Quinta, 9 de fevereiro de 2012
Um número considerável de candidatos, no limite da ansiedade, tem feito a mesma pergunta: QUAIS questões serão anuladas?
Tal pergunta decorre da vontade de saber se as anulações serão úteis, se elas recairão sobre questões que o candidato efetivamente errou.
É impossível saber quais e quantas serão anuladas. Podemos especular, nada além.
O drama de quem fez 37/39 pontos na última prova da OAB
Quantas questões poderão ser anuladas da prova objetiva do VI Exame da OAB?
E como funciona o processo de anulação?
Ninguém sabe EXATAMENTE como funciona. Só temos partes de informações e algumas certezas sobre como não funciona.
E como não funciona?
Após muitos Exames não foi difícil constatar que as razões jurídicas dos recursos NÃO funcionam. Nesta edição temos pouquíssimos recursos, mas nas anteriores, desde 2007, foram, no mínimo 12 recursos por prova.
Cansei de ver questões absurdas de erradas não serem anuladas.
A certeza, neste aspecto, é insofismável.
E como funciona?
Sabemos que a coordenação do Exame se reúne e delibera sobre um apanhado de razões jurídicas levantado pela FGV.
Ou vocês acham que eles leem todos os recursos?
Na prática os recursos para cada questão são iguais, ao menos nas razões jurídicas das fundamentações. É feita uma compilação das razões e elas são apresentadas para a coordenação. Esta delibera então, em um único dia, sobre quais serão anuladas.
E como eles deliberam?
Uma vez conversei com um conselheiro de uma seccional sobre isso. Ele era presidente da comissão de Exame de Ordem na época do CESPE. O procedimento era o seguinte: o pessoal do CESPE apresentava as razões recursais e o número de recursos dos candidatos para cada questão, e um cálculo sobre o impacto no número de aprovados que cada questão anulada produziria.
Hehehehehehe....é isso mesmo! O cálculo sobre o impacto no número de aprovados que cada questão anulada produziria.
Ele falou a verdade?
Bom, não havia razão para não falar a verdade, mas não posso asseverar de que se tratava da mais pura e cristalina verdade.
E, considerando que as anulações não aguardam correlação com os efetivos problemas nas questões, a historinha que ele me contou faz todo o sentido.
Imaginem se de fato uma prova apresenta sete questões realmente viciadas e isso gerasse correlatas sete anulações? A maioria dos candidatos seria aprovada na 1ª fase.
Aqui voltamos a velha estatística que indica uma homogeneidade no percentual de aprovados, edição após edição da prova:
2008.1 - 39.357 inscritos - 11.063 aprovados - Percentual de 28.87%
2008.2 - 39.732 inscritos - 11.668 aprovados - Percentual de 30,22%
2008.3 - 47.521 inscritos - 12.659 aprovados - Percentual de 27,35%
2009.1 - 58.761 inscritos - 11.444 aprovados - Percentual de 19,48%
2009.2 - 70.094 inscritos - 16.507 aprovados - Percentual de 24,45%
2009.3 - 83.524 inscritos - 13.781 aprovados - Percentual de 16,50%
2010.1 - 95.764 inscritos - 13.435 aprovados - Percentual de 14,03%
2010.2 - 106.041 inscritos - 16.974 aprovados - Percentual de 16,00%
2010.3 - 106.891 inscritos - 12.534 aprovados - Percentual de 11,73%
IV Unificado - 121.380 inscritos - 18.234 aprovados - Percentual de 15,02%
V Unificado - 108.355 inscritos - 26.024 aprovados - Percentual de 24,01%
Um fato: não se mantém um padrão, qualquer padrão, sem controle.
Continuem estudando normalmente e continuem com esperanças em relação às possibilidades de anulação, mas abstraiam sobre quantas e quais serão anuladas.
Façam todos os recursos possíveis. É importante para cada reprovado contribuir com seu recurso. A partir daí cruzem os dedos e torçam para os conselheiros responsáveis pelas anulações estarem de bom humor.
A consulta do resultado será disponibilizada no dia 15/02, quando começará o prazo recursal. Seu término será no dia 18.
O resultado final da 1ª fase será conhecido no dia 06/03, daqui pouco menos de um mês.