Como a FGV analisa os recursos da 2ª fase da OAB?

Quinta, 22 de setembro de 2022

Como a FGV analisa os recursos da 2ª fase da OAB?

Como é feita análise dos recursos?

Se vocês recorreram irão concordar com a afirmação que vou fazer agora: a análise inicial dos recursos não é nada boa, e falo isto em termos de qualidade.

A principal falha dos corretores da FGV está em não enxergar nas provas as respostas que está convergindo com o espelho da prova.

E nós sabemos a dor de cabeça que isto está dando agora.

E que dor de cabeça!

Mas, por pior que seja a correção, os recursos costumam salvar alguns candidatos.

Sobre, isto, claro, já escrevi exaustivamente no tempo certo: agora é hora de esperar o resultado do trabalho.

E como é que a FGV analisa os recursos?

Confiram quais são os números envolvidos na correção dos recursos na 2ª fase:

São 165 corretores dessas provas de 2ª fase. Os corretores são as pessoas mais amadas e odiadas pelos examinandos Brasil afora. Por 3 semanas as orações e pensamentos são direcionados para eles. A carga espiritual envolvida é intensa.

Aqui uma informação que muitos queriam saber, inclusive eu, e não tínhamos para quem perguntar: em cada 2ª fase são interpostos quase 44 mil recursos. Ou seja: praticamente quase todos que reprovam recorrem.

Fonte: Os números do Exame de Ordem

Está na cara, como a matemática não deixa dúvidas, que são poucos corretores para muitos recursos. Na realidade, cada corretor analisa, em média, 266,66 recursos.

Mas a análise não é tão linear assim como a matemática dá a entender. Existe uma metodologia interna da própria FGV que relativiza os números.

Primeiro que os corretores não analisam cada um a prova inteira. Isso não acontece.

Existe uma divisão da correção por grupos, sendo que estes grupos têm tamanhos variados em conformidade com a quantidade de recursos. Evidentemente, os dois maiores grupos são de Penal e Trabalho, pois essas disciplinas concentram a maior quantidade de examinandos.

Dentro de cada grupo temos corretores que só analisam a peça e outros que só analisam as questões. Isso é feito para evitar uma fadiga mental e permitir uma análise mais acurada de cada item.

Como a quantidade de recursos é grande e o número de corretores é pequeno, essa estrutura, típica de linha de montagem, serve para racionalizar o processo de correções e entregar a melhor análise possível.

Ainda assim, como sabemos, falhas acabam acontecendo.

Para tentar mitigá-las, a correção de tudo tem uma redundância, ou seja, nenhuma análise passa sem uma revisão.