Quinta, 18 de junho de 2020
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) a Medida Provisória 927/20, que altera regras trabalhistas durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. O projeto de lei de conversão, apresentado ontem pelo relator, deputado Celso Maldaner (MDB-SC), segue agora para análise do Senado.
A MP 927 prevê antecipação de férias e de feriados, concessão de férias coletivas e teletrabalho, entre outras medidas durante o estado de calamidade pública em razão da Covid-19, reconhecido pelo Congresso Nacional e válido até dezembro.
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Durante a sessão virtual, foi aprovada apenas uma alteração, com apoio do relator, por meio de uma emenda da bancada do PP. O trecho incluído prevê que, na pandemia, quando houver paralisação total ou parcial das atividades da empresa por determinação do poder público, ficará suspenso o cumprimento de acordos trabalhistas em andamento.
Maldaner já havia incluído em seu projeto de lei de conversão algumas emendas apresentadas pelos parlamentares, como a permissão do desconto de férias antecipadas e usufruídas das verbas rescisórias no caso de pedido de demissão se o período de aquisição não tiver sido cumprido pelo trabalhador.
O relator também retirou a necessidade de concordância por escrito do empregado na antecipação dos feriados religiosos exigida pelo texto original do Poder Executivo. O texto aprovado permite ainda a compensação de horas acumuladas em banco de horas também nos fins de semana, conforme as regras da legislação trabalhista.
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?Vivemos um momento em que se busca um objetivo comum que se sobrepõe aos interesses individuais: a preservação de empresas e de empregos, sem abrir mão da proteção da saúde dos trabalhadores?, disse Maldaner, ao justificar o parecer.
Debate em Plenário
Parlamentares contrários à MP tentaram, sem sucesso, adiar a votação. ?Não tem cabimento que o acordo individual prevaleça sobre acordos coletivos?, criticou o deputado Bira do Pindaré (PSB-MA). ?É uma nova reforma trabalhista, é fazer do emprego um trabalho escravo?, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
A maioria favorável ao texto aprovado defendeu a mitigação dos impactos econômicos da pandemia. ?A MP não retira direitos dos trabalhadores, ela dará um novo fôlego aos empresários?, disse o deputado José Nelto (Pode-GO). ?Ninguém falou em gerar empregos, mas preservar empregos?, concordou o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP).
Fonte: Agência Câmara