérebro. Se vocês não param, fica cada vez mais difícil manter o foco, e a preparação é prejudicada.
As paradas têm curta duração e precisam ser cronometradas, pois o processo precisa ser retomado. Sem o controle as paradas podem se tornar demasiadamente longas, o que atrapalha também a preparação.
4 - Método
Não basta estudar! Tem de estudar do jeito CERTO!
Estou falando de adotar um método, uma fórmula adequada de estudos.
O que mais existe no mundo são métodos de estudo. Eu recomendo o meu, que tem só 14 anos de existência e já vem sendo testado pelos examinandos há uma década, com um excelente feedback de todos.
A eficiência de um método é revelada por uma prática muito simples e elementar: vocês têm de ser capazes de AVOCAR a informação estudada.
Se você avoca a informação, ou seja, chama ela à memória, você exerce o domínio sobre ela. Ou seja, você sabe.
Simples assim!
1 - Assista a aula;
2 - Resolva questões (muitas)
3 - Revise periodicamente.
A fórmula é objetiva, e funciona!
5 - Apenas comece
Começar a estudar é a coisa mais banal do mundo. É pegar seu livro, ou seu curso, e começar.
Pode parecer bobagem, mas muita gente tem uma dificuldade imensa para começar, presa entre a vontade de iniciar e também a organização de tudo.
Isso se chama procrastinação, e a procrastinação se apresenta de várias formas.
Tomou sua decisão? Inicie a preparação de plano, sem enrolação.
Todo mundo pracrastina de vez em quando, o problema é sempre adiar atividades que não poderiam ser deixadas para depois.
Como derivativos da procrastinação surge a culpa, a ansiedade, a baixa autoestima e a insegurança.
A procrastinação não depende diretamente da dimensão ou do teor da tarefa, da importância da decisão ou da ação a ser realizada. Quem procrastina posterga desde tarefas banais até compromissos portantes.
A verdade é: por detrás da procrastinação há um medo inconfessado de fracassar.
E isso é paradoxal: o procrastinador sabe que tem de estudar, não estuda e sente uma espécie de satisfação em não estudar, apesar da culpa embutida no processo.
Pode ser que o medo de assumir responsabilidades, obrigações (como a de passar no Exame de Ordem) ou meros riscos podem, de forma inconsciente (e isso é importante) prejudicar os nossos anseios e projetos. A isso chamamos de autossabotagem.
E quem se sabota não consegue vencer a prova.
Então assumam a questão como algo simples: se vocês decidiram estudar, começem imediatamente, sem enrolação.
É isso!
Mãos à obra, então!