Como poderá ser o grau de dificuldade da prova da OAB?

Quarta, 30 de março de 2016

E aí? Como será o grau de dificuldade da prova do próximo domingo? Para o nosso amigo Bruce Willis nada é impossível, mas até o seu personagem em Duro de Matar teria medo da prova da OAB.

Ou não...

Bom, essa talvez seja a pergunta mais importante a rondar o imaginário dos candidatos - a pergunta central - pois, no imaginário de todos está a impressão de que a progressão do grau de dificuldade da prova está relacionada com a quantidade de examinandos inscritos.

Bom, fiquei sabendo que temos, aproximadamente, 128 mil candidatos inscritos neste XIX Exame de Ordem. Ou seja, estamos na média das edições passadas. Por esse prisma não temos nenhuma grande oscilação no número de candidatos.

"Mas 128 mil inscritos não é muita gente?"

Bom...há um tempo atrás dava para fazer uma associação entre o número de inscritos e o grau de dificuldade da prova. Mas esse tempo passou tem quase 2 anos já. Há várias edições que não conseguimos traçar um paralelo entre o grau de dificuldade e a quantidade de candidatos.

Ou seja: a única baliza que possuíamos não é mais consistente o suficiente para fazermos esse tipo de ilação.

Vamos ver o que aconteceu nas edições passadas?

XVI Exame

Inscritos: 111.816 

Aprovados na 1ª fase: 26.836

Percentual de aprovação: 24%

XVII Exame

Inscritos: 133.390

Aprovados na 1ª fase: 69.588

Percentual de aprovação: 52,16%

XVIII Exame

Inscritos: 124.000

Aprovados na 1ª fase: 34.792

Percentual de aprovação: 28,05%

Tivemos uma oscilação no número de inscritos nessas edições, mas todas sempre com mais de 110 mil inscritos. Quanto aos percentuais de aprovação, aí sim tivemos ao menos um pico de aprovados muito bom no XVIII Exame, com mais de 50% dos inscritos aprovados na 1ª fase, enquanto agora, no XVIII, esse percentual caiu para 28,05%.

E o que seria algo que poderíamos chamar de bom?

Sinceramente, pelo histórico do Exame de Ordem, qualquer coisa que fique acima dos 35% é para se comemorar. Se chegar aos 40% então temos, efetivamente algo bom. Os 50% do XVIII foram praticamente um milagre, e acho difícil se repetir.

"Com 128 mil inscrtiso poderemos então ter uma prova complicada?"

Não dá para saber com certeza. Olhando o número de inscritos nas edições anteriores, o atual contingente está dentro da média, e os percentuais de aprovação tiveram uma oscilação.

Mas....

Mas tem um elemento que precisamos levar em consideração: o XIX Exame será o 1º sob a chancela integral da nova coordenação do Exame de Ordem. E pelo o que eu ouvi falar, assuntando aqui e ali, há uma preocupação desta nova coordenação em não só elevar o nível de qualidade da prova (supressão de falhas) como também em fazer um Exame mais justo.

O conceito de "justiça" é bem amplo, mas é certo que a atual coordenação sabe das dificuldades dos candidatos e a quantas anda o ensino jurídico no país. Não espero que venha nenhum malabarismo ou estravagância na prova.

Não ouso dizer que a prova será um carnaval, mas é muitíssimo provável que não será nenhum terror também.

Acho (acho) que dá para imaginar algo entre o razoável e o bom. Claro! Tudo visto estritamente pelo prisma das estatísticas. Dificuldade é um conceito subjetivo e aqui só penso nisso em termos de percentuais, do contrário a clareza do raciocínio nunca seria satisfatória.

Para mim, a nova coordenação pode querer mostrar serviço e aplicar uma prova com qualidade. Ainda mais agora sob este momento político conturbado, onde a OAB comprou uma briga com o governo e que qualquer falha pode até mesmo ser explorada politicamente. Leiam o post abaixo para entenderem o que eu quis dizer com isto:

A grande ironia do impeachment: Cunha defendendo a OAB

Morald a história: minha expectativa é boa! Acho que temos tudo para termos ao menos uma boa prova.