Quinta, 7 de abril de 2016
Ahhhhh....o sentimentoé forte, a saudade é grande, a falta que faz abriu um vazio imenso no peito.
Sim, nós sentimos falta das anulações na 1ª fase do Exame de Ordem.
E esse sentimento, o da saudade, dói. Dói muito no coração....
Anulações, cadê vocês?
Sim! Elas antes eram tão amorosas, tão presentes, tão queridas. Mas de uns tempos para cá tudo mudou: ficaram frias, distantes, indiferentes. Vêm só quando querem, não quando precisamos. E quando se ausentam, mesmo justamente chamadas, elas fazem que não é com elas e não dão as caras.
Triste....
Vejam vocês o histórico de ausência e abandono que as anulações criaram. Triste, muito triste:
IV Unificado - 3 questões
V Unificado - 1 questão
VI Unificado - 2 questões
VII Unificado - 4 questões
VIII Unificado - Nenhuma anulação
IX Unificado - 3 questões
X Unificado - Nenhuma anulação
XI Unificado - 1 questão
XII Unificado - Nenhuma anulação
XIII Unificado - Nenhuma anulação
XIV Unificado - Nenhuma anulação
XV Unificado - 2 questões
XVI Unificado - Nenhuma anulação
XVII Unificado - 2 questões
XVIII Unificado - Nenhuma anulação
Desde há muito tempo iniciei sozinho o registro das anulações, e eu me lembro, saudosamente, quando elas vinha todas felizes ao nosso encontro. Mas o cristal foi quebrado, o encanto acabou, e elas só aparecem de vez em quando.
Elas mudaram, e nós sofremos...e como sofremos!
Antigamente era tudo feito na mais pura inocência. Como ninguém fazia recursos, eu publicava os meus aqui no blog (no tempo era hospedado no blogspot) e eles rodavam a internet. E elas, as anulações, vinham.
Naquele tempo as questões com vícios eram anuladas pelas OAB. Não sempre, claro, mas quando uma questão era realmente problemática conseguíamos ter a quase certeza de que a Ordem iria mesmo se sensibilizar.
Mas nunca, nunca mesmo, foi uma ciência exata. Volta e meia uma atrocidade era cometida pela Ordem, injustiçando os candidatos.
E assim, pouco a pouco, a inocência, e o sentimento, foram morrendo.
Lembro-me perfeitamente que o Exame era de competência não só do Conselho Federal como também das seccionais, e, exatamente por isso, os embates sobre o que fazer ou não com os recursos eram intensos, pois as seccionais não só divergiam entre si como também divergiam com o Conselho. Isso fez com que o processo de unificação passasse por sua mudança administrativa mais significativa: o afastamento das seccionais do processo decisório. Tudo passou a ser unica e exclusivamente da alçada da Comissão Nacional do Exame de Ordem.
Já nessas alturas eu não era mais o único a fazer recursos: todo mundo fazia os seus. E não eram só 2 ou 3 por edição. Não raro víamos cursos fazerem de 10 a 15 recursos por prova, como se a quantidade implicasse em um aumento das anulações.
Nunca implicou.
Desde essa época entendi que os recursos precisavam ser cirúrgicos, específicos, focados somente nas questões mais viciadas, pois o padrão de comportamento da banca excluía uma ampla aceitação de peças.
Esse é o padrão criado pelo Portal, e continua assim até hoje.
Mas, mesmo sendo cirúrgico, a lógica das anulações nunca foi muito linear. E agora, a partir do VIII Exame, passou a ser um grande mistério.
Antigamente, e disto eu tinha certeza, quando uma primeira fase tinha um grande número de aprovados, as anulações eram parcas, ou, do contrário, quando a mão da banca se fazia sentir pesada na prova, as anulações eram mais generosas. Essa era uma lógica observada desde os tempos do CESPE.
O último resquício perceptível deste padrão ocorreu no IX Exame. Naquela oportunidade a reprovação havia sido tão intensa que a Ordem sequer divulgou a lista preliminar de aprovados. E não o fez, e isso eu descobri depois, porque a aprovação na 1ª fase havia sido de 8% entre o total de inscritos.
