Análise sobre o possível grau de dificuldade das provas da 2ª fase do Exame da OAB

Quarta, 16 de janeiro de 2013

Depois de pulverizar a esmagadora maioria dos candidatos na 1ª fase do Exame de Ordem, o que a OAB vai fazer com os parcos sobreviventes desta imensa hecatombe?

Dá para esperar uma 2ª fase do Exame de Ordem MUITO tranquila ou os sobreviventes serão perseguidos e esmagados também?

E agora?

A primeira pergunta a se fazer é simples: o que sobrou para a OAB reprovar?

Dos 114.763 candidatos presentes na prova objetiva, apenas 19.134 (16,67%) resistiram aos rigores das questões. Tal como mostrei ontem, foi um percentual na média dos percentuais de aprovação finais das edições anteriores:

VI - 101.246 inscritos - 25.912 aprovados finais (25,59%)

VII - 111.909 inscritos - 16.419 aprovados finais (14,67%)

VIII - 117.852 inscritos - 20.785  aprovados finais (17,63%)

IX - 118.217 inscritos - 19.134 aprovados (somente na 1ª fase) (16,18% )

O que sobrou para a OAB reprovar?

Vejam agora os percentuais de reprovação dos aprovados da 1ª para a 2ª fase em edições passadas:

VI46.859 aprovados na 1ª fase - 25.912 aprovados finais - 44,70% de reprovação

VII - 45.904 aprovados na 1ª fase - 16.419 aprovados finais - 64,23% de reprovação

VIII  - 51.278 aprovados na 1ª fase - 20.785 aprovados finais - 59,46% de reprovação

Vamos aqui, em uma abstração, imaginar que dos 19.134 sobreviventes uns 50% fossem reprovados na 2ª fase. Sobrariam apenas 9.567 aprovados finais para ao fim terem o direito de serem chamados de advogados.

Eu sinceramente não consigo imaginar tamanho descalabro. A OAB e a FGV não terão coragem em fazer isso!

Inconcebível!

A lógica desde sempre sempre foi a mesma: altas reprovações na 1ª fase, 2ª fase mais tranquila. Observo isso no Exame de Ordem unificado desde 2008. Nunca vi duas fases avassaladoras.

Vou além! A própria OAB ficou constrangida com o que fez ontem (Escreverei especificamente sobre este constrangimento ainda hoje).

O presidente da OAB, dr. Ophir Cavalcante, reconheceu que a prova foi difícil em uma entrevista para o Portal Terra:

"O presidente da OAB ainda concordou com os argumentos dos candidatos, que afirmaram que a primeira fase do 9º exame foi mais difícil que as edições anteriores. "Claro que a prova foi um pouco mais calibrada do ponto de vista da exigência, mas nada acima do natural. É normal que ocorra uma variação, pode cair algo mais complicado numa prova do que em outra, mas estamos trabalhando para chegarmos a um padrão ideal"

Mais ainda! Ele disse que o percentual de aprovação na 2ª fase deve ficar na média do percentual de aprovações das edições anteriores:

"Segundo Ophir,esse é um dos resultados mais baixos na primeira fase entre as nove edições da prova - a média de aprovação era em torno de 40%. "Foi uma das taxas mais baixas e faz acender uma luz amarela, já que reflete a qualidade dos cursos de direito hoje no Brasil", comentou. Ele ainda disse que espera que o resultado final, após a segunda fase do exame, fique na média histórica de aprovação - em torno de 15%."

Eu acho que o presidente exagerou um pouco, porque se já temos 16,18% de aprovados na 2ª fase, para chegar ao patamar de 15% a reprovação na 2ª fase seria ínfima, de apenas 7,29%.

Se isso for verdade, a prova da 2ª fase do Exame de Ordem seria uma TETA, a baba do quiabo morto, mamão-com-açúcar!

Será mesmo?

Olha...dentro do atual contexto, considerando as estatísticas e o constrangido reconhecimento da Ordem de que a porrada foi forte demais, dá para afirmar sim que a 2ª fase do Exame só pode ser boa.

Não será, evidentemente, o que o dr. Ophir disse, mas tem tudo para ser muito boa.

Ela NUNCA é fácil, mas digo que será uma prova boa para quem estudar. Uma prova realizável, razoável e particularmente especial para o examinando que enfiar as caras nos livros e nos cursos.

É a chance de ouro para quem passou!

Vou além! Depois de inúmeras lambanças nas correções da 2ª fase, a FGV terá um volume muito menor para corrigir tudo. A perspectiva é a de termos, depois de muito tempo, correções com qualidade, justas e sensatas.

Só isso já dá um alívio no coração. A FGV terá menos da metade das provas para corrigir em comparação com a edição passada. Muito bom para os aprovados!

Até agora a prova foi terrível, mas daqui em diante, para os sobreviventes, uma brilhante luz no fim do túnel está acesa.

Munam seus corações com esperança, NÃO POUPEM nada na preparação e vão com fé! A estrada para a aprovação está desimpedida e as chances de sucesso são muito reais.

Agora é a vez e a hora de vocês!! Agarrem essa oportunidade com tudo!!!