Quinta, 7 de novembro de 2019
Pedir por anulações em um Exame de Ordem em que nas últimas 23 edições não anulou questões em 13 oportunidades chega até ser ousado!
Mais ousado ainda pedir isso em uma edição onde já tivemos 3 anulações de ofício, considerando que nas 3 oportunidades anteriores com anulações de ofício nada foi anulado no resultado final.
Mas é ousado em função do histórico que a própria OAB empresta ao Exame. Pois se considerar a natureza dos pedidos em si, vemos que não há rigorosamente nada de ousado: o pleito, de fato, é muito razoável!
Seguramente, e escrevo isso com muitíssima tranquilidade, a maior preocupação da Ordem e da FGV é a de sustentar uma imagem de correção técnica da prova.
Mas a prova tem suas falhas!
Não anular questões verdadeiramente problemáticas para passar uma boa impressão, na verdade, só piora tudo.
Eu estou na linha de frente do Exame de Ordem há anos. Na realidade, eu mesmo criei essa linha, e afirmo com a maoir tranquilidade: a imagem do Exame de Ordem é PÉSSIMA!
Cada sentimento de injustiça corre o sério risco de se transformar em um grito de revolta. Falo isso por estar em permanente embate com os candidatos que são contrários ao Exame, verdadeira força contra a prova e com atuação real para acabar com ela. Basta lembrar de Eduardo Cunha, Gilvam Borges, Marco Feliciano, José Medeiros, Vincentinho entre outros parlamentares e políticos que já tentaram acabar com a prova. Todos alimentados pela indignação que o Exame - quando injusto - cria.
Ninguém quer um favor e nem facilidades: todos querem correção e respeito.
Nada além!
Uma prova justa não tem o potencial de gerar reclamações.
Uma prova com questões mal concebidas vira um altar para purgarem insatisfações e revoltas.
Insatisfações legítimas, é bom ressaltar!
Que amanhã a OAB faça o certo! fazer o certo não custa nada. Não fazer o certo tem um preço alto.
Um preço que o Exame de Ordem já sofre há muito tempo.
Simples assim!