Teria sido um escândalo.
Logo, 3 questões foram anuladas, jogando o percentual de aprovação para cima, mascarando a realidade de reprovações na lista final de aprovados da 1ª fase.
Foi o último "movimento de compensação" da Ordem.
Após isso a lógica foi desfeita e não temos mais como antecipar o que vai acontecer.
Na realidade, a regra passou a ser a não anulação.
Do X em diante a OAB passou a ser ultra econômica nas anulações, independentemente de vícios ou falhas na elaboração do enunciado das provas.
É bem verdade, e isso precisa ser admitido, que tanto o XIV como o XV foram, tecnicamente, as melhores provas já aplicadas. Não isenta de falhas, mas nada que fosse escandaloso. Já as demais edições tiveram sim erros graves, alguns verdadeiramente grotescos, mas mesmo assim a Ordem foi impassível.
Esse é o contexto das anulações, visto sob uma perspectiva histórica.
Como se posicionar de agora em diante? Compensa arriscar uma preparação para a 2ª fase apostando na anulaçõa de algumas questões? Quantas questões eles poderiam anular?
Já elaboramos 4 recursos, e pelo o que andei olhando, não há mais o que fazer.
XIX Exame de Ordem: recursos para questões de Ética e Empresarial
XIX Exame de Ordem: recurso para a questão do contrato de mútuo (Civil)
XIX Exame de Ordem: recurso para a questão da execução fundada em um cheque (Processo Civil)
Isso significa que essas 4 questões vão ser anuladas? Ao menos significa que teremos alguma anulação?
Não!
A verdade é que, e a inocência morreu há muito tempo por conta desta constatação, é que os recursos não significam rigorosamente nada.
A história das anulações no Exame de Ordem já mostrou, e comprovou em várias oportunidades, inexistir uma correlação entre o erro e a anulação.
Simples assim!
Dizer algo diferente disto seria simplesmente mentir...
E agora? Como se pautar?
Essa é uma questão delicada e envolve a percepção do risco, de se assumir um risco. Aqui precisamos ponderar sobre as variáveis em torno desta prova.
E quais são elas?
1 - Prova difícil, com uma aparente alta reprovação entre os candidatos.
2 - Pouco recursos.
No campo do risco dá para imaginar a banca anulando entre 1 ou, no máximo, 2 questões. Não mais do que isto, e sempre menos do que isto. Ou seja, tudo o que for entre o zero e o dois é factível!
É o máximo que pode ser dito.
Não temos garantias, não temos certezas e não é possível dar ESPERANÇA para vocês. Trata-se de realmente assumir um risco.
E por que assumir um risco, por que não esperar pela anulações?
A razão é simples: as anuladas só serão reveladas quando falar um mês para a prova da 2ª fase. Até dá para estudar alguma coisa, mas a partir deste ponto a preparação seria capenga, pois o volume de conteúdo é maior do que o tempo disponível para esgotá-lo.
A razão para assumir o risco é de ordem estritamente prática: gestão do tempo.
O maior entrave para se assumir o risco é o medo, medo de fazer uma escolha errada e quebrar a cara ao final.
Aqui no CERS, para este caso, nós temos o Seguro CERS ou seja, se a OAB não anula as questões, ou as anulações ao fim não ajudam, o candidato converte o dinheiro gasto na 2ª fase em qualquer outro curso do CERS ou do Portal.
Ademais, o estudo sempre fica, e será aproveitado em outra oportunidade. O "prejuízo" então é mitigado pelo aproveitamento do conteúdo e da certeza de que ele, o conteúdo, será necessário no futuro.
Compensa arriscar?
Eu arriscaria após pensar sobre as ponderações acima.
Mas esse seria o meu posicionamento. Vocês precisam fazer o de vocês.
Reflitam com calma, consultem outras pessoas e tomem aquela que julgarem ser a melhor decisão.