Alô Maurício Ricardo! Dá para "paçar" SIM!!!

Segunda, 25 de março de 2013

paçei3

Uma leitora do Blog me alertou sobre uma galhofa feita pelo humorista Maurício Ricardo com o nosso querido, tradicional e muito desejado "paçei" (já antecipando que eu sei bem como é a grafia correta deste verbo conjugado aqui na 1ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo...).

Um dos leitores do site deste humorista mandou para ele um print de um dos aprovados na última sexta-feira, debochando do fato deste aprovado ter escrito "paçei" no twitter, e o humorista fez sua graça, como vocês podem conferir no link abaixo:

Dá pra "paçar"...

Até aí tudo bem. Quem está de fora do mundo do Exame de Ordem não tem como saber mesmo e isso não incomoda. O problema foi a frase final dele:

paçei

Aí não! Nessa o nosso querido Maurício Ricardo pisou na bola. Como ele não é do universo jurídico dá até para entender, como eu disse antes, a graça feita por ele, mesmo desconhecendo o contexto da piada; mas afirmar que se trata de um incentivo para quem acha a prova um "bicho-papão" foi demais! Deu a entender que o nível do candidatos é fraco e que qualquer um consegue a aprovação, bastando para isto estudar um pouco.

Claro que não.

Uma prova que reprova 90% por dos examinandos pode ser tudo, menos fácil. Diga que é fácil para quem teve uma correção sem-vergonha da sua peça ou foi reprovado na prova da 1ª fase, na qual, antes das anulações, o percentual de reprovação foi maior de 90% (93%, segundo uma fonte).

Mandou mal...

O "paçei" surgiu há uns 2 anos atrás, quando inventei de brincar com uma imagem do Tiririca em que ele fazia o sinal de ok e "dizia" "paçei":

pacei

Sem querer, de forma despretensiosa, o "paçei" fez sucesso entre os aprovados e virou o símbolo da felicidade!

Uma grande felicidade!

Uma alegria boba, simples e debochada. Escrever errado quando se "paça" em uma prova muito, mais muito difícil, é um exercício lúdico, um extravasamento da PRESSÃO por sempre ter de acertar, acertar e acertar.

Só quem "paça" pelo Exame de Ordem, sendo aprovado ou não, sabe bem a pressão imposta. A Drª Tânia Loricchio, do Departamento de Psicobiologia da Unidade de Medicina Comportamental da UNIFESP, conduziu em 2011 um estudo sobre os índices de ansiedade e stress pré-Exame de Ordem.

E os dados desse estudo revelou o forte impacto emocional que o Exame de Ordem desencadeia nos candidatos por conta das expectativas e das dificuldades. Foram analisados 237 bacharéis em Direito inscritos em cursos preparatórios em diversas regiões do estado de São Paulo, com idade média de 32,9 anos, sendo 46% homens e 54% mulheres.

Desse universo de candidatos analisados, 70% apresentaram sintomas de stress, sendo que 41% com níveis de stress mais severos.

Não é nada fácil!

O "paçei" para os candidatos é uma brincadeira (e um extravazamento!) tão bom e tão divertido que até o então presidente da OAB, Dr.Ophir Cavalcante, entrou na onda:

paçei 2

Quando sai o resultado todo mundo quer tuitar o "paçei":

a1 a2 a3 a4

Acima apenas um pequeno exemplo de outras milhares de tuitadas (tem no Facebook também!) com o "paçei".

Não...o Exame de Ordem não é um passeio no parque e o "paçei" não é para qualquer um!

Para escrevê-lo tem de MERECER!

Agora podem voltar com a piadinha. Quem "paça" vai achar graça, mas por outros motivos...

Aliás, não é necessário ser humorista para fazer piada; os examinandos também têm esse pequeno direito, em especial após amargarem horrores durante a via crucis da aprovação.

E, mais uma vez, parabéns a quem "paçou!".