Terça, 21 de julho de 2015
Quem passou na prova de domingo, ou veio da repescagem, já começou ou está começando os estudos para a 2ª fase. E quem não começou deve ficar ligado, pois tempo é artigo de luxo e quanto antes começar a preparação, melhor.
Neste momento é preciso delimitar bem as práticas a serem adotadas durante a preparação para evitar percalços e problemas na hora da prova por se adotar procedimentos estranhos à natureza da 2ª fase.
Trata-se de abordar questões básicas, elementares, para o aproveitamento com qualidade dos estudos.
E o que seria aproveitar os estudos com qualidade? Simples: estudando muito e estudando com método. Dizer para estudar muito é clichê; com método, nem tanto.
Como fazer então?
Em primeiro lugar escolham um curso preparatório bom. Existem vários bons cursos no mercado e vocês são livres para escolher o que julgarem mais adequado. O melhor filtro é buscar referências com amigos que acabaram de ser aprovados, ou fazer pesquisas nas redes sociais.
Eu indico, obviamente, os cursos do Portal:
Direito Constitucional - Flavia Bahia Direito do Trabalho - Renato Saraiva, Aryanna Manfredini e Rafael Tonassi Direito Penal - Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça Direito Administrativo - Matheus Carvalho Direito Tributário - Josiane Minardi e Eduardo Sabbag Direito Empresarial - Francisco Penante Direito Civil - Cristiano Sobral, Roberto Figueiredo,Luciano Figueiredo, Sabrina Dourado e André MotaSeguro CERS: sua inscrição na 2ª fase convertida em bônus para curso de 1ª fase caso a OAB não anule nenhuma questão
É FUNDAMENTAL neste momento fazer um curso específico. Estudar sozinho, com tão pouco tempo, representa uma escolha arriscada, em especial porque o candidato ficará sem nenhum norte e nenhum feedback quanto ao seu progresso.
Lembrando que o treinamento, antes de tudo, tem de simular as condições reais na hora da prova, e tudo aquilo que for estranho ao este ambiente em específico deverá ser afastado pelo candidato EXATAMENTE para evitar uma assimilação equivocada de técnicas ou hábitos.
Mas quais são as regras de treinamento, e qual a importância de cada uma? Vamos conferir agora!
Regra 1 - A redação é sempre manual
Como deve ser a redação das peças práticas? Em um computador? Digitando?
De forma alguma!!!!
Por incrível que pareça existem candidatos que treinam suas peças em um computador. Isso não existe, e não existe sob NENHUM pretexto!
Primeiro porque escrever um parágrafo, por exemplo, usando um teclado, exige muito menos tempo comparando com o ato de escrever manualmente o mesmo texto. Aliás, a diferença do tempo usado é bastante significativa. Usar um teclado para treinar vai gerar uma grave distorção da percepção do tempo e mesmo da fluidez do raciocínio.
E o tempo, meus amigos, é um elemento CHAVE durante a prova. Se o candidato treina no computador e, na hora da prova vai manuscrever, simplesmente vai perder o timing e vai quebrar a cara.
Não vai conseguir administrar o tempo e vai, inevitavelmente, reprovar! E isso não é um terrorzinho barato não: vai reprovar mesmo!
Treinamento para a 2ª fase do Exame de Ordem é MANUAL, usando a caneta e o papel!
Ponto, sem discussões!
Depois temos de considerar que nós, de um modo geral, estamos meio desacostumados a usar o papel e a caneta. Todos nós usamos o computador e perdemos um pouco a prática de redigir manualmente um texto. Normal...
Neste período de preparação o candidato se prepara para a maratona de 5 horas de prova e adapta sua redação ao melhor padrão possível em razão da prova.
Ou seja, o candidato precisa não só se condicionar a escrever muito como fazê-lo com desenvoltura, e isso só pode ser obtido com muito treino.
Regra 2 - Usem sempre a folha da prova
Vamos dar uma olhadinha na imagem abaixo:
Ignorem o texto. Ele é irrelevante neste momento. O importante mesmo é observar o enquadramento do espaço.
É essa estruturação de linhas com as quais vocês trabalharão na hora da prova. Estão treinando suas redações em um caderno, folhas em branco ou sei-lá onde mais?
Tá errado!
Vocês têm de treinar nas folhas da FGV, no espaço da FGV e com o número de folhas da FGV.
A estrutura é esta - Folhas de prova do Exame de Ordem
Acostumem-se exatamente com a estrutura de folha e linhas da FGV. No dia da prova o espaço será este. Nada melhor então do que se acostumar com esse tipo de folha. Gastem a tinta da impressora sem dó e treinem.
Regra 3 - Usem incessantemente o vade mecum
Já compraram o vade mecum? Sabem que terão de turbiná-lo? Sabem da necessidade de dominar o índice remissivo? Compreendem a necessidade de achar qualquer informação no código?
A hora de iniciar esse preparo é agora, e tudo dentro da lógica da FGV. Durante a prova o manuseio do código tem de ser natural, fluído, fácil, com todas as remissões bem memorizadas e o uso do índice devidamente treinado.
Sugestão de vade mecuns novos, atualizados para esta edição do Exame?
Vade Mecuns Armador: atualizados e específicos para o XVII Exame de Ordem
Regra 4 - Estabeleçam uma rotina de redação
Dizem que a prática leva à perfeição, e, no caso de quem vai fazer a prova, a perfeição seria a nota 10. Mas tirar um 6 bem redondinho também resolve a vida e assegura a carteira.
