Quarta, 13 de outubro de 2021
Quando faltavam 2 semanas para fazer a minha OAB, lá em 2006, eu não pensava em nada que não fosse a prova, e ficava o tempo todo me perguntando se conseguiria ou não ser aprovado.
Sim! É tenso mesmo!
E mais do que perguntar, eu PROJETAVA as probabilidades de aprovação em razão do meu desempenho ao resolver provas anteriores.
No início dos meus estudos, 3 meses antes, fui resolver a última prova aplicada pela OAB/DF para avaliar como estava a minha preparação, e o resultado me deixou perplexo: fiz 28 pontos (28 em 100 naquela época).
A sensação de burrice que me afligiu não foi pequena, assim como também um certo desespero em ver tamanho descalabro. Eu me julgava um bom conhecedor do Direito (ao menos na faculdade) e meu desempenho naquela simulação jogou uma água fria não só no meu ego como também nas minhas convicções.
Mas isso não arrefeceu minha vontade de passar. Na realidade, só me convenceu de que estudar era preciso, sem maiores distrações (e também gerou uma certa e conhecida pressão).
Nos simulados que fiz ao longo do lapso de tempo em que me preparei, comecei a sentir uma evolução no meu desempenho. Fiz 38 pontos, depois fiz 46 e por fim, fiz 54 pontos nos 3 simulados seguintes. Não me lembro agora quantos simulados fiz após o simulado em que tirei 54 pontos, mas lembro que em nenhum fiquei abaixo dos 50 pontos.
Fui para a prova convicto de que seria aprovado, pois, na média, e simulando com seriedade, eu estava cumprindo minhas metas.
Passei na 1ª fase com 53 pontos.
Não foi, evidentemente, uma pontuação extraordinária, mas essa sequer era a minha pretensão: para mim, 50 valia 100.
O ponto central das minhas convicções estava na certeza de que seria aprovado DENTRO do meu planejamento. E o que consistiu esse planejamento?
1 - Eu não estava fazendo cursinho, então precisa simular muito para ter balizas concretas quanto à minha capacidade;
2 - Como comecei a me preparar muito tarde, faltando apenas 3 meses, abri mão de estudar Direito Civil, Processo Civil, Processo Penal e Tributário. Excluí umas por serem muito extensas, e outras por não guardar muita afinidade. Julgava que desperdiçaria muito tempo apreendendo o conteúdo de uma matéria e isso prejudicaria a preparação como um todo;
3 - Optei por otimizar os estudos em disciplinas chaves, com bom peso, e retirar delas um desempenho excepcional, em especial com Ética, Direito e Processo do Trabalho, Administrativo, Constitucional e Penal;
4 - O 4º passo foi o mais interessante. Ele consistia no MAPEAMENTO segmentado do meu desempenho por disciplina. E esse mapeamento segmentado foi de grande importância na delimitação daquilo que deveria ser estudado a mais dentro do meu espectro de estudo. Aliás, foi essa experiência inicial que mais tarde me ajudou a construir pioneiramente para o Exame de Ordem o conceito de análise de desempenho e preparação estratégica.
A lógica, simples, é uma só: o candidato precisa fazer 50% da prova.
Presumindo isso, em termos absolutos, o candidato precisaria saber 50% de cada disciplina para ser aprovado. Hoje, no atual formato de 80 questões, a lógica seria, exatamente, da imagem no topo deste post.
A soma das metades em todas as disciplinas seria 43, considerando o arredondamento.
As três provas mais importantes: Exame XXXII, XXXI e XXX
Agora....qual é o candidato que vai para a prova com a convicção de que acertará ao menos metade de cada disciplina?
Nenhum, creio eu.
Claro! Temos os candidatos muito preparados que farão 60 ou mais pontos na prova e não estão muito preocupados com esse cálculos. Este post é voltado para a maioria e não para os CDF"s.
O ponto é: Em algumas disciplinas o desempenho irá além da metade, e em outras, ficará aquém.
Agora faço duas perguntas essenciais dentro dessa lógica:
1 - Vocês sabem qual a média de pontuação por disciplina?
2 - Essa média de pontuação está acima dos 50%, ou 40 pontos?
Esse mapeamento é FUNDAMENTAL para vocês definirem o que efetivamente estudar faltando 4 dias para a prova.
Estratégia 12 pontos em uma semana!
Os candidatos estão em um ponto tal de preparação que um volume "X" de conteúdo já foi apreendido. O importante agora é delimitar com precisão onde estão as lacunas no conhecimento, em quais disciplinas o desempenho não está acima da média.
A lógica é simples: se um candidato está abaixo da média em uma disciplina, PROPORCIONALMENTE ele deverá compensar essa deficiência em outra.
Tal compensação é absoluta: ou ele tira a diferença ou ele supera a diferença em outras disciplinas. Se ele não consegue fazer essa compensação, a luz vermelha de alerta deve ser ligada!
Os 40 pontos precisam sair de algum lugar. Caso o candidato não tenha a convicção de que conseguirá 50% na prova, com o mapeamento ele poderá identificar de onde os pontos faltantes poderão ser retirados.
E o bom nisso tudo é que fazer o mapeamento, identificar as lacunas e supri-las é algo, dentro do lapso de tempo disponível, completamente factível!
Ainda dá para salvar a pátria!
Para fechar, fica o recado: sem uma estratégia e um planejamento prévio, o sucesso, seja lá que que área, torna-se mais difícil.
No Exame de Ordem isso também é uma verdade.