Segunda, 3 de maio de 2021
Foram dez anos entre a data da expulsão da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) até a decisão final que inocentou o cabo Thiago Oliveira Lacerda. Neste intervalo, o militar de 41 anos se formou em Direito e enfrentou a ?desonra? para conseguir se habilitar como advogado.
?Quando eles te expulsam, eles te dão uma maldita carteira de desonra de reservista, que ninguém conhece. E a pessoa da OAB que pegou meus documentos nunca tinha visto aquele documento, um certificado de dispensa com desonra. A OAB abriu, então, um processo para ver se eu era digno de ser advogado?, afirmou.
Em novembro de 2019, após ter seu pedido de reintegração negado pela corporação, Lacerda ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça Militar. Venceu em primeira e segunda instância. Em fevereiro deste ano sustentou oralmente por que deveria voltar à PM e venceu por unanimidade.
Durante todo o andamento do processo, desanimado com a situação, o advogado pensou em pedir baixa da corporação. Chegou, inclusive, a preencher toda a documentação, mas desistiu na última hora. Certo de que conseguiria advogar, decidiu lutar para provar sua inocência.
O advogado concluiu o curso de Direito em 2014, três meses antes de ser expulso da PM por conta de uma denúncia feita em 2011. Ele foi aprovado no Exame de Ordem na primeira tentativa, mas a expulsão acabou atrapalhando o processo de solicitação da carteirinha.
?O processo que iria durar 15 dias durou três anos. Eu dei entrada na OAB em fevereiro de 2015, e somente em dezembro de 2017 me deram o registro, que peguei em maio de 2018.?, disse.
A Ordem, por sua vez, informou que o processo foi encaminhado para apreciação do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB conforme determina o Estatuto, tendo em vista os documentos apresentados pelo então bacharel em Direito.
Com informações de O Tempo