Quinta, 14 de maio de 2020
Nesta semana cerca de 120 professores foram demitidos pela Rede Educacional Laureate após polêmica sobre a substituição de professores por um software de inteligência artificial na correção das provas subjetivas dos alunos.
Faculdades substituem professores por robôs sem que alunos saibam
Segundo uma das docentes dispensadas, a intituição justificou a demissão comunicando que o cargo de professor será extinto para cursos à distância e as vagas serão preenchidas por novos tutores ou reprovetando os já existentes dos cursos presenciais.
A professora disse ainda que soube da demissão somente após tentar acessar o sistema e constatar que o acesso estava bloqueado. Após comunicar o problema para a instituição, enquanto aguardava uma resposta, entraram em contato e lhe comunicaram a demissão.
O presidente da Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo), Celso Napolitano, disse que a Laureate informou ao sindicato da classe que as demissões fazem parte de um plano de reorganização dos cursos à distância fornecidos pela rede.
De acordo com o presidente, a justificativa principal foi que, a utilização de inteligência artificial na correção das provas na modalidade à distância demanda uma redução no quadro de profissionais, uma vez que poderão ser aprovetados os professores dos cursos presenciais, conforme as novas regras definidas pelo Ministério da Educação.
A instituição se refere a uma portaria publicada pelo MEC em dezembro de 2019 que permite instituições de ensino superior ofertar 40% do total de vagas na modalidade à distância. Pela regra anterior, o limite era de 20%.
De acordo com os professores demitidos, a rede já passou a realizar processo de contratação dos tutores com um salário de R$1.200, enquanto um professor recebia remuneração, em média, no valor de R$5.000. Um dos docentes afirmou ainda que dava aula em 52 disciplinas para mais de 4.000 alunos.
A Laureate, por sua vez, comunicou em nota que a rede está trabalhando para unificar os cursos nas modalidades à distância e presencial, proporcionando uma redução nas diferenças que havia entre ambos e que esta medida não afetará a qualidade acadêmica do ensino ofertado.
A rede acrescentou ainda que todos os compromissos legais e estabelecidos pela convenção coletiva do trabalho serão cumpridas com todos os profissionais dispensados.
Com informações da Folha de S. Paulo