Alunos de Direito criam o movimento #?profreprovadoporfalta?

Sexta, 8 de julho de 2016

Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) resolveram lançar uma campanha curiosa e interessantíssima contra os professores faltosos da instituição. Na última 2ª feira (04/07) eles lançaram a campanha ?#ProfReprovadoPorFalta? em uma tentativa de chamar a atenção para o descaso de alguns docentes e da direção da instituição em razão das faltas sem justificativas.

Foi lançada uma hashtag para as publicações serem identificadas no facebook, como também até mesmo uma fanpage sobre o tema:

Movimento #ProfReprovadoPorFalta

Além da ação nas redes sociais, os estudantes também criaram uma "lista de chamada" para os professores, colaram vários cartazes pela faculdade de Direito e espalharam uma série de depoimentos (anônimos) de alunos quanto a situação na instituição:

"O meu professor reprovou por falta em três matérias em três semestres diferentes. Sempre do mesmo jeito, frequenta algumas aulas no começo do período letivo e depois começa a faltar de forma exagerada, muitas vezes avisando apenas na hora da aula ou poucos minutos antes. Nunca apresentou plano de curso, sempre deu a matéria de maneira desorganizada. A turma nunca concordou em denunciar por medo de ser punida. Não gostaria de pegar mais matérias com ele, mas também não gostaria de atrasar o curso. O conteúdo, mesmo, não aprendi e sigo sendo punido por isso no meu dia a dia. Não podemos dizer o mesmo do outro personagem dessa história"

"Meu professor reprovado por falta me deu aula no semestre passado, em um núcleo específico, uma tarde por semana. Acho que x apareceu umas 3/4 vezes. O pior é que x nunca desmarcada aulas com antecedência, apenas avisava em cima da hora. Detalhe: boa parte da turma estagiava e perdia suas tardes por nada"

"Nosso professor reprovado por falta apresentou uma situação um tanto estranha esse semestre. Com uma carga horária de 4 aulas, sendo uma delas isolada em um horário no dia acordamos que substituiríamos essa aula por alguns minutos a mais na aula do outro dia. Até ai OK. O que não se esperava era o fato de que a professora também não compareceria nas aulas do dia acordado. Tivemos por volta de 3 dias-aula com conteúdo, sendo o último dele em meados de abril. Após esse fato houveram mais dois dias de aula com atividade avaliativa(???) na sequência. E desde de mais a professora não comparece a faculdade com as mais diversas desculpas possíveis.

Após reclamações ela voltou a comparecer a faculdade para ministrar aulas querendo "salvar" o semestre."

"O professor (...) era substituto na faculdade, mas já estava por dentro de como não há retaliação pros casos de ausência dos docentes. Deu menos de metade do semestre até dar a preferência pros compromissos em outra cidade e deixar de lecionar. Não denunciam por medo de retaliação (ainda mais no primeiro ano de faculdade), não tem fiscalização, a classe se protege... E assim vai sendo empurrado pela barriga. Será que agora muda?"

Professor (...) quase nunca aparece na faculdade... Nas poucas vezes que ele vai a aula dura poucos minutos e ele diz que tem que ir embora... Ele passou um pré projeto pra fazermos, mas ninguém sabe com exatidão como é pra fazer e nem se este trabalho valerá nossa nota integral. Já fizemos reclamação diretamente pra ele e na coordenação."

Para o coordenador do Centro Acadêmico XI de Maio, Diógenes Lucas Cordeiro, de 22 anos, em entrevista ao jornal O Popular, de Goiânia, explicou que a ação não é direcionada a todos os professores, e sim àqueles que ?deixam a desejar nas atividades?. ?Não queremos especificar nomes de professores. A ação é uma forma de chamar a atenção deles para que cumpram com as responsabilidades legais?.

Evidentemente, os alunos não só podem protestar, como devem. E a instituição tem de verificar a procedência das reclamações e tomar as devidas providências.

De uma forma ou de outra, a exposição que o caso está ganhando torna-se um problema para a UFG, em especial se nada for feito. A continuidade da campanha representa um imenso constrangimento para a instituição, que passaria a ideia de indiferença com as queixas.

Vamos acompanhar essa história para ver como ela evolue.