Quarta, 23 de junho de 2021
Ontem a OAB, ao anular mais duas questões de ofício, em um total de 5 anulações até agora, demonstrou o que eu disse que havia sido a prova da 1ª fase: terra arrasada! Reprovação em massa de candidatos.
A atuação da Ordem mostra cabalmente o estrago feito pela FGV na volta do Exame após mais de um ano de restrições impostas pela pandemia.
Anulações necessárias para mitigar os efeitos de uma prova altamente complexa e cheia de falhas.
E a OAB está certa! Sensibilizada que foi pela amplitude e intensidade das reclamações. A Coordenação do Exame de Ordem, comandada pelo Dr. Beto Simonetti, acertou ao anular essas 5 questões, em uma prova genuína do cuidado e zelo na condução do Exame.
Curiosamente, após a terrível edição do XXX Exame, a prova havia passado por um freio de arrumação. A edição seguinte, o XXXI, foi tão somente o melhor Exame de Ordem de todos os tempos.
Uma prova difícil, mas em um patamar adequado ao Exame, com enunciados e alternativas coerentes e bem escritos, sem maiores reparos.
Uma edição inclusive que mereceu elogios. Escrevi o seguinte na época:
Diagnóstico da prova de ontem, sem rodeios: muito difícil!
Muito difícil e, seguramente, um pouquinho acima das edições anteriores. Provavelmente mais difícil do que as primeiras fases do XXIX e XXX Exames.
Essa certeza, contudo, só quando for publicada a lista de aprovados, quando então poderemos verificar essa percepção de forma estatística.
A 2ª fase da OAB é no Jus21
E agora um ponto muito relevante: o nível técnico, em termos de correção dos enunciados e alternativas, talvez tenha sido o melhor em MUITO tempo.
As questões vieram difíceis e também vieram construídas de forma escorreita.
Enunciados extensos, nitidamente mais complexos e tecnicamente, até agora, corretos.
(...)
Sob o prisma da correção técnica, até agora, foi uma das melhores ou mesmo a melhor prova já aplicada pela FGV.
Fonte: FGV eleva (e muito) dificuldade e qualidade da prova da OAB
Uma prova difícil e ao mesmo tempo elogiada.
Nitidamente a FGV não conseguiu modular a dificuldade da prova em função do inscritos e foi absolutamente indiferente com a questão da pandemia.
Anulações de ofício só ocorrem quando os vícios são grandes, manifestos e escancarados.
A FGV errou em todos os aspectos.
Custava ter repetido o padrão do XXXI? Uma prova bem-feita e ao mesmo tempo difícil?
Vamos ver se, mais uma vez, a lição é aprendida e a próxima prova vem do jeito certo.
Por enquanto a OAB está condenada a servir de bombeiro para incêndios absolutamente desnecessários.