Segunda, 6 de junho de 2011
O Estadão publicou no último sábado uma matéria sobre uma faculdade totalmente online, criada por engenheiros brasileiros em parceria com uma advogada americana, cuja sede fica nos Estados Unidos mas as aulas são em português, direcionada especificamente para o público brasileiro.
O MEC considera o curso dos EUA como "livre" e ele não valeria como graduação, não sendo possível depois revalidar o diploma no Brasil pois nossa legislação exige pólos presenciais para atividades semestrais.
Segundo o Estadão, A American College of Brazilian Studies (Ambra), possui ao menos 300 alunos matriculados, sendo que 90% deles moram no Brasil e desejariam revalidar o diploma aqui. Entretanto, a instituição não promete a revalidação de forma ostensiva, apesar de afirmar que é possível conseguir a revalidação sem a interferência do MEC, possuindo parcerias com duas universidades estaduais: a de Roraima e a do Vale do Acaraú (CE).
Cliquem no link a seguir para acessarem o site da AMBRA - American College of Brazilian Studies
Dei uma navegada pelo site e vi uma coisa muito interessante: não existe um vestibular para se ingressar na AMBRA!
Aliás, na página de requisitos para se cursar essa faculdade virtual, é dada mais atenção ao pré-requisitos do computador do futuro aluno do que em relação ao seu grau de instrução (cliquem AQUI)
Até tenho notícias de vestibulares cujo concorrência e de dois para um, e, com a expansão anunciada do ensino superior, o vestibular em instituições privadas provavelmente se torne apenas uma lembrança de um tempo primitivo em nossa educação, mas assim, ostensivamente, é algo muito esquisito.
E como ressaltou o Estadão, o curso é 100% online, ou seja, nem mesmo existiria uma prática jurídica. Procurei informações sobre aulas presenciais de qualquer natureza, principalmente práticas, e não encontrei nada.
Como disse o ex-ministro da educação, Carlos Alberto Chiarelli, na reportagem, "É preciso ter o mínimo de conhecimento sobre o aluno matriculado. Se não fosse assim, não haveria segurança de que foi aquele aluno que fez o curso."
Efetivamente, se não há controle sobre a identidade física do aluno, como saber que ele efetivamente cursou a faculdade?
Enfim, sinal dos tempos...