Em suma: qualquer coisa entre o 10 e 0 6 está valendo. Só não pode ser 5,999999.....
E para isto é preciso treinar e treinar de forma sistemática, com uma rotina bem definida para poder elaborar o máximo de peças possíveis.
E, dentro deste processo, errar o que tiver de errar para compreender as próprias deficiências e saná-las adequadamente.
Portanto, é muito importante resolver o maior número de peças e exercícios durante o processo de preparação, limando os defeitos e apreendendo a sistemática da estruturação das peças e mesmo a lógica da redação.
Chova ou faça sol, treinar peças e a redação a partir de agora tornou-se uma religião para cada candidato aprovado.
Agora vamos tratar dos pequenos detalhes, de dúvidas comuns entre os candidatos, simples de serem explicadas:
1. Tem que ser letra de forma?
Pode tanto ser letra de forma como cursiva. O candidato escolhe. A FGV não pune um tipo de letra em específico.
2. Posso usar letra de forma em algumas partes da peça e letra cursiva em outras? Por exemplo: no endereçamento uso letra de forma e nos fatos letra cursiva.
Não me lembro de ter visto dois tipos de letra em uma única petição. Em princípio, não vejo nenhum problema, mas não posso afirmar com certeza de que isso não gerará problemas para o candidato. Na dúvida, sugiro que se use apenas um tipo de letra.
De toda forma, não existem relatos de candidatos prejudicados por usar dois tipos diferentes de letra.
7 dicas para vocês imprimirem um ritmo FORTE de estudos na preparação da 2ª fase da OAB
3. Se errar a palavra, como proceder?
Única e exclusivamente um risco sobre a parte errada. Pode ser só uma palavra como também pode ser uma folha inteira.
E isso é importante! Não são raros os casos de candidatos preocupados com a forma de se apagar um trecho escrito de forma errada, e isso já rendeu sim problemas na correção. A regra do edital indica apenas um simples risco sobre a parte do texto errada, e o candidato tem de seguir o padrão.
Já vi casos de candidatos que riscaram uma folha inteira e não sofreram penalidades.
4. Tem que pular linhas do endereçamento para qualificação? Se sim, quantas?
Já vi peças nota 5 que não pularam linha nenhuma, e peças nota 5 que pularam algumas linhas. Ou seja: depende do estilo do candidato.
Não há uma regra de linhas, o examinando tem de usar o bom senso neste momento e, acima de tudo, ter a noção se sobrará espaço para concluir sua peça.
No mais, depende apenas de uma escolha.
5. Tem espaçamento antes do parágrafo?
Não é obrigado, mas é recomendável.
E o é por conta de uma questão de clareza: o examinado deve desejar, acima de tudo, que o corretor de sua prova entenda tudo de forma clara. Isso é importante. Se for possível facilitar a visualização do início do parágrafo, melhor.
6. Posso colocar depois do endereçamento o nome da peça?
O ideal em uma peça é colocar o nome das partes com os dados de identificação (sem inventar informações!) e depois, indicando o correto e completo fundamento legal, o nome da peça.
Essa é uma parte FUNDAMENTAL na prova!
Entenderam? Fundamental!!!
Qualifiquem as partes e depois digam o nome da peça, por extenso, seguido pelo seu fundamento legal. Se não fizerem isso correm um sério risco de tomar zero!
É um dos momentos mais cruciais da prova. Os corretores da prova não vão catar essa informação no corpo da petição. Se não encontrarem ali, no início, o nome da peça e seu fundamento, o candidato terá um sério problema. Errem tudo, menos isso.
Há uma regra severa no edital e os candidatos precisam declinar o nome da peça:
O nome é o CORRETO e COMPLETO fundamento legal, que justificaria a escolha do nome.
É bem verdade que em provas anteriores a FGV aceitou várias nomenclaturas diferentes na peça, mas por conta de problemas na redação no enunciado, que permitia uma série de soluções processuais distintas. Mas vamos considerar isso como exceção e não regra.
Aliás, essa inovação no edital, na prática, tem sido seguida pela FGV: errou é zero. Mas surgiram exceções. Como não sabemos nunca quando será o caso de exceção ou não, é melhor não arriscar.
Façam isso do jeitinho que vocês vão aprender em seus cursos, do jeito mais formal possível, sem inventar.
Isso é importante!
7. Nas citações dos artigos qual o espaçamento?
Não é necessário, em princípio, fazer um espaçamento diferenciado para a transcrição de artigos. Fica como sugestão o espaçamento que seja o dobro do recuo de texto usado para iniciar um parágrafo.
E aqui faço uma observação também importante.
Eu não acho uma boa ideia transcrever literalmente o teor de um dispositivo legal ou Súmula. Na análise do espelho, o corretor vai procurar se o candidato indicou o dispositivo correto, e não se o transcreveu. Como técnica de redação, é melhor explicar (o fundamento jurídico) a razão da aplicação de terminada súmula ou dispositivo legal, declinando-o na peça. Sua redação, na íntegra, é desnecessária como também te tomará tempo e ocupará um espaço na peça.
Já analisei centenas e centenas de provas e dou essa dica com a maior tranquilidade.
O que vale é o raciocínio lógico, fazendo o entrelaçamento entre o fato e o direito e a indicação correta das leis, artigos ou súmulas correlatas.