Candidatos da repescagem tem um desempenho PIOR que os candidatos aprovados na 1ª fase do XIII Exame

Quarta, 2 de julho de 2014

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Reprovar na 2ª fase até pouco tempo era ruim por si só, como sempre foi reprovar no Exame como um todo. O pior era ter de se submeter novamente a todo o calvário da 1ª fase.

Mas aí veio o XII Exame de Ordem e a implementação da repescagem, que a OAB chama de reaproveitamento.

Os candidatos reprovados na 2ª fase do XII puderam "pular" a 1ª fase do XIII Exame e foram direto para a prova da 2ª fase.

Imaginávamos que o desempenho deste examinandos seria superior aos dos candidatos regularmente inscritos e aprovados na 1ª fase do XIII, pois eles teriam um lapso de tempo MUITO maior para se preparar em comparação com os demais.

Este tempo todo faria a diferença na aprovação, pois a preparação, em tese, poderia ser feita de forma mais intensa.

Mas isso não se revelou verdadeiro.

Dentre os 9.041 candidatos reprovados na 2ª fase do XII Exame de Ordem, foram homologados 7.864 inscrições. Ou seja, 1.177 candidatos NÃO se inscreveram na repescagem.

Na 1ª fase do XIII Exame foram aprovados 36.971 examinandos. Isso significa, portanto, que 44.835 candidatos fizeram a prova da 2ª fase.

Isso significa que a composição dos candidatos da 2ª fase foi a seguinte:

a) 7.864 candidatos oriundos do XII;

b) 36.971 candidatos vindos da 1ª fase do XIII Exame.

E aí vem a diferença entre um e outro grupo!

Dentre os candidatos que vieram da 1ª fase (36.971), 17.307 foram aprovados. Ou seja, 46,81%.

Já dentre aqueles que vieram da repescagem (7.864) , apenas 2.306 foram aprovados. Isso dá um percentual de 29,32%.

É uma diferença significativa de desempenho entre um e outro grupo.

Por que essa diferença? Isso é estranho ou não?

No ano passado o G1 trouxe uma informação muito interessante sobre o desempenho dos candidatos no Exame de Ordem. Segundo a matéria, apenas 18,5% dos candidatos que prestaram o Exame de Ordem entre 2010 e 2012 conseguiram passar na 1ª tentativa.

Resumindo, daqueles que irão fazer a prova pela 1ª vez, 81,5% reprovam. É um percentual altíssimo!

A matéria informou ainda que, no VIII Exame, de cada 4 inscritos, 3 estavam fazendo a prova ao menos pela 2ª vez, ou seja, só 24,86% dos bacharéis iriam enfrentar para sua 1ª tentativa.

O trecho mais interessante da matéria é este daqui:

"O levantamento da FGV Projetos mostra ainda que 212.498, ou 58,8% do total de bacharéis que fizeram inscrições pelo menos uma vez nessas oito edições, foram reprovados em todas as provas que realizaram. Há ainda um grupo de 5.475 que se inscreveram para todos os oito exames estudados, mas não passaram em nenhuma ocasião.

Dos 148.612 que conseguiram a aprovação, 101.558 passaram na primeira ou na segunda tentativa, e 21.619 precisaram fazer as provas três vezes antes de conseguirem o direito de exercer a profissão.

Outros 25.435 (7,04%) precisaram de pelo menos quatro tentativas para conseguir a aprovação. Dentro desse grupo estão 416 bachareis que fizeram todas as oito edições do exame analisada no cruzamento de dados, e conseguiram passar na última."

Resumindo: a maior parte dos candidatos inscritos no Exame de Ordem, ao menos no período apurado, já fez a prova ao menos uma vez.

Ou seja: quem não passa de 1ª enfrenta mais dificuldades.

E essa dificuldade deriva, acredito, do pouco tempo destinado aos estudos. Pois ao reprovar, o candidato entraria em um "ciclo" temporal, ditado pelo calendário do Exame de Ordem.

Mas, aparentemente, não é só o tempo que gera essa preocupação. Quem reprova, afinal, não conseguiu preencher as exigências da prova, independentemente da razão, se justa ou não.

Eu só retiro uma única conclusão: Não basta ter um tempo maior disponível, é preciso estudar DE FATO o quanto antes para suprir as próprias deficiências.

Como prego desde o Exame passado, estudar TUDO é fundamental, para dominar por INTEIRO todo o conteúdo da disciplina escolhida.

Postergar o estudo ou estudar de forma parcial parece ser uma alternativa equivocada.

Quem ficar para a repescagem deve se conscientizar disto e dar o melhor de si nos estudos. O quanto antes, de preferência.